Relatório aponta que o país tem poucas pessoas qualificadas para o mercado de trabalho, o que resulta na falta de produtividade nas empresas, nas instituições públicas e na comunidade, afetando consequentemente a sociedade.
Relatório divulgado pelo Banco Mundial na terça-feira (14.11) revelou que, em Timor-Leste, as perspetivas profissionais dos jovens, sobretudo das mulheres, estão entre “as mais baixas do mundo”. O documento é parte de uma revisão do capital humano, que, no período de uma década (2010 até 2020), apresentou uma ligeira melhoria, passando de 0,41 pra 0,45.
“Em Timor-Leste, 20% dos jovens entre os 15 e os 24 anos não estudam nem trabalham, uma taxa que não diminui desde 2010, causada por uma educação abaixo da média, por limitações na prestação de serviços de saúde e por uma ineficaz proteção social durante a infância e adolescência”, consta no relatório. O estudo ainda destaca que “cerca de 72% da população empregada trabalha no setor informal, o que faz com que a maioria dos trabalhadores em Timor-Leste seja particularmente vulnerável a crises laborais.”
Devido à falta de oportunidades de trabalho, todos os anos milhares de timorenses emigram. Segundo dados da Organização Internacional das Migrações, aproximadamente 50 mil cidadãos vivem no exterior. A situação faz com que o envio de remessas para Timor-Leste pelos trabalhadores da diáspora seja a segunda maior fonte de receitas do país (170 milhões em 2021), atrás apenas dos valores das exportações do petróleo e gás.
No relatório, o Banco Mundial também chama a atenção para os altos índices de nanismo infantil, que afeta quase metade das crianças com menos de cinco anos do país. A instituição financeira também critica a forma como o Fundo Petrolífero tem sido utilizado pelos sucessivos Governos.
“As crianças nascidas atualmente em Timor-Leste terão menos de metade da produtividade que poderiam alcançar em adultos, caso tivessem completado a sua formação académica e gozassem de saúde plena. Além disso, o Fundo Petrolífero, o principal motor da economia desde a independência do país em 2002, corre o risco de se esgotar dentro de uma década, pondo em causa a sustentabilidade da economia de Timor-Leste, bem como dos sistemas de saúde, educação e proteção social”, refere o Banco Mundial.
Presente no evento, o presidente da República, José Ramos-Horta, salientou a importância do documento elaborado pelo Banco Mundial, pois “é delineada a visão do que poderíamos fazer e as políticas práticas e acionáveis sobre como combater os atrofiamentos e como apoiar a educação na primeira infância.”
No seu discurso, Ramos-Horta defendeu um acréscimo no orçamento para o desenvolvimento de programas capazes de eliminar os atrasos de crescimento infantil e de assegurar a saúde materna. Para isso, disse que até concordaria em parar de viajar.
“Se o Parlamento Nacional ou o Governo quiserem cortar todas as minhas viagens internacionais, eu concordo e encaminhamos o dinheiro para estes programas. Não cortem nenhum orçamento relacionado com o bem-estar e nutrição das crianças e mães”, apelou.
O presidente sublinhou ainda que gastos na educação e na saúde são investimentos no capital humano. “Queremos um país de jovens e adultos saudáveis para que possam estudar corretamente e desenvolver o país”.
Por sua vez, o diretor-geral do Banco Mundial para o Desenvolvimento do Capital Humano, Alberto Rodriguez, informou que o Governo criou um grupo de trabalho interministerial para os assuntos sociais e que isso representa “um profundo empenho em construir uma sociedade que não deixe ninguém para trás e que invista em particular nos seus grupos mais frágeis e membros vulneráveis desde tenra idade”.
Acrescentou ainda que maximizar a saúde, a educação, a nutrição e a segurança alimentar são essenciais para alcançar uma nação justa e desenvolvida. Para isso, exige trabalho de grupo em coordenação com os ministérios competentes.
A análise do capital humano exige que o Governo, os parceiros de desenvolvimento e os líderes comunitários trabalhem em conjunto para tirar o máximo partido dos recursos disponíveis e melhorar os serviços essenciais.
O Povo de TL nao precisou do relatorio do bancoe mundial para acordar pois o Povo sente na pele as agruras da vida quotidiana. As mulheres de TL e as criancas tem tido uma sorte marreca.
Sera que a constituicao de TL preve que o PR entre em greve de fome ate que o governo acabe estas injusticas? Esta-se a perder tanto tempo com o “jogo do empurra”, a massa do fundo diminui…