Seminário realizado na Sala de Leitura Xanana Gusmão comparou a realidade palestiniana com a dos timorenses, durante a ocupação indonésia. Jovens demonstram solidariedade ao povo árabe e discutem estratégias para pressionar autoridades, em busca de paz.
A situação vivida pelos palestinianos no seu território é semelhante à que os timorenses enfrentaram durante a ocupação indonésia, entre 1975 e 1999. Por isso, Timor-Leste deve apoiar os árabes, que no momento estão a ser alvo de incursões militares israelitas. Esta foi uma das questões abordadas esta segunda-feira (27.11), no seminário realizado na Sala de Leitura Xanana Gusmão, subordinado ao tema “Paz, Justiça e Libertação do povo Palestina-Israel”, organizado pelos movimentos do Fórum Social Maubere (FSM).
O objetivo do encontro foi socializar o público para a luta dos palestinianos pela independência e manifestar solidariedade para com o povo.
O membro da Associação Timorense para a Informação e Tecnologia Progressiva (IPT-TL, em inglês), Fernando Ximenes, considerou que o conflito “não é diferente do que Timor-Leste viveu durante 24 anos.”
“Durante a ocupação, os indonésios mandaram os timorenses das áreas urbanas para as zonas remotas. Contudo, os timorenses podiam regressar à sua terra natal, ao contrário dos palestinianos, porque eles não tinham direito de reclamar a terra nem os bens”, observou Fernando Ximenes na sua apresentação.
A disputa de território entre judeus e palestinianos na região do Médio-Oriente (situada ao longo da costa leste do mar Mediterrâneo, que faz fronteira com Líbano, Síria, Jordânia e Egito) já tem pelo menos oito décadas. Esse cenário intensificou-se nas últimas semanas, após uma ação do Hamas (grupo armado formado da Palestina) contra Israel, a 7 de outubro – desencadeada por denúncias de sucessivas violações dos direitos humanos cometidas por militares israelitas contra o povo palestiniano.
Presente no evento, Martinho Gusmão, assessor da Presidência da República, enfatizou que o Hamas não representa o povo palestiniano. “De acordo com o que li, o grupo também não representa a religião muçulmana. Em Timor-Leste, os cidadãos gostam de dizer que o conflito é entre Israel e a Palestina, mas na verdade não é”, argumentou.
O ativista Miguel Monsil destacou a importância da solidariedade internacional na resolução do conflito. “Estes movimentos antiguerra conseguiram parar a guerra no Vietname e em Timor-Leste, após a divulgação dos vídeos do massacre em Santa Cruz”, exemplificou.
Sugeriu que as nações enviassem cartas a pressionar as Organizações Não Governamentais nos Estados Unidos da América para obrigarem o país a parar de fornecer armas a Israel – seu aliado histórico. “Mesmo que pequenas, pouco a pouco, estas ações podem ter impacto nas decisões dos países poderosos e contribuírem para a resolução do problema”, ressaltou Miguel Monsil.
Conforme a Constituição, no seu artigo 10º, alínea 1, “a República Democrática de Timor-Leste é solidária com a luta dos povos pela libertação nacional.”
Parlamento Nacional manifesta-se
Também nesta segunda-feira (27.11), na reunião plenária do Parlamento Nacional, os deputados deliberaram corroborar as resoluções do Conselho da Segurança e da Assembleia Geral das Nações Unidas pelo cessar-fogo imediato e permanente na Faixa de Gaza, e instar as partes em conflito para respeitarem o direito internacional, protegendo sobretudo a população civil.
Ao manifestar a disponibilidade de ajuda, o Parlamento Nacional exigiu também que o trabalho de organizações humanitárias seja facilitado, para garantir a entrega suficiente de suprimentos médicos e alimentares à população palestiniana.
Entre onze pontos de deliberação, o Parlamento Nacional incentivou ainda o início imediato de negociações diplomáticas inclusivas, com o objetivo de alcançar uma solução justa e duradoura, baseada no respeito pela dignidade humana.
Que se demonstre solidariedade aos palestinos nao porque sao muculmanos mas porque sao humanos e tem direito a PATRIA deles, como tivemos nos de TL e todos outros povos de outras nacoes independentes.
E um direito inaelavel, FULL STOP!