Eleições legislativas: em dia de votação o Diligente foi à boca das urnas para ouvir os eleitores

Timorenses votaram hoje, 21 de maio, para eleger o próximo Governo de Timor-Leste/Foto: Diligente

No dia das eleições parlamentares que ditarão quem vai governar o país nos próximos cinco anos, naquele que será o IX Governo Constitucional de Timor-Leste, o Diligente entrevistou eleitores de diferentes municípios para saber como decorreram os processos de votação.

À semelhança de anos anteriores, continua a verificar-se uma grande afluência às urnas, num país em que estão registados, este ano, 895 mil eleitores. A título de exemplo, nas últimas legislativas, em 2018, votaram 635 mil eleitores dos 784 mil registados.

“Mesmo que tenha esperado algum tempo, porque estava muita gente na fila, o centro de votação está organizado e o ambiente é pacífico”

Cénia Soares, 27 anos, de Viqueque e Amélia Moniz, 27 anos, do Suai, votaram no centro de votação de Aimutin/Foto: DR

Cénia Soares: “Foi fácil e rápida a votação. Eu vivo muito perto daqui, só preciso de cerca de três minutos para chegar ao centro de votação. Não demorei muito tempo na fila, cerca de meia hora. O centro de votação está muito organizado.

Espero que o novo Governo possa estabelecer a paz, a estabilidade e a imparcialidade. Peço que o novo executivo realize as promessas que ouvimos nas várias campanhas, nomeadamente nas áreas da educação, da saúde e das infraestruturas, porque ainda há muitas falhas nestes setores tão fundamentais para o bem-estar da população.”

Amélia Moniz: “Saí de Surikmas às 11h, de mota, e demorei 20 minutos a chegar aqui. Só consegui votar às 12h30. Mesmo que tenha esperado algum tempo, porque estava muita gente na fila, o centro de votação está organizado e o ambiente é pacífico.

Espero que o novo Governo possa realizar as promessas sobre o setor da educação e infraestruturas. Até agora, ainda não há estradas adequadas nem eletricidade na minha aldeia de Belulik, no município de Covalima.

Também peço ao novo Governo que crie mercado de trabalho para os jovens, porque temos muitos graduados desempregados.”

“Quando ainda faltavam duas horas para as urnas fecharem, os boletins terminaram”

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Gervásio Gaspar, 39 anos, oficial de justiça/Foto: DR

“Moro em Becusse centro, no suco de Becora, vim votar no centro de votação instalado na Escola Sagrado Coração de Jesus, em Becora, mas os boletins de voto acabaram. Os oficiais disseram-me que fosse votar noutros centros, no suco de Becora e na escola Heróis da Pátria.

Acho que o CNE não está bem preparado, porque a votação terminava às 15h e às 13h, quando ainda faltavam duas horas para as urnas fecharem, os boletins terminaram.

Deveriam ter avisado para que as pessoas não perdessem tempo a deslocar-se a centros onde não há boletins.

No segundo centro de votação estive 10 minutos na fila, entrei e votei, mas antes perdi tempo no outro centro, sem necessidade.

Espero que quem ganhar cumpra o que prometeu durante a campanha e trabalhe para o bem-estar do povo.”

“A estrada de Gleno a Ermera é péssima, cheia de buracos e pedras”

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Marcelo Soares, 23 anos, estudante do Instituto de Filosofia São Francisco de Sales, Comoro/Foto: DR

“O processo de votação foi fácil, votei na aldeia de Leubudo, Suco Ducurai, e estava tudo bem organizado. Votei às 13h e não tive de esperar muito tempo na fila, porque muita gente já votou de manhã.

Vim de Díli até Letefoho e apesar de serem apenas 57 quilómetros de distância, a estrada de Gleno a Ermera é péssima, cheia de buracos e pedras, o que faz com que cheguemos ao destino com o corpo dorido.

Espero que o partido que ganhe trabalhe para o bem do povo, que promova o café e arranje as estradas.”

“Peço aos responsáveis pelas eleições e às autoridades locais para criarem um centro de votação acessível aos votantes com problemas locomotores”

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Sabina dos Santos Ferreira, 53 anos, exerceu o direito de voto no centro de votação de Pairara, em Lautém/Foto: Diligente

“Como cidadã, tenho obrigação de exercer o direito de voto para eleger o meu representante no parlamento nacional. Os votantes devem conhecer os planos e programas dos partidos, pois são os programas que vão libertar o povo.

Ofereci o meu voto ao partido que tem um bom programa para o povo. Peço ao partido que ganhar as eleições parlamentares que cumpra as promessas feitas durante a campanha para resolver os problemas relativos às infraestruturas básicas nos sucos, como, por exemplo, as estradas e o posto de saúde, de forma a garantir o desenvolvimento nas áreas rurais.

A votação no suco de Pairara correu bem, os cidadãos estão entusiasmados em ir ao centro de votação de acordo com o horário estabelecido pelos órgãos eleitorais. No entanto, peço aos responsáveis pelas eleições e às autoridades locais para criarem um centro de votação acessível aos votantes com problemas locomotores.”

“Há inúmeros eleitores e os transportes não são suficientes”

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Florindo Amaral, 32 anos, estudante, votou em Funar, posto administrativo de Laclubar (Manatuto)/Foto: Diligente

“A viagem de Díli até Funar ainda é muito difícil, porque a estrada está em más condições e há poucos transportes públicos. Temos mesmo de arranjar transporte, porque há inúmeros eleitores e os transportes não são suficientes.

O meu voto é um voto de confiança que dei para que quem ganhe possa desenvolver este país nos próximos cinco anos de acordo com os programas que partilharam na campanha eleitoral. Peço que quem seja eleito trabalhe para conseguir aquilo que nos prometeu.

A situação está tranquila, por isso, peço a todos que continuemos assim até ouvirmos o resultado, de modo a que possamos contribuir para a paz e para a democracia do país.”

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