SANTOS POPULARES

Santo António celebrado por timorenses e portugueses

Animação durante a marcha de Santo António/ Foto: Diligente

Evento realizado no Centro Cultural Português premiou os tronos de Santo António, tradição que destaca a importância das festas populares.

Apesar da chuva que teimava interromper o habitual sol da tarde de sábado, dia 24 de junho, foram muitas as pessoas que acorreram, entusiasmadas, ao Centro Cultural Português, na Embaixada de Portugal em Díli, para assistir à atribuição de prémios do concurso Tronos de Santo António e homenagear o padroeiro dos pobres.

A Embaixadora de Portugal em Timor-Leste, Manuela Bairos, destacou que a iniciativa pretendeu espalhar a mensagem do Santo António “de auxiliar os que menos podem”, além de fazer com que as festividades, “que envolvem celebrações de rua muito alegres, cheguem também aqui”.

 

Embaixadora de Portugal, Manuela Bairos: mensagem de Santo António é de “auxiliar os que menos podem”/Foto: Diligente

“O concurso de tronos de Santo António realiza-se todos os anos em Lisboa, terra natal de Santo António. Há sempre uma grande adesão da população lisboeta, que constrói os tronos à porta de casa”, explicou a Embaixadora.

Organizado pelo Centro Cultural Português, o evento contou com a participação de 20 concorrentes dos mais variados meios: escolas, instituições religiosas e candidaturas individuais. Os alunos das Escolas CAFE de Díli, Ermera, Liquiçá e Manatuto animaram a tarde com declamação de quadras populares, danças tradicionais e uma marcha de Santo António.

Para compor as obras, os participantes utilizaram elementos e símbolos da cultura timorense, como o tais, o café, frutas e animais, com destaque para o crocodilo.

O primeiro lugar foi atribuído à Comunidade Formativa Escravas SS Eucaristia e da Mãe de Deus de Tibar.

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Primeiro lugar. Comunidade Formativa Escravas SS Eucaristia e da Mãe de Deus de Tibar/Foto: Diligente

“Ficámos muito contentes, porque não esperávamos ganhar. O nosso trono, feito com produtos naturais, tem como objetivo dar a conhecer a história de Santo António. Ele é conhecido, por portugueses e timorenses, como Santo casamenteiro, que queria abolir o casamento arranjado pelos pais, defendendo o casamento por amor”, disse Leonora Rui Dias, formanda da Comunidade Formativa Escravas SS Eucaristia e da Mãe de Deus de Tibar.

Por sua vez, a irmã Fátima, da mesma comunidade formativa, explicou que demoraram quatro dias para construir o trono. Utilizaram casca de café, café em grão, tamarindo, banana, pequenos barcos de madeira, peixes de cartão, tais, renda da fibra de bananeira, tapete de bambo, manjerico, noivos e uma estátua de Santo António. “Este trono visa representar as regiões timorenses que adoram o Santo António como patrono e santo casamenteiro de Lisboa”.

Teresa Nery e Flor Gomes, duas professoras portuguesas, ficaram em segundo lugar.

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Segundo lugar. O trono de Teresa Nary e Flor Gomes/Foto: Diligente

“Somos independentes, não representamos nenhuma instituição. Fizemos um levantamento do sermão do padre António Vieira sobre o Santo António aos peixes e tiramos um apontamento do texto para a nossa obra”, contaram Teresa Nery e Flor Gomes, professoras portuguesas que ficaram “muito orgulhosas” de terem conquistado o segundo lugar.

Em terceiro lugar, ficou a Escola CAFE de Maliana. Maria da Luz Rosa e Hilária Costa, representantes da unidade, disseram ter ficado surpreendidas com o resultado, o que as deixou “de coração cheio”.

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Terceiro Lugar. O trono de Santo António da escola CAFE de Maliana/Foto: Diligente

“Desejamos ter saúde e que os nossos alunos possam encontrar, no futuro, aquilo que desejam. Para nós, o Santo António protege o povo, sobretudo os timorenses. Há uma paróquia, em Bobonaro, que se chama Santo António”.

Na quarta posição, ficou a Escola CAFE de Díli. O professor Zaqueu Gomes, representante da escola, mostrou-se orgulhoso com o resultado obtido. “O processo de preparação durou duas semanas, porque precisámos de juntar vários materiais. Não podia faltar o crocodilo”, ressaltou.

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Quarto Lugar. O trono da escola CAFE de Becora, Díli/Foto: Diligente

A quinta posição foi dividida pela Escola Portuguesa de Díli e a Escola CAFE de Baucau.

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Quinto Lugar. O trono da escola CAFE de Baucau/Foto: Diligente

“A ideia da construção partiu de todos os colegas. Usamos folhas, caixas, tais e uma estátua de Santo António. Pensávamos que íamos ganhar, mas não conseguimos. Agradecemos o quinto lugar a Santo António”, esclareceu Anabela Armando, representante da Escola CAFE de Baucau. Pediram a Santo António que abençoe Baucau e que lhes permita continuar a ser bons professores e a contribuir para o futuro dos alunos.

A Escola CAFE de Maliana ganhou o voto popular. A menção honrosa foi atribuída à Escola CAFE de Aileu.

Os vencedores levaram para casa uma quantia simbólica em dinheiro.

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Trono de Santo António do CAFE de Aileu/Foto: Diligente

Confira a galeria com mais imagens do evento

Ver os comentários para o artigo

  1. Santos Populares ajudem o nosso Timor!

    Santo Antonio
    Os politicos dao cabo do cachimonio
    E do nosso neuronio
    Como parte do nosso patrimonio
    De a mao a Sao Pedro
    Para Timor se ver livre de tanto enredo
    Uma vida melhor sem medo
    Mais liberdade, menos credo
    Menos ferida, mais dedo
    Na montanha e no penedo
    Tragam convosco o Sao Joao
    Para a reinacao
    Para ajudar a ver-nos livre de tanto burlao
    Aldrabao
    Ze Foliao
    Ajude as mulheres a terem maior opiniao
    Inclusao
    Para o futuro da Nacao
    E que todos dem a mao
    Com uma boa merenda pras criancas, educação

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