Os Calema em Timor-Leste: uma noite inesquecível

Foi a primeira vez que os Calema estiveram em Timor-Leste/Foto: Rita Seixas

O concerto do grupo de São Tomé e Príncipe, atração principal do TasiFest, reuniu milhares de pessoas no Porto de Díli. Alguns fãs, entusiasmados, sentiram-se até mais motivados para aprender a língua portuguesa.

Os irmãos Fradique Mendes Ferreira e António Mendes Ferreira, cantores e fundadores do grupo musical Calema, entregaram a “noite quente” que prometeram, para alegria das milhares de pessoas que foram ao Porto de Díli, no âmbito do TasiFest, para os ver na noite do passado domingo (19.05).

Durante quase duas horas de concerto, a multidão não ficou parada:  o ambiente foi de descontração, com o público a dançar ao ritmo da kizomba pop, sorrir e a cantar as músicas em português a plenos pulmões.

Naturais de São Tomé e Príncipe, Fradique Ferreira e António Ferreira sentiram o entusiasmo e, em todos os momentos, interagiram com a plateia. “Vocês que saíram de casa e estão aqui, muito obrigado! É uma honra para nós cantar para todos vocês!”, afirmaram.

O espetáculo teve início às 22h30. Por volta das 21h, muitos cidadãos ainda se aglomeravam nos portões do local, ansiosos para entrar. Os bilhetes esgotaram e perante a grande procura que ainda havia, a organização optou por vender pulseiras no momento, que podiam ser compradas a quatro dólares americanos.

De acordo com a Even2u, a empresa responsável pelo TasiFest, foi registado um desmaio devido ao calor: a pessoa foi atendida pela equipa médica da Díli Medical Center (DMC), parceira do evento, e ficou bem.

Antes de os Calema subirem ao palco, uma introdução soou, como sinal de que o concerto estava para começar. Os músicos foram recebidos efusivamente. Cada canção era acolhida com aplausos calorosos e gritos de alegria.

Não tardou para o grupo tocar “A Nossa Vez”, um dos hits da banda e que é um grande sucesso em Timor-Leste. O momento, como era esperado, foi marcado por grande emoção, com o público a cantar com os músicos cada verso da canção. A sinergia foi semelhante com “Te amo”, outra composição do grupo que é adorada pelos timorenses.

Mesmo aqueles que não falavam português, recorreram aos seus telemóveis para procurar as letras das músicas, num esforço para acompanhar Fradique e António Ferreira. Algumas pessoas, dias antes do concerto, passaram a ouvir mais os Calema, para fazer boa figura na data do espetáculo.

Efigénia Fernandes, 23 anos, fã do grupo, foi uma delas. Como ainda não é fluente em língua portuguesa, passou a ouvir mais as músicas para poder cantá-las com os seus artistas preferidos no domingo passado. “Só os via no Youtube. Poder cantar com os Calema, especialmente ‘Eu Te Amo’ e ‘A Nossa Vez’, é algo que nunca irei esquecer”, confidenciou.

Já Deonísia Soares, 26 anos, contou que, depois do concerto, ficou mais motivada para aprender português.  “Quero melhorar o meu vocabulário e a compreensão para poder cantar melhor. Percebo que dá para aprender através da música. As melodias envolventes ajudam, admito”, partilhou.

No que depender de Fradique e António Ferreira, a motivação para a aprendizagem irá continuar. “Não sabemos para onde vamos, mas queremos estar sempre convosco”, declararam juntos, no final do concerto.

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