O Diligente acompanhou a entrega de cestas básicas na aldeia Terra Santa, no Suco Madohi, em Díli, depois de o Conselho de Ministros ter aprovado, esta quarta-feira, o decreto-lei que estabelece o prolongamento do período de distribuição do conjunto de bens essenciais até dia 30 de maio.
A sede de suco encheu-se na manhã desta quinta-feira, com filas de mais de 100 pessoas que esperavam para receber o cabaz.
Augusto da Silva, portador de deficiência e desempregado, já estava no local pelas 10h da manhã para garantir que recebia o apoio. “Esta é uma ajuda muito importante para assegurar a alimentação da minha família durante algum tempo”. Produtos alimentares como carne carne, peixe, batatas, arroz, feijão, cebola, alho, óleo, sal, café, milho, açúcar e ovos são a certeza de refeições para os próximos dias. Augusto e a família vão também receber artigos de higiene.
Quando se esgotarem os produtos da cesta, o sustento continuará a chegar do pequeno negócio que tem em casa, fonte de rendimento de uma família de três: Augusto, a mulher e o filho.
Com quatro filhos e sem trabalho, Rosália Gomes, doméstica, também pode ”respirar fundo” por alguns dias. Tem direito a receber seis unidades dos bens essenciais, um por cada elemento do agregado familiar, que é de seis pessoas a contar com o marido.
Augusto e Rosália são dois dos seis mil habitantes da aldeia Terra Santa que deverão receber este apoio até ao fim do prolongamento estabelecido.
Elísio Piedade Ximenes, diretor da empresa SCon49S, responsável pela distribuição em Madohi, explica que recebeu do Governo “uma lista de 20 produtos, locais e importados, para integrarem a cesta”.
A distribuição desta quinta-feira, ainda referente à primeira fase da Cesta Básica, chega “com atraso, porque o stock dos produtos locais não era suficiente”, o que obrigou a empresa a procurar os bens essenciais em outros municípios. Apesar de esta ser “uma das maiores dificuldades que a empresa enfrenta”, o diretor sublinha que estão preparados para entregar as cestas previstas.
O programa Cesta Básica tem sido também marcado por muitas críticas , nas redes sociais, relativamente à qualidade dos produtos. Beneficiários queixam-se de receber vários “produtos estragados, entre eles peixe, repolho e batata-doce”.
Piedade Ximenes garante que “a qualidade dos produtos está assegurada”. Para poder salvaguardar os beneficiários, a empresa pede que “verifiquem a qualidade dos produtos”, antes de os levarem. Se encontrarem algum produto estragado, a empresa troca.
A Cesta Básica foi implementada para apoiar as famílias timorenses mais carenciadas e os operadores económicos locais, no âmbito do Plano de Recuperação Económica estabelecido em 2020 pelo Governo de Timor-Leste, como resposta à pandemia Covid-19.
O valor máximo da cesta básica por cada membro do agregado familiar beneficiário é de 50 dólares (46 euros).
Mesmo que seja de 50 dólares, o valor dos produtos constituídos na cesta não correspeu o definido.
Boa Diligente