Em Díli, existem 11 companhias responsáveis pela reabilitação da rede elétrica da capital. As empresas foram contratadas por ajuste direto, em 2016, pelo VI Governo constitucional, de que Xanana Gusmão era Primeiro-Ministro, no âmbito da Política de Eletrificação Nacional (PEN), sob a tutela da EDTL.
O comissário executivo dos Serviços Técnicos da EDTL, Latino Jerónimo, explicou ao Diligente que o projeto de reabilitação dura há seis anos, porque as companhias só trabalham duas horas por semana.
Todas as semanas, ao sábado e ao domingo, a EDTL publica na página de Facebook um aviso semelhante a este: “A EDTL avisa que a companhia X vai cortar a eletricidade, durante duas horas, no alimentador VI que cobre a área X”.
Para executar estes trabalhos, o comissário da EDTL explica que é obrigatório desligar a eletricidade. Por isso, “aos sábados, avisamos sempre os clientes que vamos cortar a energia para que as companhias possam montar novos fios durante duas horas. Às vezes, demoram mais tempo, porque a instalação é complexa”. Relativamente Relativamente aos outros dias, avança que não devem desligar a eletricidade durante a semana, “porque as pessoas estão a trabalhar e ao domingo há missas nas Igrejas”. Apesar disto, são regulares os cortes de eletricidade também ao domingo, entre as 12h e as 14h, no mínimo.
Maria Pereira, doméstica e habitante de Bidau Lecidere, realça que, em Díli, as pessoas estão mais dependentes da eletricidade do que nos outros municípios e reclama que a luz não pode falhar durante duas ou três horas. “Quando falha a eletricidade, não podemos cozinhar, ferver água e o ar condicionado não funciona”.
Joanina Soares, dona da gelataria MEHI, conta que teve de comprar um gerador para poder conservar os produtos. “Normalmente, antes de cortar a energia, a EDTL avisa-nos e ligamos o gerador para que os produtos congelados não se estraguem”, caso contrário teria de fazer face a prejuízos altos.
Sobre as falhas constantes de eletricidade, que vão além das áreas destinadas às reabilitações aos fins de semana, o responsável da EDTL explica que se devem ao facto de a maioria dos cabos ser antiga e precisar, por isso mesmo, de ser trocada: “Apesar de a carga elétrica ter aumentado, usamos os mesmos cabos que usávamos quando a carga elétrica era menor, o que pode provocar curto-circuito e corte de luz”.
“Quando há chuva, há sempre falhas elétricas em algum lugar, porque alguns cabos antigos ainda não têm isolador. Com o mau tempo, o vento transporta folhas e ramos de árvores que se colam ao cabo, provocando curto-circuito e causando a falha elétrica”, frisou.
No passado domingo, o Diligente falou com Eduardo Pereira, supervisor da empresa Montez Frere Unip.Lda, que está a desenvolver trabalhos de reabilitação da rede elétrica, mas não faz parte das 11 empresas escolhidas por ajuste direto de 2016.
Revelou-nos que a empresa ganhou o projeto para reabilitar a eletricidade do alimentador VI, através de um concurso público lançado pela EDTL, em agosto do ano passado. Este alimentador cobre a área de Bidau Masssaur, Bidau Toko Baru, Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), Bidau Santana, Metiaut, Cristo Rei, Bidau Lecidere, Akadiruhun, Kuluhun, Audian, Bemori, Bairro dos Grilos, Akait, Palácio do Governo, Mercado Lama, Mascarenhas até Kaikoli Bombeiros. “Já trocámos postes antigos e agora temos de trocar os cabos obsoletos e mudar os da internet para novos postes de eletricidade. Às vezes, este trabalho demora muito tempo, entre duas a quatro horas”. O supervisor avançou ainda que o projeto, que começou no ano passado, terminará em breve.
O Diligente tentou averiguar, junto do Comissário da EDTL, o motivo pelo qual foi criado um novo projeto no ano transato e contratada uma nova empresa, uma vez que as 11 companhias contratadas em 2016 ainda não terminaram o seu trabalho, mas foi-nos dito que se trata de informação confidencial.
O projeto foi adjudicado diretamente, em 2016, às seguintes companhias: Inaziju, Ferajota, Jmindo, Joia Leste Unip. Lda, Ceulajiu Unip.Lda, Anicla Lda., Cartilo Unipessoal Lda, Derren Construction Unip. Lda., Embi Electrik Unip. Lda., Ladamutu Unip, Lda., Sonalevi Unip. Lda.
Ainda existem estás empresas? Ou já se tornaram nas fantasmas?
Da-se tanto a luz em TL, humanamente falando, como e quw nai se e capaz de se manter as ferramentas electricas para se evitar tanto curto circuito?