A iniciativa, organizada pela Fundação Oriente, está prestes a encerrar a sua 2.ª edição. Ao longo de quase três meses, o público teve a oportunidade de conhecer melhor o trabalho e talento de artistas locais.
Depois de quase três meses, a 2.ª edição da exposição coletiva Hasoru Malu, organizada pela Fundação Oriente em Timor-Leste, chega ao fim neste sábado (28.10), com a certeza de, no período, ter impulsionado expressões criativas do país nas suas variadas formas e promovido a comunhão, sobretudo entre cidadãos e artistas locais. As atividades tiveram lugar na sede da entidade, situada em Díli.
A programação englobou uma mostra de artes visuais aberta ao público todos os dias, apresentações musicais aos sábados e realização de workshops. O evento recebeu visitantes de escolas do ensino básico e secundário, bem como de universidades.
Foi ainda realizado um prémio de artes visuais, em que participaram 38 artistas timorenses, sendo 28 deles selecionados para terem as suas obras incluídas na mostra – que contempla fotografia, pintura, instalação e videoarte.
Natércia Tilman, 26 anos, estudante da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), disse que irá sentir saudades da iniciativa, pois, através do programa, pôde conhecer melhor aspetos culturais e os muitos talentos do país, além de se divertir.
“Hasoru Malu foi uma oportunidade para as pessoas criativas exporem a sua arte e para nós, como público, a apreciar. Espero que o projeto possa continuar e que o Governo dê mais atenção à cultura. Seria bom que houvesse um espaço permanente para os artistas locais apresentarem o seu trabalho”, afirmou Natércia Tilman.
A delegada da Fundação Oriente em Timor-Leste, Joana Saraiva, contou que a iniciativa nasceu da vontade da instituição em apoiar a arte contemporânea de Timor-Leste. “Há artistas muito bons no país nesta área. Esta exposição tem também como objetivo fazer campanha por uma sociedade mais justa e melhor para todos. É igualmente um bom espaço para os artistas mostrarem o quanto contribuem e podem contribuir para a arte timorense”, ressaltou Joana Saraiva.
Nesta edição, as apresentações musicais tiveram um considerável incremento. “No ano passado, tivemos apenas sete bandas, este ano, foram 17. O palco também foi montado de forma diferente, de acordo com o tema escolhido pelos músicos, em conjunto com a equipa de produção”, destacou a delegada.
Joana Saraiva explicou que o projeto propicia também um momento único para os artistas se encontrarem e trocarem impressões, porque muitos deles não se conhecem. Relativamente ao público, a delegada referiu que cerca de 80% das pessoas que foram à Fundação Oriente por causa do evento são timorenses.
Quanto à continuidade da iniciativa, Joana Saraiva disse que isso não depende dela, mas enfatizou que “Hasoru Malu não pode morrer, é uma entidade viva que vai acontecer todos os anos”.
A iniciativa também teve o cuidado de promover uma melhor experiência aos visitantes da mostra de artes visuais. Para guiar o público pelas galerias e explicar os traços e influências de cada obra, foram colocados à disposição assistentes, informou a curadora da exposição, a artista timorense Maria Madeira.
Para ela, a mostra é a melhor da história das artes visuais contemporâneas em Timor-Leste. “Pela primeira vez, há seis mulheres a participar numa exposição do tipo no país. Cada vez mais, os timorenses estão conscientes da importância da arte e isso reflete-se na afluência que esta atividade teve”, observou.
A Fundação Oriente realizará, no seguimento do evento, oficinas artísticas em alguns bairros da capital.