Fatuhada, Bebonuk, Fomento, Bairro Pité, Taibessi ou Colmera são algumas das zonas da capital de Timor-Leste em que as estradas mostram sinais evidentes de deterioração, com buracos e abatimentos a colocarem em causa a segurança de todos os utilizadores. As construções e reabilitações frágeis dificultam a circulação nos mais diversos pontos da capital.
A rede de estradas do país apresenta um grande número de vias em más condições, a exigir trabalhos de reparação ou até mesmo a reconstrução de infraestruturas rodoviárias com poucos anos de construção. Díli, a capital, poderia ser a exceção de um país coberto por estradas de “retalho”, mas não é.
Apesar dos desafios que Timor-Leste apresenta no âmbito da construção e manutenção das estradas que ligam o país, devido à sua geografia montanhosa, chuvas intensas e fraca construção de bermas e drenagem, quando falamos de Díli, os desafios para manter as vias preservadas seriam, à partida, mais exequíveis, mas o testemunho de quem conduz em Díli indica o contrário.
“As estradas de Díli estão cheias de buracos, o que pode levar a acidentes rodoviários, a danos materiais, mas mais grave ainda, humanos”. As queixas são de Márcio Vieira, professor de português que se desloca de mota pelas ruas da capital.
Por outro lado, as más condições das estradas “provocam congestionamentos, o que faz com que se perca muito tempo nas deslocações”.
Há 15 anos em Timor, Márcio Vieira sublinha que os buracos nas estradas, sobretudo em Díli, dão “uma má imagem do próprio país a quem o visita”.
A diretora nacional de Manutenção e Conservação das Vias Públicas, departamento do Ministério das Obras Públicas, Isabel Lay Guterres, identifica “a canalização subterrânea nas estradas, a erosão de sedimentos que vêm das montanhas e a falta de consciência da população que despeja todo o tipo de resíduos e objetos nos sistemas de drenagem causa entupimentos” como os principais motivos das más condições de algumas estradas de Díli.
“Normalmente, a construção das estradas segue um padrão de qualidade, mas todos nós devemos ter consciência e não colocar lixo nas valetas, para que a água flua bem e possamos prevenir o abatimento das rodovias”, explica.
A falta de manutenção das estradas resulta, muitas vezes, em obras de reconstrução pouco duradouras. Cipriano Nono, proprietário de uma reprografia em Díli, conta que, todos os anos, principalmente na época das chuvas, surgem buracos na estrada que dá acesso ao seu estabelecimento. “Quando as empresas responsáveis vêm reparar a estrada, cortam o asfalto e não tapam os buracos. Escavam crateras e depois não colocam alcatrão”. Desta forma, “os buracos ficam apenas disfarçados e não efetivamente reparados” e, a par disso, “o pó também aumenta consideravelmente, o que prejudica a saúde de adultos e crianças.”
Também João Ximenes, que conduz uma pequena carrinha de caixa aberta, a que em Timor-Leste se dá o nome de “anguna”, afirma que, embora existam estradas em boas condições, existem também outras com muitos buracos o que “prejudica a nossa condução e pode levar a acidentes”. À semelhança de Cipriano Nono, conta também que, quando os funcionários da empresa de águas Bee Timor-Leste, precisam de fazer reparações de canos subterrâneos “limitam-se a escavar as estradas e a colocar terra, o que não resolve o problema, apenas o mascara”.
Ainda sobre a reconstrução das estradas abatidas, Márcio Vieira recomenda às autoridades competentes que “coloquem sinalética adequada nos locais intervencionados para alertar os condutores sobre as reais condições da estrada” e pede também “maior rapidez e garantia de durabilidade da repavimentação”.
O Plano Estratégico de Desenvolvimento 2011-2030 (PED), estabeleceu “a reparação, seguida de um programa de manutenção para evitar que a deterioração volte a ocorrer”, como principal estratégia. O PED apresenta também como objetivo a atingir até 2020 “a reabilitação total de todas as estradas nacionais e distritais, ao nível de um padrão internacional”.
Em 2021, o Banco Asiático de Desenvolvimento alertou que, para Timor-Leste conseguir construir e manter uma rede de infraestruturas rodoviárias sustentáveis e resilientes, é necessário que se abordem as lacunas existentes tanto ao nível da capacidade de financiamento como dos recursos humanos do país.
Questionada sobre as soluções previstas pelo Governo para este problema, a diretora nacional de Manutenção e Conservação das Vias Públicas refere que “existe um plano desenvolvido pelo Ministério das Obras Públicas e que as empresas já melhoraram algumas partes das estradas e vão continuar o seu trabalho na reparação das vias esburacadas”, sem, contudo, especificar medidas concretas.
Os utentes das estradas que pagam taxas de veiculos e licencas de conducao podem levar o ministerio que tem a cargo a manutencao de estradas a tribunal e pedir compensacao financeira bem como “emotional stress”.
Não tem função Aquele ministério das obras públicas.
Acção de manutenção regular para impedir o aumento dos buracos
O que importa nao nao sao os buracos mas os tamanhos dos buracos!
Os maiores buracos nao estao nas estradas mas sim nos politicos.
Eu nao chamo aquilo estrada, eu chamo caminho de cabras.
Dili esta a arrotar pelas costuras, e necessario URGENTEMENTE, descentralizar o governo para areas regionais, nomeadamente; Baucau, Liquica, Maubisse, Maliana, Atauro, OeCusse,, Ermera, para se poder dar a todo o POVO, igual participacao na vida de hoje e FUTURO da nacao.
Quando foi necessario lutar contra o Inimigo, eles foram os primeiros a sofrer na pele.
Porque continuam a sofrer?
TIMOR LESTE, e Dili e o resto e paisagem!