Quarenta e cinco timorenses aprenderam a transformar o “dom para a arte” e a cultura em negócio

Conclusão da 2.ª edição da formação em Empreendedorismo Cultural. Formandos vão agora traçar plano de negócios /Foto:UE

Frequentaram a segunda edição do curso de Empreendedorismo Cultural e Fontes de Financiamento e receberam os certificados esta segunda-feira no Centro Cultural Jorge Sampaio. A formação teve como objetivo principal capacitar estes 45 formandos para o desenvolvimento de projetos no setor económico e cultural, nomeadamente na preparação de ferramentas de trabalho para que as iniciativas culturais possam ser realidades competitivas.

Esta e outras formações, que se estendem aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e ocorrem desde 2019, são uma iniciativa do projeto da União Europeia PROCULTURA PALOP-TL.

Da segunda edição do curso, implementado pela Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), em parceria com o Camões, I.P., no âmbito da execução do PROCULTURA, fizeram parte conteúdos como a planificação e avaliação de projetos, comunicação e marketing cultural, internacionalização e fontes de financiamento.

Luzia Ximenes, 18 anos, estudante do curso de Economia e Contabilidade da Universidade da Paz, garante que não adquiriu conhecimentos em vão tal é o entusiasmo e ansiedade de ter o seu negócio. “Com a bagagem de conhecimento sobre o plano de negócios que esta formação me deu, estou convicta de que em breve vou abrir o meu restaurante só com comida tradicional”. E acrescenta: “A gastronomia é uma parte indispensável da cultura de um povo. A maioria dos timorenses ainda não tem noção de como faz falta. Sinto, por isso, a necessidade de a promover”.

Também Francisco dos Santos, 29 anos, funcionário do Comité Nacional para o Património Cultural e Material de Timor-Leste, se diz “muito feliz com o resultado da formação”. Refere a contribuição para a carreira e o enriquecimento com informações técnicas e novos conhecimentos para desenhar um projeto cultural com sustentabilidade”.

Formandos vão continuar a receber apoio formativo do PROCULTURA PALOP-TL após a conclusão do curso./ Foto: UE

No entanto, o percurso formativo não acaba aqui. Como nota Alejandro de los Santos, um dos três formadores do curso, não se aprende apenas em três semanas: “Para absorver todos os conceitos, é preciso estudar constantemente. A formação terminou, mas ainda vamos continuar a acompanhá-los”. Daqui a dois meses, os formandos vão receber um tutorial online e individual para se verificar a evolução e ver os seus planos de projetos artísticos e culturais, podendo, assim, identificar-se as dificuldades e as necessidades formativas.

O embaixador da União Europeia, Marc Fiedrich, considera que os timorenses “têm um dom para a arte, mas falta o dom para ganhar dinheiro com a arte”. Acredita, por isso, que podem desenvolver produtiva e economicamente a criatividade artística.

O adido cultural Diego Santiago Ribero, representante da Embaixada da Espanha em Jacarta, mostrou-se também confiante de que esta formação cultural “pode inspirar os jovens a aprimorarem o seu talento, ganhando a vida com eles”.

ROCULTURA é uma ação financiada pela União Europeia no âmbito do Programa Indicativo Multianual PALOP-TL UE, cofinanciada e gerida pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e cofinanciada também pela Fundação Calouste Gulbenkian. Tem por objetivo contribuir para a criação de emprego em atividades geradoras de rendimento na economia cultural e criativa nos PALOP e em Timor-Leste, entre 2019 e 2024, com um orçamento de 19 milhões de euros (cerca de 21 milhões de dólares americanos).

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