Mong vence concurso de Artes Visuais com colagem sobre quotidiano caótico no Bairro da Paz

Mong e o quadro Bairro da Paz: a obra representa a dificuldade do artista em encontrar sossego no lugar onde vive/Foto: DR

O artista recebeu 1.500 dólares e um bilhete de avião para Lisboa, onde irá participar numa residência artística durante cinco semanas. A Fundação Oriente inaugura também exposição que reúne diferentes formas de expressão.

O artista Simão Cardoso Pereira, mais conhecido como Mong, foi o grande vencedor do I Prémio de Artes Visuais, concurso realizado pela Fundação Oriente em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa. Como prémio, recebeu 1.500 dólares, além de uma viagem para Portugal, onde irá participar numa residência artística, em Lisboa, durante cinco semanas.

A cerimónia de anúncio do vencedor aconteceu na Fundação Oriente, em Díli, no sábado passado (9.09). Mong concorreu com dois quadros: uma pintura de um vendedor ambulante e uma colagem que representa o Bairro da Paz, a obra vencedora.

O artista contou que os pequenos fragmentos da referida peça vieram de pedaços de jornais. Bairro da Paz, segundo Mong, reflete, portanto, a sua história pessoal e retrata os seus receios, ansiedades, desejos e stress do dia a dia, de forma simples e expressiva.

“O [quadro] Bairro da Paz traduz a realidade de morar num bairro em Timor-Leste, o que tem o seu próprio mérito e demérito. Durante a produção, não conseguia ter a concentração máxima para fazer nascer uma ideia. Um vizinho quer escutar uma música alta, o outro quer fazer o mesmo e, às vezes, eles estão a ouvir a mesma música. Enquanto, uma casa no meio, espera que o barulho pare. Daí nasceu a colagem”, explicou Mong.

O jovem demonstrou entusiasmo com a possibilidade de ir para a Europa pela primeira vez. “Terei a oportunidade de estar com outros artistas de várias nacionalidades e tenho a certeza que vamos aprender muito uns com os outros. Vai ser uma tremenda responsabilidade”, adiantou.

Exposição coletiva

No dia do anúncio do vencedor, foi também inaugurada a exposição coletiva Hasoru Malu, que teve a sua primeira edição no ano passado, no âmbito da comemoração dos 20 anos da restauração da independência de Timor-Leste.

A curadora do evento, a artista timorense Maria Madeira, explicou que o objetivo principal da iniciativa é mostrar os talentos e a linguagem criativa dos artistas visuais e músicos contemporâneos do país. Estão em exibição 28 obras de candidatos pré-selecionados no I Prémio de Artes Visuais, apresentando uma ampla variedade de formas de expressão, como fotografia, pintura, instalação e  videoarte.

Exposição de entrada gratuita pode ser visitada até 8 de outubro/Foto: Diligente

Maria Madeira considera Hasoru Malu como a “melhor exposição da história de Timor-Leste. Para além da qualidade das obras, destaco a participação de seis mulheres” , sublinhou.

Para a delegada da Fundação Oriente em Timor-Leste, Joana Saraiva, a iniciativa representa “uma oportunidade única para os artistas se reunirem, fortalecendo a indústria cultural de Timor-Leste e posicionando os artistas contemporâneos timorenses na cena artística internacional, enquanto abre caminho para jovens talentos emergentes e futuros”.

A exposição é de entrada gratuita e poderá ser visitada até ao dia 8 de outubro. Até o dia 7 de outubro, a Fundação Oriente também irá receber concertos todos os sábados, como parte da iniciativa artística Hasoru Malu.

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