Universitários querem evitar o encerramento de três escolas em Ermera

Organização estudantil defende investimento do Governo na reabilitação das escolas/Foto: Diligente

A União dos Estudantes Universitários do Município de Ermera discorda da decisão do Ministério da Educação Juventude e Desporto (MEJD) de encerrar três escolas secundárias técnico-vocacionais (ESTV), em Ermera. A organização estudantil defendeu, em conferência de imprensa, que o Governo devia investir na reabilitação destas escolas com condições precárias em vez de as fechar, decisão que remonta a 2022.

Zaqueu Maia de Araújo, porta-voz da organização, disse que as ESTV Railaka, ESTV Kalbale e ESTV Remam Bote permitem aos estudantes com dificuldades económicas nas áreas rurais estudar sem terem de se deslocar para Gleno, a capital do município.

Para o porta-voz, a decisão é uma “imprudência do Governo”, que pode encorajar o abandono escolar e levar ao aumento dos problemas sociais. Depois de 20 anos de independência, o Governo já devia ter sido capaz de criar boas condições nas escolas, uma vez que a educação é essencial para o desenvolvimento do país, sublinhou.

“Este não é o momento para fechar as escolas. O MEJD é responsável por investir nos estabelecimentos de ensino que ainda não têm mobiliário e condições que garantam a qualidade da educação para todos os cidadãos”, realçou, lamentando ainda que o MEJD não tenha um plano para desenvolver estas escolas e a única solução seja fechá-las.

O diretor-adjunto da Escola Secundária Técnico-Vocacional de Lauana, Filipe Soares de Araújo, confirmou ao Diligente que o Ministério da Educação quer fechar as escolas por considerar que os três estabelecimentos “não têm matrículas suficientes, têm poucas salas de aula e não possuem também salas próprias para a componente prática da formação técnica”.

“Se não temos edifícios escolares, quem é o responsável? Não é o Ministério da Educação? E para que serve o Orçamento Geral do Estado que o Parlamento Nacional aprova anualmente?”, questionou o diretor.

O diretor-adjunto informou ainda que, como estas escolas não têm edifícios próprios, têm utilizado provisoriamente as instalações do ensino básico.

Por sua vez, o diretor da Educação do Município de Ermera, Eduardo Martins, informou que a Educação Municipal não tem competência para impedir a suspensão e atribui essa responsabilidade ao Governo. “Queria que estas escolas continuassem a funcionar, mas temos de acatar a decisão do nosso superior”, lamentou.

O MEJD quer suspender o registo de novos estudantes e encerrar as escolas, depois de o 11.º e 12.º anos terminarem os cursos. A União dos Estudantes quer reunir-se com o MEJD para reverter a situação e evitar o encerramento das escolas, previsto para 2024.

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