Leónia Araújo vence o X Prémio de Língua Portuguesa da Fundação Oriente

Os seis melhores classificados de 58 candidatos da décima edição do concurso/Foto: Diligente

Vencedora irá frequentar um curso de verão numa universidade em Portugal. Iniciativa procura estimular a escrita criativa e promover o intercâmbio cultural.

Leónia dos Santos Araújo foi a vencedora do X Prémio de Língua Portuguesa, com o texto intitulado “A língua portuguesa é a nossa liberdade”. A jovem de 25 anos, licenciada em Educação pela Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), irá frequentar um curso de verão de língua e cultura portuguesas numa universidade no país lusitano.

Os vencedores do concurso foram anunciados na terça-feira (14.05), numa cerimónia na Fundação Oriente, em Díli. O prémio deste ano foi subordinado ao tema “Liberdade, com o propósito de celebrar os 50 anos da Revolução dos Cravos – movimento que colocou fim a uma ditadura militar de 41 anos em Portugal.

A vencedora salientou que o seu texto aborda a importância da língua portuguesa na luta de Timor-Leste pela independência. “A língua portuguesa foi uma arma na resistência, uma vez que os invasores, os militares indonésios, não conseguiam compreendê-la”. A personagem principal do conto é o seu avô, membro da frente clandestina durante a ocupação indonésia, que durou 24 anos (1975-1999).

Leónia dos Santos Araújo, vencedora do concurso/Foto: Diligente

Leónia espera que a oportunidade impulsione a sua vontade de fazer mestrado em Portugal. No futuro, gostaria de formar um clube de língua portuguesa em Timor-Leste, “para que todos os jovens possam aprender o idioma”, confidenciou.

A edição deste ano contou com 58 participantes, dos quais seis foram distinguidos. Em 2.º lugar, ficou Joana Silva, com o conto “A viagem de Ana Maria”, tendo recebido um prémio no valor de 500 dólares americanos. O 3.º prémio, no valor de 300 dólares americanos, foi entregue ao texto “Universo diferente”, da autoria de Beatriz Sarmento. “Uma gota de sangue no cravo de Timor”, de Nélia Maria, arrecadou a 4.ª posição. José Inácio, com o texto “A menina corajosa”, ficou em 5.ºlugar e Maria Jenny Ketti, com o conto “Liberdade”, em 6.º.

A presidente do júri, Susana Mendonça, coordenadora dos programas de língua portuguesa do Ministério do Ensino Superior, Ciência e Cultura (MESCC), explicou que os textos foram avaliados de acordo com critérios de originalidade, criatividade, correção linguística e estrutura da narrativa. Além de Susana Mendonça, outros três elementos, sendo mais um do MESCC e outros dois do projeto FOCO.UNTL, compuseram o júri desta edição.

Joana Saraiva, delegada da Fundação Oriente em Timor-Leste, realçou que a iniciativa pretende promover o uso da língua portuguesa de forma criativa. “É também uma maneira de oferecer oportunidades”, sublinhou.

Desde a sua primeira edição, em 2013, a premiação contemplou 19 vencedores com cursos de verão. Dirigido a jovens timorenses entre os 18 e 28 anos, o Prémio de Língua Portuguesa é realizado pela Fundação Oriente, com o apoio do MESCC, da Embaixada de Portugal em Díli – Camões, I.P., da UNTL (através do Projeto FOCO.UNTL), e tem patrocínio do Banco Nacional Ultramarino (BNU) Timor.

 

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