O CLJ disponibilizou mais uma formação de Português para os profissionais de comunicação social timorenses. Formandos esperam melhorar conhecimentos na língua e aplicá-los no trabalho.
O Consultório da Língua para Jornalistas (CLJ) deu início, esta segunda-feira, a mais uma formação intensiva de Português dos níveis A1/A2 dirigida a jornalistas e profissionais de comunicação do Governo.
Frequentam o curso intensivo de 200 horas jornalistas de vários órgãos de comunicação social – Timor Post, Grupo Media Nacional (GMN), Hatutan, LafaekNews, Rádio Comunidade Comoro (RCC), Rádio Televisão Maubere, entre outros.
Os assessores de imprensa e oficiais de comunicação, vêm dos ministérios do Interior, da Administração Estatal e do Ensino Superior, Ciência e Cultura. Estão também presentes elementos das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste.
Domingas da Silva Gonçalves, 23 anos, chefe de redação da Rádio Comunidade Comoro, é uma das formandas. A jovem considera necessário os profissionais de comunicação social timorenses aprenderem a língua, porque, “com o conhecimento do português, terão também vocabulário em tétum”.
“Já frequentei alguma formação na universidade, mas foi de curta duração e com poucas horas. Não me permitiu melhorar. Espero, quando acabar a formação, pôr em prática aquilo que aprendi aqui. O CLJ dá-me oportunidade de melhorar o meu português e de produzir conteúdos na nossa rádio comunitária”, afirmou Domingas.
No entanto, para a chefe de redação, os benefícios de se dominar este idioma não se ficam por aí: “Saber português permite comunicar com os amigos da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa].
Cipriano Lemos, 35 anos, oficial de comunicação da Agência Nacional para a Avaliação e Acreditação Académica, considera também o curso “um caminho para aprofundar conhecimentos de língua portuguesa”. Regressa ao português depois do ensino secundário: “Esta formação vai recordar aquilo que estudei até ao secundário”.
“Estou confiante de que, com este curso, vou escrever melhor, produzir informação para o público e comunicar com os meus colegas que falam português”, disse Cipriano.
Aprofundar conhecimentos e escrever em português no local de trabalho são, de igual forma, os desejos de Carlota dos Santos, 28 anos, do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Cultura.
“Do ensino primário ao pré-secundário, memorizava e tentava melhorar o meu português, mas era difícil. Por isso, espero que no CLJ possa melhorar os meus conhecimentos, porque o português é importante no meu local de trabalho para escrever notícias e comunicar”, salientou Carlota.
O coordenador-geral do CLJ, Hermenegildo Xavier, acredita que os formandos têm reunidas as condições para o sucesso. Recorda que terão curso com “formadores qualificados, a nível didático e pedagógico, e materiais produzidos de acordo com as suas necessidades”.
Quando fala dos materiais, Hermenegildo Xavier refere-se aos manuais, concebidos numa perspetiva de Português Língua Não Materna, para Fins Específicos e para o contexto de Timor-Leste. Além destes manuais, os formandos recebem material escolar, portefólios para reflexão sobre o seu desempenho na aprendizagem da língua portuguesa e terão acesso a recursos interativos disponibilizados no sítio do CLJ, nomeadamente jogos com os conteúdos aprendidos nas aulas, a que têm acesso nos telemóveis.
A formadora portuguesa do curso, Ana Timóteo, encara esta diversidade de materiais como “fundamental para manter os formandos motivados, além de os colocar em cenários diferenciados, tentando e consolidando as suas competências”.
“A par do manual, serão aplicadas fichas de trabalho, para reforço do trabalho realizado, fichas informativas e visionados vídeos e apresentações”, acrescenta a professora. Materiais e estratégias para que não se esqueçam “as quatro dimensões estruturantes da aprendizagem de uma língua: expressão oral, compreensão oral, compreensão da leitura e escrita”.
José Monteiro, coordenador-adjunto do CLJ, sublinha a importância de aprender português, “não só para escrever nesta língua mas também para melhorar a escrita em tétum”. Apelando à comunicação em português, o coordenador lembra que os formandos começaram o seu percurso de aprendizagem do português.
O percurso formativo inicia-se com o curso de A1/A2 (iniciação). Os formandos transitam depois para a formação de B1, o curso de B2 (níveis intermédios, com 220h cada) até ao nível B2+ e Português Específico para jornalistas nas áreas da Educação, Saúde, Justiça, Economia entre outras. De 2016 a 2022, o CLJ lecionou só em sala de aula 8.419 horas de formação de Português para Jornalistas.
Os jornalistas que completarem o nível B2+ podem frequentar cursos de Fundamentos do Jornalismo e Jornalismo, pensados para as necessidades de formação deste público-alvo com base nas necessidades estudadas.
As secções de Português da Tatoli, Timor Post, GMN e Diligente contam também com formação diária de Português e Jornalismo em contexto de redação.
O CLJ é um projeto bilateral entre o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua e a Secretaria de Estado da Comunicação Social (SECOMS), que tem como objetivo melhorar as competências de língua portuguesa e de jornalismo de jornalistas e profissionais do Governo ligados à comunicação.
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