Constantino Savio, ex-estagiário do CLJ, vence prémio de jornalismo em língua portuguesa

“Este prémio é uma motivação para continuar a dar o meu melhor”, destaca o jovem jornalista/Foto: Diligente

O jovem jornalista ganhou com a reportagem sobre a migração das baleias, publicada originalmente no Timor Post, em outubro do ano passado. Conselho de Imprensa também atribuiu premiações a trabalhos jornalísticos que abordaram assuntos sociais.

A reportagem intitulada “Migração das baleias: fenómeno ao alcance do olhar do povo timorense”, publicada pelo Timor Post, em outubro do ano passado, valeu ao ex-estagiário do Consultório da Língua para Jornalistas (CLJ), Constantino Savio, o primeiro lugar no concurso do Conselho de Imprensa (CI) na categoria “Adelino Gomes”, que premeia os melhores trabalhos jornalísticos em língua portuguesa – nesta edição, publicados até 2022.

O resultado foi anunciado ontem (16.10), no posto administrativo de Balibó, no âmbito do evento relacionado com o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa – que homenageia os cinco jornalistas estrangeiros assassinados por militares indonésios no local, na referida data, há 48 anos.

A reportagem do jovem jornalista foi concebida durante o período em que atuava como estagiário no Timor Post, após frequentar uma formação intensiva de 15 meses, promovida pelo CLJ, entre julho de 2021 e setembro de 2022. O curso abordou conhecimentos em língua portuguesa específica para jornalismo, além de disciplinas relacionadas com a comunicação social.

Segundo Constantino Savio, a ideia da reportagem era informar a população a respeito das maravilhas do mar de Timor-Leste e do potencial da economia azul, mostrando, por exemplo, que as riquezas vão muito além do petróleo extraído das profundezas marinhas.

“No início, estava a escrever uma notícia sobre o turismo do país, mas depois ouvi o entrevistado contar sobre a passagem das baleias no mar de Timor-Leste, entre outubro e novembro, e decidi fazer uma reportagem para descrever ao pormenor este fenómeno único, uma vez que os próprios timorenses não o conhecem, apenas os turistas estrangeiros”, explicou.

Em entrevista ao Diligente, o profissional admitiu que ficou surpreendido com a vitória, sentindo-se honrado por dividir o palco com outros vencedores. Emocionado, disse que o prémio “é uma motivação para continuar a dar o meu melhor”.

“Agradeço a Deus que me dá força para, através do trabalho jornalístico, contribuir para o bem social. Obrigado a todos os que me guiam e apoiam, principalmente ao CLJ, que me permitiu aprender sobre o mundo do jornalismo e que sempre me incentivou e continua a incentivar. Agradeço também ao Timor Post por ter publicado esta reportagem e por me dar a oportunidade de ser jornalista neste órgão de comunicação social”, afirmou.

O jovem jornalista, contratado pelo Timor Post após o fim do estágio,  em setembro deste ano, recebeu um certificado de apreciação das mãos do Provedor dos Direitos Humanos e Justiça, Virgílio Guterres, além de um troféu e 1.500 dólares. No evento, foram atribuídas também premiações para os melhores trabalhos jornalísticos (escritos e fotográficos) sobre assuntos sociais, ganhos pelo órgão Hatutan.

Os vencedores com os membros do júri/Foto: Diligente

No seu discurso, o presidente do CI, Otelio Ote, realçou a importância dos prémios, que funcionam como “um impulso para o trabalho diário dos jornalistas, sendo um grande orgulho para quem os receber”. Encorajou ainda os concorrentes que não foram premiados a candidatarem-se na próxima edição.

“Estes prémios são marcantes, tanto para os vencedores como para os órgãos de comunicação social onde eles trabalham”, observou Otelio Ote.

Para Jacob Ximenes, diretor-executivo do Timor Post, ter um jornalista do veículo de comunicação como vencedor é motivo de muito orgulho e serve de incentivo para se investir mais na produção de conteúdos em língua portuguesa – um dos idiomas oficiais do país.

“Projetos como o CLJ são muito importantes, porque, além de aprimorarem os conhecimentos linguísticos e a parte técnica, estimulam o pensamento crítico dos profissionais”, sublinhou.

Em 2020, a então jornalista do Timor Post, Isaura Lemos, que também era apoiada pelo CLJ, venceu a mesma categoria da premiação do CI, com a reportagem “Rostos da pobreza em Timor-Leste”.

O prémio “Adelino Gomes” tem como objetivo reconhecer a contribuição deste jornalista português, destacado pela Rádio Televisão Portuguesa (RTP) em Timor-Leste, que fez cobertura em 1975, no período da guerra civil e vésperas da invasão indonésia.

O CLJ é um projeto bilateral (entre o Camões, I.P. e a Secretaria de Estado da Comunicação Social), que tem como missão melhorar as competências de língua portuguesa e de jornalismo dos profissionais timorenses que atuam na comunicação social, contribuindo para o aumento da literacia mediática, económico-financeira e jurídica, e o conhecimento geral da população.

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