Enquanto a brutalidade se prolonga, os 51 cidadãos de Timor-Leste a viver em território israelita avaliam se continuam ou não no país. Governo comunicou que acompanha a situação com atenção e que avalia possibilidade de repatriamento.
Nos últimos dias, a tensão entre Israel e a Palestina aumentou, depois de uma investida dos árabes contra os judeus por céu, terra e mar, a 7 de outubro. A ação realizada pelo Hamas (grupo armado da Palestina), desencadeada em meio a denúncias de sucessivas violações dos direitos humanos cometidas por militares de Israel ao povo palestiniano, foi considerada uma das maiores já feitas contra o território israelita em pelo menos duas décadas. Em resposta, o Estado de Israel declarou guerra à Palestina e, desde então, tem intensificado os bombardeios na faixa de Gaza – região que concentra a maior parte da população palestiniana.
Na terça-feira (17.10), um hospital de Gaza sofreu ataques aéreos. As explosões mataram aproximadamente 500 pessoas. O Ministério da Saúde local atribui o acontecimento ao Estado de Israel, que, por sua, vez, culpa a jihad islâmica de ter errado o alvo.
Como consequência do acirramento dos conflitos, há milhares de mortos, militares e civis, para os dois lados. As nações, sobretudo após a segunda Guerra Mundial, travam disputas territoriais intensas na região do Médio Oriente situada ao longo da costa leste do mar Mediterrâneo, que faz fronteira com Líbano, Síria, Jordânia e Egito. Especialistas temem que os países árabes, em solidariedade com os palestinianos, resolvam combater o exército israelita.
Em Israel, estão a viver no momento 51 timorenses, que migraram para o país em 2022 para fazer um estágio na área da agricultura, promovido pelo Centro Internacional de Formação Agrícola de Arava (AICAT, em inglês).
No dia 13 de outubro, o Governo de Timor-Leste, em comunicado de imprensa, anunciou que iria contactar os cidadãos nacionais e continuar a trabalhar ativamente, em estreita colaboração com as autoridades relevantes, para a realização de um possível repatriamento.
O Diligente conversou com alguns dos timorenses que vivem em Israel, para saber como encaram toda a situação.
“Se a guerra continuar por muito mais tempo, queremos voltar ao nosso país”
“Embora seja deserto, Israel é o país que produz mais vegetais e fruta no Médio Oriente, porque a tecnologia agrícola é muito moderna. Por esse motivo, o Estado timorense, através do Ministério da Agricultura e Pescas, decidiu enviar estudantes para o AICAT, em Arava, localizado entre o sul do Mar Morto e o Golfo de Eilat, à saída de Israel para o Mar Vermelho.
Ultimamente, as notícias sobre a guerra entre o Hamas [grupo armado da Palestina] e o Estado israelita assusta toda a gente. O conflito já começou há muito tempo. No sábado passado, enquanto os israelitas estavam no festival e descuraram a segurança nas fronteiras, o Hamas aproveitou a oportunidade para entrar e bombardear a cidade, matando muitas pessoas. Agora Israel fez contra-ataque à Palestina e matou muitas pessoas também. Graças a Deus, vivemos muito longe do lugar dos acontecimentos e estamos seguros. Não ouvimos o som dos mísseis. O Governo israelita aumentou a segurança nas fronteiras e há mais vigilância.
Por enquanto, ainda não pensamos em regressar a Timor-Leste, mas já contactamos o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC), porque se a guerra continuar por muito mais tempo, queremos voltar”.
“Não vi nem ouvi nenhuma explosão. O dia a dia decorre normalmente, mas estamos rodeados por tropas israelitas”
“Antes de vir para aqui, já sabia do conflito entre as duas nações. Tive medo da guerra, mas o sonho de aprender foi maior. Por esse motivo, vim estudar no AICAT.
Infelizmente, na semana passada, o grupo terrorista Hamas atacou o norte de Israel e matou muitas pessoas. A guerra não é entre Israel e a Palestina, mas sim entre Israel e o Hamas, o grupo que defende que o território que Israel ocupa tem de pertencer à Palestina.
Tenho sorte, porque o lugar onde moro, Arava, fica muito longe do lugar dos acontecimento. Por isso, não vi nem ouvi nenhuma explosão. O dia a dia decorre normalmente, mas estamos rodeados por tropas israelitas.
Por enquanto, ainda não penso em regressar, mas se houver alguma situação imprevista, comunico com a embaixada e com o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MNEC) para ser repatriada.”
“Não vou voltar para Timor-Leste, porque estou afastado do local dos conflitos e, por enquanto, sinto-me seguro”
“Como sabemos, o conflito entre Israel e a Palestina acontece há muito tempo. No sábado, quando soube do ataque, fiquei em pânico, mas depois acalmei-me, porque vi que as forças de Israel estavam em todo o lado para garantir a segurança de toda a população, incluindo os estrangeiros. Não vou voltar para Timor-Leste, porque estou afastado do local dos conflitos e, por enquanto, sinto-me seguro. Embora não tenha acontecido nada perto de mim, estou sempre vigilante para antecipar alguma situação imprevista. Estou sempre atento aos avisos dos Governos israelita e timorense.
“Fiquei traumatizada e chorei muito quando soube do ataque do Hamas. Não estava à espera que isto acontecesse. Graças a Deus, estou bem e a situação no lugar onde vivo é tranquila”
“Vim para aqui para aprofundar o conhecimento na área da agricultura. Queria aprender coisas novas que nunca tive oportunidade de aprender em Timor-Leste, mas fiquei traumatizada e chorei muito quando soube do ataque do Hamas. Não estava à espera que isto acontecesse. Graças a Deus, estou bem e a situação no lugar onde vivo é tranquila. Porém, infelizmente, a nossa formação está parada já há duas semanas. Todos os dias, só vamos praticar na horta. Espero que, em breve, as aulas voltem ao normal. No futuro, se a situação piorar, quero voltar para Timor-Leste.”
E claro que os estudantes tem de baixar a bola e ir ao sabor da mare, do vento. Penso que teriao opiniao diferente se estivessem livres de opinar.
Este conflicto e mais um de entre muitos no mundo, faz-me lembrar quando a Indonesia(israel),entrou em Timor e decimou centenas de milhares de irmaos timorenses, civil e criancas. A guerra, seja onde for e quais forem os intervenientes, nao e nem nunca sera a resolucao dos conflictos. A ONU, infelizmente nao tem poder de resolucao de NADA. Continua a ser meramente uma charade. Quem dicta tudo e o conselho de seguranca e os que tem poder de veto, poe e dispoe. E uma anedota autentica.
A ONU so e positiva nestas situacoes quando consegue levar comida e agua aos que mais sofrem. Em 1975 e 1976 nunca vi nenhuma pessoa da ONU a ajudar-nos em Timor ou em NTT(ATAMBUA) onde me encontrava como refugiado (mais prisioneiro do que refugiado).
E as roupas que a comunidade internacional nos enviou naquela altura, era alvo de negocio dos indonesios incluindo uma made catolica.
As cartas que nos enviavam da Autralia e de Portugal, algumas continham dinheiro, eram acambarcadas pelos indonesios empregados dos correios e tinhamos de pagar “oan roko” para as reaver.
Como resolver o conflito? Manda-los todos para Africa para os entreter a desenvolver aquele continente. Sem areas, sem religiao, sem raca, apenas SERES HUMANOS.
E os espojos de qualquer guerra tem um preco muito elevado para SEMPRE, monetariamente, fisicamente e mentalmente.
E duvido que Deus exista, com tanto sofrimento, nao seria melhor se Ele tenha criado bonecos de borracha?