Chuvas intensas tornam praticamente intransitável uma das principais artérias da capital

Condições em que fica a estrada de Metiaut quando há chuvas fortes em Díli/ Foto: Diligente

Quando chove com maior intensidade, a estrada de Metiaut, que dá acesso à zona balnear de Díli e a um dos maiores ex-libris da cidade, o Cristo Rei, o pouco e já de si desgastado asfalto fica coberto por grandes quantidades de lama e pedras, que tornam a circulação perigosa. Esta é também a estrada que dá acesso à casa do Presidente da República e do Primeiro-Ministro. Seja de mota, de carro, ou até a pé (numa estrada sem passeios), todos quantos por ali passam, moradores, turistas ou pessoas que se deslocam para os seus locais de trabalho, têm de redobrar cuidados para não ficarem atolados ou para não verem tombar as frágeis aceleras, que muitas vezes transportam, não uma nem duas pessoas, mas sim famílias inteiras e crianças sem capacete. À beira da estrada, estão também muitas habitações e quiosques de venda.

“Já houve muitos acidentes com lesões graves”

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Wilson Reis Amaral, 31 anos, segurança e funcionário de limpeza numa casa particular, morador em Carangola, suco de Metiaut/Foto: Diligente

“Sempre que chove, esta zona fica completamente alagada. Quando a lama seca, somos obrigados a respirar o que causa. O sistema de drenagem é muito fraco e as valetas não têm condições para escoar o entulho de água, lama e pedras. Quando a chuva é muita, a estrada fica mais parecida com um arrozal do que com outra coisa, muito menos com uma estrada da capital de um país. Vivemos assim desde 2014.

Num destes dias com muita chuva, a estrada ficou inundada, lamacenta e escorregadia e nós fomos limpar. Nesse momento, enquanto limpávamos, o carro do nosso Presidente da República passou por aqui, escoltado pelos carros de segurança. Passou rápido, sem dar atenção a nenhuma das pessoas que estavam a limpar as estradas, um serviço que não devia ser da responsabilidade da população, mas sim das entidades competentes.

As empresas de construção que, às vezes, aqui se deslocam vêm só para retirar a lama e não fazem mais nada. Tiram fotos e medidas, dizem que vão melhorar os sistemas de drenagem, mas até à data ainda não fizeram nada. Já houve muitos acidentes, sobretudo com motociclistas e peões, que acabaram por sofrer lesões graves, como fraturas. Os peões, muitas vezes, caem nas valetas cheias de entulho.”

“Quando os nossos líderes visitam outros países, de certeza que não passam por estradas assim”

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Ernesto Araújo da Costa, 30 anos, condutor da microlete número 12, que faz o percurso do centro de Díli até ao Cristo Rei/Foto: Diligente

“Quando chove, a estrada de Metiaut fica sempre assim enlameada e torna-se muito difícil e perigoso conduzir nesta zona. O Presidente da RDTL e o Primeiro-Ministro moram aqui. Porque é que não resolvem este problema? Além disso, o Cristo Rei é um local turístico e costuma estar cheio ao fim de semana. Quando os nossos líderes visitam outros países, de certeza que não passam por estradas assim, mas permitem que os turistas que vêm a Timor-Leste tenham de se deslocar por caminhos como este? Talvez não estejam atentos a estes problemas. Muitas vezes, não conseguimos passar, porque a quantidade de lama, pedras e água é de tal ordem que torna a estrada intransitável, causando acidentes, sobretudo para os condutores de motorizadas”.

“Hoje, houve dois acidentes com motorizadas”

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Ricky Pacheco, 19 anos, estudante do ensino secundário, morador em Metiaut/Foto: Diligente

“Sempre que chove, a estrada fica assim, porque a erosão causa deslizamentos de terra, que vêm da montanha e não tendo por onde drenar, acabam por atolar a via principal. Queremos vender os nossos produtos à beira da estrada, mas não aguentamos, porque a quantidade de pó torna o ar irrespirável.

Há sempre muitos acidentes nesta zona, devido à lama acumulada na estrada, que a torna escorregadia e perigosa. Hoje, houve dois acidentes com motorizadas.

Já vieram cá retroescavadoras para tirarem as pedras e a lama, mas quando chove novamente volta tudo ao mesmo”.

“Não há outro caminho para a água passar”

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Gregório Barreto, 32 anos, segurança de um condomínio privado e habitante de Metiaut/Foto: Diligente

“A estrada fica sempre assim quando chove, porque a chuva traz terra e pedras da montanha e não há outro caminho para a água passar. Algumas pessoas perfuraram a terra na montanha e outras construíram muros, o que só serviu para agravar este problema.

Quando há muitos sedimentos, os funcionários do Ministério das Obras Públicas vêm tirar, mas em casos como o de hoje não consideram necessário vir fazer esses trabalhos”.

“Somos obrigados a viver assim”

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Pascoela Felismina Freitas, 26 anos, proprietária de um quiosque em Metiaut/Foto: Diligente

“Vivo aqui desde 2020 e a estrada à frente de minha casa fica sempre assim, cheia de lama. Tentamos limpar, mas não conseguimos tudo, só algumas partes, porque é mesmo muito entulho. O volume de água misturado com terra e pedras é enorme. A companhia PAX limpou esta zona duas vezes, em 2020. Depois disso, nunca mais fizeram nada e nós somos obrigados a viver assim e esperar que não chova muito.”

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  1. Antes de qualquer eleição legislativa ou municipal, os partidos e os independentes que se candidatam apresentam o seu programa de governo ou de actividades a desenvolver. Portanto, para as entrevistas e para os debates que se agendam, para o período antes do escrutínio, deverá ser elaborada uma lista de questões importantes a colocar aos diferentes candidatos. E os eleitores deverão fiscalizar o cumprimento das diferentes promessas e actuar em conformidade nas eleições seguintes.

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