Finanças Públicas

Governo aloca 1 milhão de dólares para a construção da Paróquia de Lospalos, para além dos 15 milhões atribuídos à Igreja Católica

Assinatura do acordo para alocar 1 milhão de dólares para a construção da Paróquia de São Paulo/Foto: Diligente

O Ministério das Finanças e a Comissão da Construção da Paróquia de São Paulo, em Lospalos, assinaram, na terça-feira (4/04), um acordo que garante uma subvenção pública de 1 milhão de dólares americanos para a construção da nova igreja. A quantia, que não faz parte dos 15 milhões já atribuídos à Conferência Episcopal Timorense (CET) este ano, está incluída no Orçamento Geral do Estado (OGE), comunicou o ministro das Finanças, Rui Gomes.

Na cerimónia, que teve lugar no edifício do Ministério das Finanças, em Díli, o ministro enalteceu a importância da Igreja em Timor-Leste e considerou necessário apoiar a instituição. “O Estado reconhece a relação profunda da Igreja Católica com o país, desde o tempo da ocupação, e também o seu papel fundamental para o desenvolvimento social, cultural e espiritual”, enfatizou.

Júlio Maria de Jesus Canto, presidente da Comissão da Construção da Paróquia de São Paulo, em Lospalos, justificou a construção da nova paróquia com o facto de a atual sede não ter capacidade para albergar todos os fiéis. “Todos os domingos, realizamos quatro missas, porque a igreja não tem espaço suficiente, sobretudo na Páscoa, no Natal e nos Finados. O novo edifício vai conseguir acomodar cerca de 800 religiosos”, argumentou.

De acordo com o desenho do projeto e a lista pormenorizada de todos os custos envolvidos, o valor total da nova paróquia será de aproximadamente 3,5 milhões de dólares, informou Júlio Canto. Por isso, os membros da igreja continuam a pedir contribuições.

A Diocese de Baucau foi contactada para ajudar financeiramente, mas ainda não houve resposta. Os fiéis, contudo, têm colaborado. “Já recebemos cerca de 20 mil dólares da comunidade, quer através de transferência bancária, quer por entrega direta no Departamento de Finanças da Comissão, em Lospalos”, destacou o presidente da comissão, que espera o apoio de empresários e de mais devotos.

Alguns católicos, no entanto, não concordam com a alocação de dinheiro público à Igreja Católica. Natural de Lospalos, Nívia dos Santos manifesta a sua discordância, observando que o país tem outras questões mais urgentes para resolver e que Timor-Leste é um Estado laico.

“Este investimento é absurdo. Deviam investir na educação, que está em colapso. As escolas não têm condições, as casas de banho não têm água, não há cadeiras e mesas suficientes, os alunos não têm acesso a livros e os professores reformados ainda continuam a ensinar e são mal pagos”, observou.

Nívia acredita que uma parte dos cidadãos, inclusive os que trabalham na Igreja Católica, tem consciência de que Timor-Leste precisa de investir mais na educação. Por isso, a jovem sugere que a instituição recuse o apoio e o redirecione para o setor da educação. “Infelizmente, a maioria dos devotos não pensa assim, por isso, cabe à sociedade questionar esta situação”, opinou.

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