CONTEÚDO COMERCIAL

TimoRock Eco-Solutions pretende “dar nova vida” a estradas rurais e dinamizar a economia do país”

Testes com o produto em Timor-Leste/Foto: Diligente

A empresa propõe-se a oferecer um material alternativo ao método convencional de construção de estradas do país, um “sistema inovador de compactação de solos de alta tecnologia”,  utiliza os materiais “in situ” e transformando-os em pedra através de uma reação catalítica “processo de petrificação”, sendo esta uma solução ecológica, económica, sustentável e altamente resistente à água.

Quem passeia por Timor-Leste sabe que os buracos nas estradas do país são comuns e, quando chove com maior intensidade, as vias costumam ficam cobertas por grandes quantidades de lama e pedras, tornando a circulação perigosa.

Habitantes dos postos administrativos de Letefoho e de Atsabe, por exemplo, já se queixaram várias vezes das más condições do percurso que faz a ligação à cidade de Gleno, capital do município de Ermera. Durante a época das chuvas (dezembro a maio), grandes poças de água e deslizamentos de terra são frequentes no caminho. Já na época seca (entre junho e novembro), as ruas enchem-se de pó e pedras, que podem provocar furos nos pneus dos veículos e causar acidentes.

Consciente destes problemas, a empreendedora Mirabília Sarmento ousou criar em Timor-Leste, em 2014, uma empresa na área das infraestruturas, a TimoRock Eco-Solutions, que fornece uma tecnologia avançada para a melhoria da qualidade do solo – a “TimoRock Technology System”, totalmente resistente à infiltrações e apresenta outras vantagens.

A primeira fase do projeto focou-se na apresentação técnica do produto a todos os departamentos relevantes do Ministério das Obras Públicas (MOP), desde o Ministro do V Governo, Gastão de Sousa, passando pelo VIII Governo, o ministro Salvador Soares dos Reis Pires e agora o IX Governo, Samuel Mendonça aos assessores e técnicos do Laboratório Nacional das Obras Públicas e da Agência do Desenvolvimento Nacional (ADN).

A segunda prioridade foi a preparação dos recursos humanos para integrar a estrutura técnica da companhia, criar uma equipa de especialistas locais para dar apoio técnico aos construtores locais, sendo esta tecnologia completamente nova no país, era necessário transferir o know-how. “Na altura, precisávamos de tempo para criar condições em três áreas específicas: técnicos de laboratórios, técnicos para a supervisão e controlo de qualidade no terreno e operadores de máquinas para a aplicação do produto. Desta forma, assinámos um memorando de entendimento, em 2019, com a Faculdade de Engenharia, Ciências e Tecnologia, da Universidade Nacional Timor Lorosa´e (UNTL) para dar formação específica aos estudantes finalistas de Engenheira Civil sobre o produto, na especialidade da área do laboratório melhoria do solo, para depois podermos implementar nas estradas”, contou a empresária.

Desde o início da preparação, a equipa técnica internacional fez várias reuniões a nível governamental e realizou experiências. O Laboratório Nacional de Obras Públicas fez ensaios CBR (California Bearing Ratio), testes utilizados na engenharia civil para avaliar a resistência ao cisalhamento dos solos e materiais de base para pavimentação. Este teste fornece informações sobre a capacidade do solo de suportar determinadas cargas e pressão e a avaliação foi muito satisfatória.

Em 2021, um novo ensaio CBR de campo foi efetuado pelo Governo, num trecho de 100 metros, em Díli, sob a supervisão do ex-ministro das Obras Públicas, Salvador Pires, do ex-ministro Taur Matan Ruak e de todos os diretores e técnicos do Laboratório Nacional do MOP e da Agência de Desenvolvimento Nacional (ADN). Na ocasião, todos os resultados foram satisfatorios, e foi enviado um relatório detalhado da companhia ao então Primeiro-Ministro, Taur Matan Ruak.

“Para que haja desenvolvimento económico equilibrado, é fundamental que a rede de estradas rurais seja melhorada para ligar as pessoas, incentivar o desenvolvimento agrícola, aumentar os rendimentos rurais, permitir a prestação efetiva de serviços públicos, incluindo os cuidados de saúde, educação e segurança”, realçou a diretora executiva do TimoRock, Mirabília Sarmento.

Depois de 34 anos a morar no estrangeiro, Mirabília regressou a Timor-Leste com o sonho de contribuir para a melhoria do país. Desde 2014 até à data, viveu momentos de readaptação à sua própria cultura. “Quando saí daqui com nove anos para morar no exterior, cantava canções timorenses, comia comida timorense e fazia tudo de forma timorense. Voltar foi também uma oportunidade de conhecer melhor a história e as minhas raízes. Tudo isto, deu-me uma visão clara de como me reafirmar para realizar este projeto e lutar pelo desenvolvimento de Timor-Leste”, observou.

Benefícios do sistema TimoRock

A tecnologia utilizada pela TimoRock foi desenvolvida como uma alternativa à forma convencional de construção de estradas, que atualmente adota o sistema de standard internacional “American Asociation Standards Highway Transportation Officials – AASHTO”, que tambem é adotado pelo Sistema da Tecnologia Timorock, mas com esta tecnologia oferece uma maior qualidade e um CBR mais elevado do que o método convencional. Por fim, aumenta a densidade de compactacao e a estabilidade da via ou caminho.

O material é impermeável à água, diminui drasticamente a poeira durante a época seca e elimina por completo a lama e os buracos na época da chuva, é irreversível e de longa durabilidade. A tecnologia é elogiada por também ser 100% ecológica, por representar uma menor agressão à paisagem pela extração de inertes. Todos os materiais a serem usados são aproveitados e reutilizados no mesmo local da obra, o que vai poupar imenso nos custos de logística de transporte. Diminui a capa asfáltica entre três a cinco cm, o que vai reduzir o uso de combustíveis fósseis, como o petróleo, como matéria-prima para asfaltar as estradas e gastos como a manutenção das vias seriam mínimos, contribuindo enormemente para os cofres públicos.

Testes das várias amostras de solo

Inicialmente, procedeu-se à recolha de amostras do solo de determinado trecho para analisar no laboratório, depois passou-se à identificação e classificação do solo, posteriormente fizeram a mistura do líquido com as diferentes percentagens dos materiais recolhidos dos solos e previamente classificados para obter os melhores resultados nos ensaios sobre a sua capacidade de absorção e retenção de água (capilaridade ou impermeabilidade) e finalmente fazem-se os ensaios de CBR (California Bearing Ratio).

O papel dos técnicos de laboratório é fundamental, na medida em que após os diferentes tipos de ensaios de solos para diferentes fins como já supra mencionadas, e encontrar os melhores resultados, estes são levados à implementação que será uma reprodução exata à escala do terreno.

“A aplicação do Sistema TimoRock é amiga do ambiente, porque reduz significativamente a necessidade de aporte de terraplanagens, uma vez que é efetuada aproveitando os materiais naturais de cada solo. Ao aplicar o produto, há uma melhoria consistente e uniforme, independentemente das variações dos tipos de solos ou outras condições”, destacou Mirabília Sarmento.

A aplicação do sistema faz com que as partículas pequenas de silte e argila se juntem de forma irreversível, formando aglomerações, processo a que se chama coagulação. Esta reduz a área granulométrica do solo, ou seja, as partículas não ficam dispersas ou soltas.

Até ao momento, um trecho de 15 quilómetros, de Gleno a Letefoho, está a ser contemplado com o sistema TimoRock. O procedimento está em fase de teste.  A expetativa é de, após os resultados serem avaliados, levar a tecnologia para atender as outras estradas rurais de Timor-Leste.

Testes efetuados no laboratório da UNTL, em Hera/Foto: DR (Tecnicos do Laboratorio Nacional das Obras Publicas)

“A empresa TimoRock proporcionou-nos uma experiência muito completa. Além disso, inseriu-nos no mercado de trabalho e trouxe outros benefícios como construir estradas sustentáveis, dinamizar a economia e, ao mesmo tempo, é amigo do ambiente”

O que os estudantes e profissionais dizem

Os estudantes de Engenharia Civil da UNTL puseram em prática o que aprendem na sala de aula durante uma semana, de 6 a 11 de novembro, no seminário subordinado ao tema “Tecnologia de melhoramento do solo para adaptação às alterações climáticas”, realizado na Faculdade de Engenharia Civil, em Hera.

Fijai Nevi Gomes, estudante finalista de Engenharia Civil, espera um dia vir a trabalhar com a equipa do TimoRock, projeto que considera “uma porta aberta para movimentar a economia do país.”

A empresa TimoRock proporcionou-nos uma experiência muito completa. Inseriu-nos no mercado de trabalho e trouxe outros benefícios, como construir estradas sustentáveis e dinamizar a economia”, disse.

O estudante espera que o Governo trabalhe com a empresa para melhorar o país. “Sabemos que um dos principais problemas de Timor-Leste tem a ver com as más condições das vias, dificultando a circulação de pessoas e bens. E os prejudicados são os que vivem nas áreas remotas, porque não conseguem transportar as mercadorias para a capital do país. Quando as estradas forem boas, todos vão ter oportunidades. E eu quero fazer parte desta mudança”, afirmou Fijai Gomes.

“Percebi que o produto do TimoRock é diferente. Depois de analisarmos, percebemos que esta tecnologia pode diminuir os custos e o trabalho será eficiente e rápido”

Maria de Fátima Belo, diretora da companhia Nautetu, empresa de construção de estradas que atua em parceria com a TimoRock, mostrou-se muito satisfeita com o projeto. “Percebi que o produto da TimoRock é diferente. Depois de analisarmos, percebemos que esta tecnologia pode diminuir os custos e o trabalho será eficiente e rápido”, enfatizou.

Depois de assistir à experiência feita pelos funcionários da TimoRock sobre as fases de construção da estrada, o diretor da Unidade de Fiscalização Ambiental, Aníbal Soares, observou que a mistura dos componentes não contém elementos químicos perigosos para o ambiente. “As análises do laboratório demonstram a qualidade do produto”, sublinhou.

Por sua vez, Benjamin Martins, docente do Departamento da Engenharia Civil da UNTL, explicou que a TimoRock começou, em 2014, a promover formações para os estudantes. “A Faculdade de Engenharia tem de estar atualizada e conhecer os novos produtos desenvolvidos pelas companhias de construção de estradas, por isso, destaco a importância desta parceria com a TimoRock. Espero que no futuro se resolva o problema das más condições das estradas para que quando chover, as vias não pareçam uma ribeira. Acredito que este projeto vai permitir estabilizar o solo, podendo reduzir o impacto ambiental e os gastos”, salientou, acrescentando que o produto deve tornar-se numa marca nacional.

O professor lamentou que, apesar do investimento do Governo, através de recursos financeiros humanos, as condições das vias continuem a agravar-se, pois os locais de risco não são identificados por falta de especialistas ambientais para o fazerem.

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  1. Esperamos que mais tarde se resolva as condições de más estradas e evitando os dezastres naturias como a erosão em Timor. Aprecio a boa vontade da Companhia TimoRock, o seu produto inovador vai dar impacto a mudança ecológa e económica em Timor.

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