Para um 2024 com mais consideração e respeito pela infância: um novo desafio para as famílias

Família é a parte integrante no desenvolvimento das crianças?/Foto: Pixabay

Segundo estudos nas áreas da Psicologia, Sociologia, Ciências da Educação e Pediatria e de acordo com a Convenção dos Direitos das Crianças, a infância é um direito. As crianças merecem crescer num ambiente feliz e de acordo com a sua idade, para isso, precisam de apoio nos estudos, boas condições para o seu desenvolvimento, consideração pela sua existência e respeito pela sua evolução.

A psicologia do desenvolvimento considera que a infância é uma etapa muito sensível. Por isso, ao longo do crescimento, a criança precisa de ser saudável, tanto física como psicologicamente, havendo equilíbrio entre ambos, de forma desenvolver o pensamento, a inteligência e o comportamento.

Suponhamos que uma criança nasce numa família economicamente estável e tem tudo, mas, em casa, o ambiente não é salutar. Há constantemente discussões familiares, gritos, violência, os pais não passam tempo suficiente com os filhos. Ora, este ambiente considerado conflituoso, pode causar um efeito negativo no desenvolvimento da criança, tanto no processo de aprendizagem intelectual, como social.

A criança precisa de crescer num ambiente sem violência e sem discussões constantes, para que possa aprender de forma positiva e ter um desenvolvimento são, para isso, é necessário estabelecer uma comunicação assertiva entre adultos e crianças, oferecendo-lhes tempo para as acompanhar.

Para confirmar este exemplo, gostaria de mencionar a teoria da aprendizagem observacional, do psicólogo canadiano, Albert Bandura, conhecida também como aprendizagem social, que dá conta que as crianças aprendem facilmente através da observação e, em seguida, implementam o que observaram. Neste sentido, queria realçar que é muito importante que os adultos tenham em conta que os comportamentos que consideram inadequados, por exemplo, se um adulto não gosta que uma criança lhe grite, também não pode gritar às crianças nem às pessoas à sua volta. Se um adulto não gosta que uma criança lhe falte ao respeito, deve respeitar a criança ou as pessoas com quem interage. Só assim a criança terá um bom exemplo para seguir.

Jean Piaget chamou a este processo assimilação de aprendizagem. A teoria do apego/afeto do psicanalista inglês, John Bowlby, defende que as crianças precisam de estabelecer um laço afetivo saudável com os seus cuidadores, porque é esse vínculo que as ajuda a desenvolverem-se, porque há uma figura que as acompanha e as orienta nas diferentes etapas da vida.

Já a teoria de Bandura explica que a criança aprende facilmente com o que vê e com o que sente. Por isso, os adultos devem criar um ambiente pacífico e feliz, onde há tempo para acompanhar as crianças.

Para termos uma sociedade sem violência, temos de começar primeiro em casa, com a educação familiar. Infelizmente, na sociedade timorense, ainda existem muitos conflitos. Devemos atuar para mudar esse cenário. Não podemos melhorar o passado, mas podermos melhorar o nosso futuro e das crianças. Uma criança feliz vai ser um adulto capaz de construir um mundo melhor.

Manuela Fontes Tavares Soares, 26 anos, é natural de Díli, licenciou-se em Ciências da Educação, Pedagogia e Psicologia, na Universidade de Ciências Pedagógicas Enrique José Varona, em Cuba. Foi docente de Psicologia, Pedagogia e Ética Profissional no Instituto São João de Brito (ISJB), em Liquiçá. Atualmente, é estudante de mestrado na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, em Portugal.

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  1. Para o proximo Natal 2024, gostaria que fosse dado a cada um dos politicos do mundo um candeeiro electrico de mesa de cabeceira no formato do pinoquio.

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