Novos casos de lepra em Timor-Leste impulsionam rastreios

Médicos do HNGV e das Brigadas médicas chinesa e cubana fazem rastreio da doença em Ataúro/Foto: Diligente

Entre 2004 e 2011, o número de casos de lepra em Timor-Leste tinha baixado para menos de um, por cada 10 mil habitantes, e a doença deixou de constituir um problema de saúde pública no país, o último do sudeste asiático a declarar-se livre da patologia.

Apesar de ter recebido, em 2011, da Organização Mundial de Saúde (OMS), o certificado de eliminação da doença, nos últimos dois anos, o Ministério da Saúde (MS) registou 248 casos em todo o território, 150 em 2021 (mais de 1 caso por 10 mil habitantes) e 98 em 2022 (pouco menos de um caso por 10 mil habitantes), sem que nenhum tenha resultado em morte.

No seguimento deste registo de casos, o Ministério da Saúde, num trabalho conjunto com os médicos do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) e das brigadas médicas chinesa e cubana, organizou uma operação de rastreio e prevenção no município de Ataúro, que recebeu as equipas médicas, no dia 8 de março.

“Precisamos de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para combater esta doença, porque a lepra é uma doença contagiosa que precisa de ser erradicada”, destacou a Diretora Nacional de Controlo de Doenças do HNGV, Josefina João Clarinha. “A presença médica no município surge como um incentivo à população para que se desloquem aos centros de saúde para fazerem o rastreio da doença”, sublinhou, em declarações ao Diligente.

A diretora alertou também para os maiores perigos da doença que, se não for tratada, pode levar a lesões visíveis e permanentes no corpo, situações que obrigam a amputação e, em casos extremos, à morte.

Por sua vez, a diretora da Organização Não Governamental (ONG) Missão Lepra em Timor-Leste, Nona Reis, sublinhou que “cabe a todos divulgar informação sobre esta doença, porque só assim a comunidade poderá tomar consciência da necessidade de ir aos Centros de Saúde para receber tratamento médico adequado.”

Domingos Soares, Administrador do município de Ataúro, destacou a importância do rastreio “para que possamos reduzir a taxa de incidência da lepra no nosso município.”

A lepra tem cura quando diagnosticada precocemente e desde que o tratamento seja seguido de acordo com as orientações médicas, que implicam o uso regular de antibióticos.

As equipas médicas realizaram no total 551 consultas de rastreio em Ataúro, tendo diagnosticado seis casos de lepra.

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