PLP: “A prioridade é resolver problemas dos veteranos”

António Freitas, Coordenador Geral da Equipa Sucesso do Partido Libertação Popular (PLP)/Foto: DR

O Diligente entrevistou António Freitas, Coordenador Geral da Equipa Sucesso do Partido Libertação Popular (PLP), que se apresenta à corrida para as eleições parlamentares marcadas para dia 21 de maio. O coordenador falou sobre os objetivos do partido que lidera atualmente o VIII Governo Constitucional de Timor-Leste, em coligação com a Fretilin e o KHUNTO. De acordo com o responsável, o partido liderado pelo atual Primeiro-Ministro, Taur Matan Ruak, tem as suas metas de governação bem definidas e, na lista das prioridades, os problemas dos veteranos estão em primeiro lugar.

Quais são as principais metas do programa de Governo do PLP?

Temos dez objetivos a que chamamos os “10 mandamentos” do nosso partido. A prioridade são os veteranos, estão em primeiro lugar. Resolver os problemas de grupos específicos, nomeadamente aqueles que lutaram na Resistência durante três anos e os que lutaram entre quatro a sete anos. Refiro-me aos grupos para quem estava previsto, no Orçamento Geral do Estado para 2023, o Fundo dos Veteranos, que o Tribunal de Recurso acabou por considerar inconstitucional, no seguimento da análise solicitada pelo Presidente da República.

Em segundo lugar, pretendemos aumentar as receitas domésticas. Em terceiro, continuar a prestar apoio social aos idosos e aos portadores de deficiência. Queremos ainda dar atenção à questão da má nutrição. Apoiar as famílias com baixos rendimentos, através do crédito bonificado com um juro de 3% por ano.

Outro dos objetivos do PLP é manter e reforçar os programas sociais, a nível nacional, para as mulheres grávidas. Para além disto, queremos continuar a dar valor e apoio às autoridades locais. Pretendemos também implementar uma política de descentralização no país e fortificar a cooperação regional e internacional com os países vizinhos, parceiros e aliados. Por último, o nosso partido quer reforçar a estabilidade da segurança nacional, regional e internacional, dar apoio aos jovens e incentivar os grupos de artes marciais, de modo a evitar os conflitos entre eles.

Porque é que os eleitores devem votar no PLP?

Os eleitores devem votar com base nos programas. O PLP liderou o Governo durante dois anos e meio, porque veio resolver o impasse que o Governo anterior criou. O nosso programa é para o povo, é diferente dos outros governos. Criámos bolsas de estudo para os jovens com melhores classificações, para os filhos que vêm de famílias carenciadas e filhos dos veteranos. Estabelecemos um programa denominado Uma Naroman ba Povo, de assistência social para idosos e grupos de pessoas vulneráveis. O PLP foca-se nas pessoas como vetor de desenvolvimento e não no dinheiro e nas infraestruturas como motor para fazer o país crescer, até porque se olharmos para os governos anteriores, vemos que construíram autoestradas e aeroportos, mas que não são usados.

O que diferencia o PLP dos outros partidos?

As metas que eu mencionei é que fazem a diferença. Todos os anos, os funcionários públicos recebem o 13.º mês. Então, o PLP quer que os cidadãos vulneráveis também recebam 200 dólares americanos no final do ano e que depois esse valor seja aumentado. São estas medidas que atraem as pessoas e as fazem sentir a independência do país.

“Um dos assuntos que o partido vai resolver urgentemente é a questão da habitação, porque a capital está caótica”

Quais são os problemas mais urgentes para resolver em Timor-Leste?

Um dos assuntos que o partido vai resolver urgentemente é a questão da habitação, porque a capital está caótica. Cabe ao nosso partido pensar em medidas de gestão da cidade, de modo a modernizar Díli. É necessário realojar a população, porque, em Díli, as residências estão misturadas com as embaixadas, os ministérios e o comércio. Tudo isto faz parte do ordenamento territorial. Temos de transformar o antigo porto de Díli num sítio turístico e continuar a desenvolver os outros programas do atual Governo.

“Sobre a comunidade LGBTQI+, não teço comentários”

Se o PLP vencer as eleições, enquanto Governo, como vão atuar para salvaguardar os direitos dos grupos mais vulneráveis, nomeadamente LGBTQI+, cidadãos portadores de deficiência, mulheres, crianças?

O PLP tem um programa focado na inclusão social. Só o VIII Governo Constitucional, liderado pelo primeiro-ministro Taur Matan Ruak, ratificou leis internacionais para salvaguardar os direitos dos grupos mais vulneráveis, nomeadamente cidadãos portadores de deficiência, mulheres e crianças. Durante muito tempo, nenhum dos partidos deu atenção às pessoas portadoras de deficiência. O PLP também está preocupado com a questão da má nutrição infantil e as suas consequências. Sobre a comunidade LGBTQI+, não teço comentários.

Caso não consiga obter maioria absoluta, o partido está disponível para fazer coligação com outros partidos? Se sim, quais?

Não fazemos coligações, mas assinamos uma Plataforma de Entendimento entre o Partido Libertação Popular (PLP), a Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN) e o Kmanek Haburas Unidade Nasional Timor Oan (KHUNTO). Depois da votação, os três partidos vão juntar os votos. Talvez os outros partidos que consigam assento parlamentar também façam coligações, exceto o Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT).

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  1. PLP gosta muito promesas mas realizar as promesas é zero . O que faz no governo? Eu estou triste com Taur. Antes eu acredito que ele quer mudar Timor mas só fala.

  2. Embora mais de 65% ou 70% da população seja jovem, o PLP tem como prioridade os veteranos???? E quer continuar a dar esmolas (subsídios) às pessoas em vez de resolver problemas estruturais do país, como a pobreza e ou a educação? Medidas populistas com poucos resultados. Eu tinha muitas mais perguntas para este senhor!

  3. Este comentário mostra que o partido PLP também discrimmina a comunidade LGBTQI+. Os tempos mudaram e muitas coisas evoluíram, no entanto, ainda existe preconceito e discriminação quando alguém assume uma orientação sexual para além da heterossexualidade. que triste.

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