Devido a muitos episódios de violência em Timor-Leste com o envolvimento de elementos de grupos de artes marciais, a prática, em 2011, foi proibida. Em 2020, contudo, os praticantes ganharam um voto de confiança, com a decisão do Primeiro-Ministro Taur Matan Ruak de legalizar a atividade.
Entretanto, os confrontos com o envolvimento de elementos das organizações continuaram, sendo uma das questões que mais têm causado instabilidade social no país, resultando em vítimas mortais, feridos, casas e meios de transportes danificados e negócios perdidos.
Estão registados na Comissão Reguladora de Artes Marciais (CRAM) 18 grupos, que juntos possuem mais de 300 mil membros, segundo dados de 2018 (os mais atuais).
Na tentativa de encontrar um modo de controlar a situação, o Governo decidiu regulamentar a prática. Neste sentido, o Conselho de Ministros aprovou, no dia 8 de março, uma proposta que visa subordinar os grupos de artes marciais a um conjunto de regras e a reconhecer a atividade como um desporto. De acordo com a iniciativa, para reunir estas orientações será elaborado o Regime de Organização e Prática Desportiva de Artes Marciais em Timor-Leste.
Para ajudar na elaboração do documento e acompanhamento da atividade, a atual CRAM será elevada à categoria de Instituto Público, decisão também tomada durante o respetivo encontro do Conselho de Ministros.
Nas palavras do secretário de Estado, Juventude e Desporto (SEJD), Abrão Saldanha, a CRAM “tem a missão de supervisionar a prática das artes marciais até que se transformem em modalidades desportivas”. Segundo o secretário, a “nova” CRAM vai ter a competência de fiscalizar a conduta das organizações.
A intenção, avalia Abrão, é de que, no futuro, a CRAM seja uma federação desportiva, como outras já existentes. Juridicamente reforçada, a expetativa é de que a CRAM possa contribuir para a diminuição de confrontos que possam envolver elementos dos grupos.
O presidente da CRAM, Fernando António da Costa, tem grande confiança na redução da violência. A Comissão contará com um departamento de prevenção de conflitos e vai exigir a apresentação de certificados de formação, para que os responsáveis possam dar aulas aos membros.
“A CRAM também irá analisar os estatutos e manuais das organizações. Os grupos ou elementos que não seguirem as regras serão impedidos de praticar as artes marciais em Timor-Leste”, reforçou Fernando.
“Sem trabalho e sem perspetivas será difícil haver uma mudança significativa”
Para o coordenador da sucursal de Viqueque da organização IKS-PTL-Kera Sakti, Carlos Soares, o Regime pode ajudar as pessoas a compreenderem que “as artes marciais não são para bater uns nos outros”, mas o oposto.
“As atividades, na sua essência, não pregam a violência. O novo sistema pode contribuir para que se entenda que as artes marciais envolvem, antes de tudo, conhecimento e autodefesa”, realçou o coordenador.
Carlos, que é funcionário público, especificou que, como líder de um destes grupos, tem uma responsabilidade maior. Por isso, considera importante que, antes de tudo, os jovens entendam que as organizações não pretendem promover a violência, mas sim evitá-la. A liderança também orienta que as pessoas interessadas em integrar algum grupo consultem os pais antes.
Já Domingos Cabral, estagiário na empresa ETO, em Hera e membro do PSHT (grupo de artes marciais), contou, com orgulho, “que foi boa a decisão do governo de tentar promover as artes marciais como uma modalidade desportiva”. Para o praticante, a medida também favorece um desenvolvimento educacional, movido pelo respeito e valorização de uma cultura de paz.
Domingos concorda com a proposta de a CRAM fiscalizar os grupos de artes marciais, já que a Comissão conhece bem o contexto das práticas em Timor-Leste.
Por sua vez, Francelino Correia, de 22 anos e finalista do Departamento de Políticas Públicas da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), afirmou que, no conhecimento das artes marciais, “é necessário educar formalmente os jovens”.
O jovem mostrou-se favorável ao Regime para regulamentar a prática e reconhecê-la como atividade desportiva, porém, avaliou como fundamental haver um acompanhamento e rigor na supervisão, além de condições e infraestruturas adequadas. É comum os grupos realizarem os treinos em lugares remotos e aleatórios.
Francelino, contudo, ressalta que uma das principais razões que leva os jovens praticantes de artes marciais a cometer atos de violência reside em problemas sociais mais profundos, como a falta de oportunidades de trabalho.
“Não adianta reconhecer as artes marciais como atividades desportivas. Tem de existir um programa de criação de emprego para os jovens. Sem trabalho e sem perspetivas será difícil haver uma mudança significativa”, observou.
Concordo com o Francelino, se os jovens tivessem emprego, nao lhes sobrava muito tempo para o vandalismo.
Ponham estes GAJOS todos na POLICIA ou na tropa, deem- lhes um trabalho, uma responsabilidade com “vencimento”, so assim poderao mudar a “triste” situacao, mas acima de tudo deem-lhes: EDUCACAO, EDUCACAO, EDUCACAO.
O SABER NAO OCUPA LUGAR!
Um poema meu para o Diligente com muito amor e carinho!
De Timor sou FILHO!
De Timor sou FILHO
Sou SUA espiga de milho
Para muita gente, sou cadilho
Para muito politico, sou empecilho
Nao pressionem o vosso gatilho
No ceu de TL, sou estrela com brilho
No mundo, sou, sou, sou, sou?
Nao importa, de Timor sou FILHO
No seu firmamento, sou “fitur” com brilho!
Carlos Batista
Filho de TIMOR LESTE
Poemas que fazem muita inveja a muitos Inacios de Mouras!