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O que dizem os jornalistas e os profissionais de comunicação sobre a formação?

Jornalistas de diferentes órgãos frequentam a formação de Português de B2 do CLJ. /Foto: Diligente

No âmbito da publicação de um conjunto de artigos sobre os vários intervenientes do “Consultório da Língua para Jornalistas” (CLJ), o Diligente foi ouvir os principais beneficiários do projeto: editores, jornalistas, tradutores e revisores linguísticos. São destacados o contributo do CLJ para a aprendizagem do português, a qualidade da formação, nomeadamente da metodologia de ensino e dos materiais, a atenção dos formadores às dificuldades dos jornalistas e a adaptação dos cursos à realidade destes profissionais timorenses.

O CLJ contribuiu para a criação de secções de Português em órgãos que não publicavam em língua portuguesa ou que tiveram de substituir os jornalistas: Tatoli, Diligente, Grupo Media Nacional (GMN), Timor Post e Rádio e Televisão de Timor-Leste (RTTL).

Na primeira fase do projeto, entre 2016 e 2020, a formação de Português para Jornalistas foi pensada só para a sala de aula, mas, em 2017, devido ao interesse dos responsáveis pelos órgãos e jornalistas em publicarem em português, teve de ser introduzida a formação no contexto de trabalho (nas redações).

Na segunda fase do CLJ, entre 2021 e 2023, mantiveram-se em sala de aula os cursos de Português para Jornalistas e foram criados os de Fundamentos do Jornalismo e Jornalismo, de que viriam a beneficiar 18 jornalistas, agora em estágio nas secções de Português das redações.

Além do apoio aos profissionais de comunicação social já antes dado aos contratados pelos órgãos, a formação de jornalistas em contexto de trabalho, orientada por professores de Português e Jornalismo, é fundamental para estes escreverem em língua portuguesa. A formação do CLJ em sala de aula mune, deste modo, os formandos de conhecimentos essenciais de Português e Jornalismo, conhecimentos esses depois trabalhados de forma mais prática e exaustiva nas redações.

“A formação é baseada na realidade e dificuldades dos jornalistas, sobretudo aqueles que escrevem e fazem edição de informação em português”

Diana Branco, editora da secção de português na RTTL, começou a aprender português no CLJ em 2015. Foi escolhida para estas funções pelo percurso que fez na aprendizagem da língua.

“Nunca tinha aprendido bem português. Embora tivesse a disciplina de Língua Portuguesa na escola, os professores não explicavam bem os conteúdos. Só despejavam a matéria e não se preocupavam se compreendíamos. Em 2015, comecei a aprender português no CLJ. Agora, graças a este projeto, posso falar e escrever nesta língua.

Os cursos do CLJ têm mesmo qualidade. Os professores incentivam os formandos a não terem medo de falar. Recebemos manuais de qualidade, com tudo: glossário, compreensão da leitura e da oralidade e expressão oral. Nas aulas, focamo-nos muito na expressão oral e escrita, com feedback dos professores sobre os erros.

A formação é baseada na realidade e dificuldades dos jornalistas, sobretudo aqueles que escrevem e fazem edição de informação em português. Sinto-me muito motivada para aprender conteúdos que são úteis para a minha vida profissional.

Os formadores são profissionais e apoiam os formandos que ainda não compreendem a matéria, repetindo os conteúdos para aqueles que têm de faltar às aulas para garantir que todos acompanham a matéria.

Em Timor-Leste, há agora vários órgãos de comunicação social com informação em português. Isso é resultado do CLJ.

“Quem não sabe português tem dificuldade em trabalhar como jornalista, porque muitas palavras do tétum vêm do português”

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Xisto Mendonça da Costa, editor no Suara Timor Lorosa´e (STL), frequenta todas as manhãs a formação intensiva de Português para Jornalistas e tem de fazer todo o trabalho pendente durante o resto do dia. Num jornal com poucos recursos humanos, a frequência da formação representa também um grande esforço para o STL.

“A língua portuguesa ajuda-me muito a descobrir várias expressões para colocar nos textos. Como editor, considero que é muito importante aprender esta língua. Quem não sabe português tem dificuldade em trabalhar como jornalista, porque muitas palavras do tétum vêm do português.

O CLJ é um projeto de formação que permite aos jornalistas aprender e melhorar as suas competências em língua e na escrita. Os formadores do CLJ são profissionais e são mesmo ‘donos da língua’. Usam métodos que facilitam o acompanhamento dos conteúdos. Explicam devagar e, quando temos dúvidas, esclarecem-nas. Têm interesse em partilhar os seus conhecimentos connosco. Preocupam-se mesmo com as nossas dificuldades e dúvidas.

A duração da formação de cada nível é só de dois meses. Sinto que não é suficiente para aprender uma língua não materna. Para mim, era necessário aumentar a duração para continuarmos a aprender. ”

“Só comecei realmente a aprender português, quando frequentei a formação no CLJ. Foi um mergulho na língua”

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Joanico Vicente Amaral, jornalista estagiário no Grupo Media Nacional (GMN), destaca-se pelo seus avanços no uso do Português e pela qualidade da informação que escreve.

“A qualidade do ensino do português no CLJ é inquestionável, porque os professores são experientes e profissionais. Embora sejam estrangeiros, sabem adaptar-se à realidade timorense.  Aprendi muito.

A metodologia utilizada no CLJ corresponde às necessidades dos formandos. Os manuais e outros materiais são bons. Os professores insistem que leiamos livros, disponibilizados por eles próprios, para podermos aperfeiçoar a língua e conhecer o mundo.

Na escola, tinha a disciplina de Língua Portuguesa, mas o método dos professores não me convencia a aprender. Só comecei realmente a aprender português, quando frequentei a formação no CLJ. Foi um mergulho na língua.

A formação do projeto ajuda-me muito na escrita jornalística. Antes, não sabia escrever notícias, reportagens, entrevistas ou perfis, mas a situação mudou, depois de ter frequentado a formação de um ano e meio no CLJ. Aprendemos Fundamentos do Jornalismo, Jornalismo e Língua Portuguesa de forma intensiva.

Nas redações, os formadores, que nos acompanham permanentemente, procuram também alternativas para que os jornalistas aprendam. Dão orientações sobre como escrever, interpretar informação e organizar bem os textos. Esta formação em contexto de redação melhorou os meus conhecimentos de Português e Jornalismo.

“O CLJ devia estar sempre presente, porque tem muitas vantagens para os jornalistas. Aprendemos a língua e melhoramos a informação”

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Afonso do Rosário, jornalista da secção de Português na Tatoli, é acompanhado diariamente por formadores de Português, sendo visíveis as melhorias na escrita.

“Em 2015, frequentei uma formação do CLJ, que na altura ainda era uma atividade da União Europeia e do Instituto Camões. A minha capacidade de falar e escrever em português tem a contribuição do CLJ. Estou muito agradecido por isso.

Em Timor-Leste, os profissionais de comunicação ainda têm problemas no uso de termos jurídicos, de saúde, de educação, de finanças públicas, entre outros. Por exemplo, na cobertura do setor da Justiça, os revisores que nos acompanhavam diziam sempre que usávamos os termos jurídicos de forma vaga. Depois da formação, sinto mudança nesta questão.

As aulas, os manuais e as fichas de trabalho são muito bons e interessantes. Os conteúdos são baseados nas necessidades e nas dificuldades dos jornalistas. O método de ensino é interativo. Temos sempre discussão (oralidade), leitura e escrita. Vemos vídeos, entre outras atividades. Nas aulas, os professores dão prioridade aos formandos com dificuldades.

Para mim, o CLJ devia estar sempre presente, porque tem muitas vantagens para os jornalistas. Aprendemos a língua e melhoramos a informação.”

“O método de ensino do CLJ permite aos jornalistas desenvolver o pensamento crítico e encontrar soluções para os problemas”

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Antónia Kastono Martins, jornalista do Diligente, começou a aprender Português e Jornalismo do zero. Atualmente, escreve de forma muito autónoma e destaca-se pela grande qualidade do seu trabalho jornalístico, sobretudo na área das Finanças Públicas.

“Comecei a aprender o português desde a escola primária, mas nunca consegui falar a língua. Só depois da formação do CLJ é que comunico em língua portuguesa. Como os cursos  são intensivos e têm professores qualificados na área, aprendemos muito. Além disso, os formadores incentivam-nos a falar sempre em português. Com a prática contínua de falar e escrever, melhoramos diariamente.

Somos avaliados frequentemente pelos professores, o que promove igualmente uma melhoria do nosso desempenho, mas nós também avaliamos e deixamos sugestões para melhorar futuros cursos.

O projeto disponibiliza materiais e equipamentos de qualidade. O método de ensino do CLJ permite aos jornalistas desenvolver o pensamento crítico e encontrar soluções para os problemas.

Os professores são simpáticos e pacientes, focando-se em responder às necessidades dos formandos. Se houver jornalistas com um mau desempenho, os professores tentam dar o apoio de que precisam.

As formações de Fundamentos do Jornalismo (Pensamento Crítico, Matemática para Jornalistas, Conhecimentos Gerais) e de Jornalismo (Escrita Jornalística ou Técnicas de Reportagem) ajudam-me a escrever melhor as notícias e reportagens.

Também a formação em contexto de trabalho, nas redações, é importante, porque a aprendizagem nunca para. Melhoramos todos os dias enquanto estamos a trabalhar.”

“Depois da formação, os professores mantêm o contacto. São profissionais que criam boas relações e exigem que apliquemos os conhecimentos que ganhamos na formação”

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Xisto Ximenes, jornalista da RTTL, completou o percurso de formação do CLJ e fez cursos de Português Específico para Jornalistas.

“Muitas vezes, as pessoas pensam que se aprende português só para se saber esta língua. Na verdade, o português também ajuda a dominar o tétum, que precisa da língua portuguesa para se desenvolver. O tétum recorre ao português.

A presença do CLJ é muito importante para a capacitação dos profissionais dos media melhorarem a informação produzida. A formação deste projeto é baseada na realidade e necessidades. Por exemplo, o CLJ oferece cursos de Português Específico para Jornalistas em várias áreas. Um jornalista que tem como área de cobertura a Justiça tem oportunidade de frequentar formação específica sobre este setor.

Não consigo comparar o CLJ com as outras formações. O CLJ tem um carácter próprio. A metodologia usada no projeto é boa, porque as aulas são interativas e interessantes. Disponibiliza também manuais, fichas, dicionários, entre outros.

Depois da formação, os professores mantêm o contacto. São profissionais que criam boas relações e exigem que apliquemos os conhecimentos que ganhamos na formação”.

“A formação do CLJ precisa de continuar para que os jornalistas, os mais velhos e os mais recentes, possam garantir informação de qualidade e interessante”

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 Timóteo Gusmão, jornalista e apresentador na RTTL, fez um esforço grande para melhorar o português, frequentando cursos intensivos do CLJ em horário pós-laboral para não perder a oportunidade de aprender.

“Resolvi aprender português com o CLJ, porque esta língua é importante para os jornalistas. Apesar de já ter aprendido na escola, não praticava. Aprender uma língua implica oralidade e escrita.

A formação no CLJ é muito interessante e interativa. Quando a aula começa, os professores proíbem o tétum, o que é bom para praticarmos.

O CLJ tem manuais, fichas e dicionários, entre outros, que nos apoiam durante a formação. Os conteúdos são baseados nas dificuldades dos jornalistas e correspondem mesmo às suas necessidades.

Os professores são competentes e sabem como lidar com as nossas limitações. Acompanham os formandos não só nas aulas, mas também no local de trabalho. Quando precisamos de confirmar algumas palavras difíceis com os professores, então eles estão disponíveis.

A formação do CLJ precisa de continuar para que os jornalistas, os mais velhos e os mais recentes, possam garantir informação de qualidade e interessante”.

“O CLJ deu resposta às minhas necessidades na tradução e aplico no meu trabalho os conteúdos que aprendi na formação”

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Avelina dos Santos, tradutora da Direção de Tradução na Presidência do Conselho de Ministros, não dominava o português. Atualmente, usa esta língua na tradução.

“Trabalho na área da tradução e preciso mesmo de estudar línguas. Diariamente, faço traduções em tétum, português, inglês e indonésio. Estudei inglês e antes não tinha capacidade de falar nem escrever em língua portuguesa. Posso dizer que as minhas competências de português estavam a zero. Depois do curso no CLJ, já sinto mudanças no meu trabalho. Consigo traduzir de tétum para português e português para tétum.

A formação no CLJ tem qualidade e eu própria sou resultado dessa qualidade. O CLJ deu resposta às minhas necessidades na tradução e aplico no meu trabalho os conteúdos que aprendi na formação.

Os métodos usados no curso são bons e podem ajudar-nos a compreender melhor os conteúdos. Os professores incentivam-nos e mentalizam-nos permanentemente para falarmos e escrevermos em português, corrigindo depois.

Além disso, compreendem as dificuldades de cada formando, procurando ajudar aqueles com mais dificuldade e insistindo em mais exercícios. São também flexíveis e podemos recorrer a eles, quando temos dúvidas.

Só o local de formação é que não é permanente, o que nos obriga a mudar de um lugar para o outro. O Governo e o CLJ precisam de fixar um espaço de formação permanente, porque o projeto é benéfico para os profissionais de comunicação em Timor-Leste.”

“Antes não conseguia conversar. Só sabia apresentar-me. Por exemplo, ‘Eu chamo-me..’, ‘Tenho tal idade…’. Mas, com a ajuda do CLJ, as minhas competências de português já são avançadas”

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Yane Maia, revisora de informação em português, começou a aprender a língua portuguesa no CLJ desde o nível básico e atualmente corrige praticamente sem erros notícias em português.

“Sou uma pessoa que gosta de aprender e aprendi muito no CLJ. A explicação, a dedicação e o apoio dos professores nas aulas é muito diferente das escolas. Para mim, o ensino em Timor-Leste precisa de seguir os métodos do CLJ.

Antes não conseguia conversar. Só sabia apresentar-me. Por exemplo, ‘Eu chamo-me..’, ‘Tenho tal idade…’. Mas, com a ajuda do CLJ, as minhas competências de português já são avançadas.

A autoaprendizagem, em Timor-Leste, é ainda muito difícil. É difícil encontrar pessoas que estudem sozinhas em casa. No CLJ, recebemos muitas fichas de trabalho. Considero isso positivo, porque incentiva os formandos a estudarem em casa.

Os professores esclarecem as dúvidas dos formandos e repetem conteúdos difíceis para que todos acompanhem. Gosto muito destes métodos. Se fossem adotados no ensino em Timor-Leste, então a qualidade da educação seria melhor.

Para conhecer melhor o CLJ, clique aqui.

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