Evacuadas pelas equipas da Autoridade de Proteção Civil, vítimas tiveram as residências afetadas pelos alagamentos após cerca de três horas de fortes chuvas na capital de Timor-Leste, na terça-feira (9.01).
As fortes chuvas que caíram sobre Timor-Leste na terça-feira (9.01) trouxeram prejuízos a muitas pessoas. Na capital, Díli, 132 cidadãos ficaram desalojados, depois de as suas casas terem sido atingidas pelas inundações. Essas pessoas estão, no momento, acolhidas provisoriamente num salão da Autoridade de Proteção Civil (APC), em Caicoli.
Uma das desabrigadas é Merita Perreia Belo, 29 anos, mãe de três filhos. A dona de casa contou ao Diligente que a sua residência ficou inundada pela água que desceu da montanha, em Balide. “Depois de 30 minutos a chover, a lama entrou na nossa habitação. Os utensílios domésticos ficaram praticamente inutilizados”, disse.
A vítima disse ainda que sua casa já foi inundada duas vezes, a primeira no dia 4 de abril de 2021 e a segunda, ontem. Maria Belo informou que não tem para onde ir e que, por isso, não pensa em se mudar. A expetativa da APC é de que, ainda na tarde desta quarta-feira (10.01), parte das vítimas já consiga retornar para os respetivos lares, já que alguns não tiveram danos mais significativos.
O presidente da APC, Ismael Babo, afirmou que bens alimentares serão distribuídos e que a equipa de verificação do órgão está a averiguar as casas afetadas. “Se a moradia se encontrar em condições graves, será reabilitada pela Autoridade da Proteção Civil”, sublinhou. Os cidadãos desalojados foram evacuados das casas pelos profissionais da APC, que é a entidade responsável por elaborar estratégias de prevenção e de resgates das vítimas de desastres naturais.
A chuva torrencial que caiu sobre Díli teve início às 14h30 e findou por volta das 17h30. As áreas mais atingidas pelas cheias foram Caicoli, Colmera, Comoro-Golgota, Balide, Aimutin, Fatuhada, Becussi e Bairro Pité. Ismael Babo destacou que a capital está sempre em risco de inundação, quando chove forte e por algumas horas. Para evitar o pior, alertou os cidadãos para não erguerem construções em locais que possam impedir a passagem de água ou em lugares de risco (perto de ribeiras e encostas de montanhas), e que não deitem lixo para o chão, entupindo as valetas.
O presidente da APC informou que também foram registados estragos em residências nos municípios de Ermera, Covalima, Lautém, Manatuto e na Região Administrativa Especial Oecusse Ambeno (RAEOA).
Os alagamentos têm sido um problema frequente em Timor-Leste, sendo que em 2021 houve um grande desastre, que resultou em 44 pessoas mortas, quatro desaparecidas e aproximadamente 10 mil desabrigadas, conforme o Ministério da Administração Estatal (MAE).
O Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2024 alocou 7,9 milhões para a APC.
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