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Mais 27 jornalistas e assessores de imprensa frequentam curso de Português para Jornalistas do CLJ

A turma é composta por 23 jornalistas e quatro assessores de imprensa e oficiais de comunicação do Governo/Foto: Diligente

A formação, que teve início a 5 de fevereiro e vai terminar a 15 de abril, é direcionada para o nível B1 (intermédio baixo) e terá 200 horas no total.

O Consultório da Língua para Jornalistas (CLJ) começou, no dia 5 de fevereiro, em Kintal Bot, Díli, mais um curso intensivo de Português para Jornalistas do nível de proficiência B1 (intermédio baixo). Dirigida a profissionais da comunicação social, a formação pretende desenvolver os conhecimentos específicos da área em língua portuguesa, com conclusão prevista para 15 de abril, acumulando 200 horas.

Frequentam o curso, de segunda a sexta-feira, jornalistas de diversos veículos de comunicação social timorense – a Rádio e Televisão de Timor-Leste (RTTL), Grupo Media Nacional (GMN), Tatoli, Timor Post, Suara Timor Lorosa’e (STL), Hatutan, Díli Post, Rádio Rakambia, entre outros.

A turma é composta por 27 formandos, dos quais 23 são jornalistas e quatro são assessores de imprensa e oficiais de comunicação da Secretaria de Estado da Comunicação Social (SECOMS) e do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Cultura. Está também presente um elemento das FALINTIL-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL).

O coordenador-adjunto do CLJ, José Monteiro, destaca a importância de habilitar os profissionais de comunicação social timorenses para a transmissão de informação fidedigna ao público em língua portuguesa, “o que contribui para o aperfeiçoamento da qualidade da informação produzida no idioma nos diferentes órgãos.”

Natália Quintero, formadora do curso, explicou que o curso de B1 é o segundo ciclo de formação do CLJ, após o término dos níveis A1/A2. “Para os estudantes atingirem a proficiência esperada, o curso prevê uma etapa inicial de intensa revisão dos conteúdos gramaticais abordados no nível A1”, partilhou.

Depois, serão estudadas diversas estruturas e tempos verbais (infinitivo pessoal, pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito do indicativo, pretérito perfeito composto e futuro simples do indicativo), além de serem ampliadas questões de regência verbal e nominal, classes gramaticais (adjetivos, numerais, pronomes de complemento direto e indireto), tipos de discurso (direto e indireto) e voz passiva, explicou a professora.

Em relação aos recursos, salientou que os materiais do CLJ diferem de outros de Português Língua Estrangeira (PLE) pelo facto de terem sido concebidos para o ensino e aprendizagem para fins específicos – neste caso, para a realidade da comunicação social, e por abordarem questões relativas à política e ao meio ambiente.

“Trata-se não apenas de um material para aprender português, mas para propiciar o desenvolvimento da habilidade de ler, compreender e produzir textos jornalísticos. Portanto, os exercícios propostos, tanto nos manuais como na plataforma educaplay, contêm tarefas que pressupõem o trabalho com os mais diversos géneros jornalísticos: notícias, reportagens, crónicas, elaboração de perfis, entre outros”, enfatizou Natália Quintero.

Questionada sobre os desafios, a formadora indicou que, de forma geral, um dos elementos que aumenta o grau de dificuldade no processo de ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira está relacionado com a distância entre a língua materna dos formandos e a língua que pretendem aprender. Em Timor-Leste, essa dificuldade tem um papel importante, porque na sala de aula estão formandos cujas línguas maternas são diferentes.

Para a formadora, mesmo que todos tenham contactado, em contexto escolar, com o português desde a infância, dominar o idioma é muito mais do que reconhecer um repertório grande de palavras por tê-las ouvido ou lido muitas vezes. Acrescentou ainda que o facto de os formandos não estarem num contexto de imersão linguística faz com que a maioria não contacte com o português fora da sala de aula.

“Em certa medida, trata-se também de conquistar o coração dos formandos. Aprender é uma tarefa árdua, exigente e, como formadores, precisamos de atrair e manter o interesse dos formandos”, argumentou.

Segundo Natália Quintero, a aprendizagem e o domínio de uma língua dependem da dedicação e do acesso a recursos mínimos para o estudo, tais como livros e internet, mas mais importante é que as pessoas tenham hábitos de estudo consolidados.

Acrescentou ainda que, mesmo se tratando de um curso de português para fins específicos, é pensado para o desenvolvimento de todas as habilidades linguísticas, conforme os princípios do Quadro Comum Europeu de Referência para as Línguas. “Neste nível em específico, espera-se consolidar e conseguir que os alunos automatizem as estruturas básicas da língua”, detalhou.

A docente espera que, ao ampliarem a sua compreensão do funcionamento da língua, os formandos se tornem mais autónomos na expressão oral e escrita e sejam capazes de compreender textos e discursos mais complexos, ligados ao seu âmbito profissional.

O que pensam os formandos?

Constantino da Costa, 33 anos, responsável da comunicação social das Falintil Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), contou ao Diligente que decidiu frequentar o curso do CLJ porque percebe que, pelo cargo que ocupa, precisa de melhorar o seu nível de português. “Trabalho com portugueses e brasileiros, então preciso de falar português no meu dia a dia e o CLJ está a ajudar-me muito”, realçou o militar.

Sublinhou ainda que já tinha aprendido a língua portuguesa na escola, “mas era difícil, só memorizava os tempos verbais”. Para o profissional das F-FDTL, também é importante aprender a língua pelo facto de Timor-Leste fazer parte da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP).

Zefania Mendonça, 26 anos, apresentadora no Grupo Media Nacional (GMN), acredita que o idioma de camões permite conhecer o mundo. “É uma língua que nos possibilita comunicar com cidadãos de diferentes países, sobretudo os que pertencem à CPLP”, afirmou.

Para além disso, a apresentadora destacou que a formação desempenha um importante papel para o seu trabalho e,  na sua opinião, o apoio do CLJ aos profissionais de comunicação social de Timor-Leste serve de estímulo à produção conteúdos em português. “Estamos a aprender a escrever notícias, que depois corrigimos juntamente com a formadora, o que é muito vantajoso, porque refletimos sobre os nossos erros e não voltamos a repeti-los”, observou.

Por sua vez, Humberto Alves, 26 anos, jornalista da Rádio Comunidade Comoro (RCC), contou ao Diligente que, normalmente, a rádio só produz notícias em tétum, mas com a formação do CLJ, sente-se mais confortável e seguro para escrever em português, o que, acredita,“ vai atrair mais ouvintes”.

Para além disso, Humberto está convicto de que depois de concluir a formação, a RCC já não precisará de contratar mais tradutores. “Sou jornalista e o CLJ está a fornecer-me ferramentas para traduzir as notícias e também para escrever em português”, disse. Reforçou ainda que o melhor domínio do português também o ajuda a escrever com mais primor em tétum.

O CLJ é um projeto bilateral entre o Camões, Instituto da Cooperação e da Língua e a Secretaria de Estado da Comunicação Social (SECOMS), e tem como objetivo melhorar as competências de língua portuguesa e de jornalismo de jornalistas e profissionais do Governo ligados à comunicação social.

Para conhecer melhor o CLJ, clique aqui.

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