Antropólogo ajuda a digitalizar registos culturais dos Makassae e quer inspirar novos pesquisadores

Shepard Forman: “Muita gratidão pela honra da condecoração e muita gratidão pelo carinho e acolhimento do povo”/Foto: Diligente

Shepard Forman viveu com a família em Quelicai, entre 1973 e 1974, tendo escrito a árvore genealógica do povo em dois sucos. Os materiais fotográficos e de áudio que possui serão preparados para serem arquivados eletronicamente por instituições timorenses que trabalham na preservação da memória.

Pouco antes de Timor-Leste ter sido invadido pela Indonésia (a 7 de dezembro de 1975), o antropólogo Shepard Forman, agora com 86 anos, estava com a sua família no país, em Quelicai, para fazer uma pesquisa sobre a relação entre uma população nativa local e a administração colonial. Entre 1973 e 1974, conseguiu gravar 32 áudios sobre rituais e histórias contadas pelos lia-nain (donos da palavra), armazenou duas mil fotografias a preto e branco e escreveu a árvore genealógica do povo Makassae dos sucos de Lakuliu e Letemumo.

Durante a ocupação indonésia, Shepard Forman foi um dos porta-vozes a favor da luta pela autodeterminação de Timor-Leste.

De regresso ao país pela quarta vez, o norte-americano de origem judaica voltou a Quelicai e encontrou-se com algumas pessoas que, há 50 anos, eram próximas da sua família. Já o material, deverá ser todo digitalizado, num processo que envolverá as instituições do país que trabalham para a preservação da memória timorense. O trabalho também contará com o apoio do Instituto Urca, no Rio de Janeiro, Brasil, e da Luce Foundation, dos Estados Unidos.

Na visita a Timor-Leste com a família, o antropólogo também foi condecorado pelo presidente da República, José Ramos-Horta, com a  Ordem de Timor-Leste, a mais alta distinção concedida aos cidadãos que, através do seu trabalho, contribuíram positivamente para o país.

Shepard Forman, que retorna com a família ao Brasil esta sexta-feira (24.05), é doutorado em antropologia pela Universidade de Columbia e é diretor emérito e investigador sénior do Centro de Cooperação Internacional (um centro de pesquisa) da Universidade de Nova Iorque (EUA).

Na conversa com o Diligente, o antropólogo contou um pouco da sua história, partilhou detalhes da experiência em Quelicai, do regresso à região 50 anos depois e de como pretende disponibilizar para o público todos os registos que possui dos Makassae.

Pode contar-nos como surgiu a ideia de vir para Timor-Leste fazer pesquisa?

Eu soube de Timor-Leste, quando tinha 18 anos e estava na universidade. Um professor, que estava a escrever um livro sobre colonialismo português em África, pediu aos alunos para fazerem pesquisas comparativas em áreas de colonialismo. Houve um sorteio e eu fiquei com Timor-Leste, mas, nas bibliotecas nos Estados Unidos, não encontrei quase nada escrito em inglês sobre, naquela época, o território. Então, perdi o interesse nesta questão.

Já tinha feito uma tese de mestrado sobre o conflito entre holandeses e portugueses no Brasil colonial. E, em 1963/64, quando chegou a hora de escolher um tópico para a minha tese de doutoramento em antropologia, pedi uma bolsa de pesquisa e um visto do governo português para Timor-Leste para estudar a relação entre um povo etnolinguístico e a administração colonial.

Ganhei a bolsa, mas os portugueses não me deram o visto, porque, naquela época, já estavam preocupados com as guerras de libertação em África e queriam que Timor ficasse quietinho. Não tive livre acesso ao país.

Voltei para o Brasil, fiz o doutoramento lá sobre camponeses, no nordeste do país. E uns oito anos depois, recebi um telefonema do Cônsul português em Chicago, onde eu ensinava na universidade. Perguntou-me se eu era Shepard Forman, o antropólogo que precisava de um visto e se eu ainda queria ir. Já estava casado e, na altura, os meus filhos tinham 2 e 5 anos. No início, tive muitas dúvidas e muito pouca informação sobre Timor-Leste. No entanto, já cá estavam uma antropóloga americana, dois ou três franceses, uma geógrafa portuguesa e um geógrafo alemão. Então, fiz-lhes umas perguntas sobre a qualidade de vida para uma família e resolvemos vir.

“Durante a pandemia, recebi duas mensagens pelo Facebook, de duas mulheres de Quelicai, que se identificaram como amigas que brincavam com os nossos filhos, usando os apelidos dos nossos filhos na época e que não usávamos há muito tempo: Jacobo (Jacob) e Xeca (Alexandra). E essas mulheres queriam saber se nós tínhamos recordações e fotos dos pais delas, porque tinham perdido tudo durante a ocupação em 1999, quando as milícias queimaram Quelicai. Quando passámos dois dias em Quelicai, na semana passada, fizemos uma exposição com 100 fotografias. As pessoas diziam: ‘Olha, é este, é este. Este é daqui. Este é de lá’. Havia um rapaz, Abelino, agora com 53 anos, que chegou, tirou do bolso uma foto totalmente rasgada. Era a foto dele com Jacobo, que tiramos há 50 anos. Ele guardou a foto como um pequeno tesouro”

Como é voltar a Timor-Leste passados 50 anos, especialmente a Quelicai? Reencontrou pessoas daquela época?

Reencontrámo-nos com aqueles que ainda estão vivos, principalmente os filhos e a geração mais nova que brincava com os nossos filhos, quando eram crianças. Agora eles têm mais ou menos cinquenta anos. Foram eles que nos procuraram. Durante a pandemia, recebi duas mensagens pelo Facebook, de duas mulheres de Quelicai, que se identificaram como amigas que brincavam com os nossos filhos, usando os apelidos dos nossos filhos na época e que não usávamos há muito tempo: Jacobo (Jacob) e Xeca (Alexandra). E essas mulheres queriam saber se nós tínhamos recordações e fotos dos pais delas, porque tinham perdido tudo durante a ocupação em 1999, quando as milícias queimaram Quelicai.

Quando passámos dois dias em Quelicai, na semana passada, fizemos uma exposição com 100 fotografias. As pessoas diziam: “Olha, é este, é este. Este é daqui. Este é de lá. Foi muito comovente. Foi muito, muito bom. Havia um rapaz, Abelino, agora com 53 anos, que chegou, tirou do bolso uma fotografia totalmente rasgada. Era a fotografia dele com Jacobo, que tiramos há 50 anos. Ele guardou a foto como um pequeno tesouro.

O que sentiu ao voltar aqui agora?

Muita emoção, muita gratidão, porque tão longe e depois de tanto tempo, as pessoas são carinhosas, unidas e muito acolhedoras. Fomos a Quelicai e ficámos na casa de uma dessas mulheres que brincava com a Alexandra. Muita gratidão pela honra da condecoração e muita gratidão pelo carinho e acolhimento do povo.

Hoje (21 de maio), fomos conhecer o César [Gaio], chef do Dilicious. É de Quelicai e o pai dele, que ainda mora lá, soube que nós estávamos aqui e disse ao filho que os malae tinham voltado. Nós sentimos que temos família aqui e é realmente muito comovente.

Disse que veio cá para fazer uma pesquisa sobre a relação entre um povo etnolinguístico e a administração colonial em Timor-Leste. Pode contar-nos como foi essa experiência?

Passei um mês a viajar de ponta a ponta dessa metade da ilha para procurar o melhor lugar para fazer o estudo. Quando cheguei a Quelicai, pensei duas coisas. Primeiro, era um lugar muito, muito bonito. Lá em cima do Matebian, muito salubre, ar limpo e fresco da montanha. Achei que era um bom lugar para a família. Tinha um posto e uma escolinha.

E, em segundo lugar, era o mais recente posto implantado pelos portugueses. Eu achava que seria fácil estudá-los. Quando chegámos, os dois liurais dos sucos Lakuliu e Makalaku construíram uma casa para nós e fomos para lá morar.

Percebi logo que os laços entre os Makassae e os portugueses eram ténues demais. Não havia nada de muito interessante para estudar. O administrador só subia a montanha para fazer o censo, recolher impostos, ou chamar pessoas para o posto para serem castigadas.

O que me chamou a atenção foi a vida  na montanha, pois a estrada que foi construída em 1958/59, acabava na escadaria para a igreja. A igreja ficava basicamente fechada. O padre vinha de três em três meses ou duas vezes por ano para realizar casamentos coletivos ou batismos coletivos. Não havia penetração dos portugueses. Apenas dois por cento da população de Quelicai falavam português. E talvez três ou quatro por cento eram católicos.

E lá, atrás da igreja, para cima do Matebian, estava uma cultura que só falava Makassae. Praticava o seu modo de plantação, recolhia vegetais e arroz, praticava a sua própria religião, que consistia numa série de crenças animistas, e venerava os ancestrais. Fiquei intrigado com a vida deles e queria perceber melhor. Então, disse ao Liurai Lakuliu que precisava de alguém que me ensinasse Makassae e sobre a vida do povo. Ele mandou um rapaz, muito simpático, com cerca de 18 anos, que falava um pouco de português e bastante bem Makassae.

Mas eu achava que precisava de alguém mais entrosado na cultura, um velho mais sábio. O Liurai mandou-me para casa um Nanai, que é, em língua Makassae o Lia-nain, (o dono da palavra) chamava-se Naunaha. Todos os dias vinha para me ensinar a língua e falava sobre práticas agrícolas, barlaque, mas não falava sobre nada sagrado.

Andávamos pelas populações, víamos grupos à volta das casas sagradas com os túmulos dos ancestrais. E era isso que me interessava. Quando perguntava sobre essas coisas, ele ignorava-me, porque para os Makassae, não se pode falar os nomes dos mortos fora do ritual. Foram dias de muita aprendizagem e de muita frustração, porque eu queria aprender muito mais do que ele me estava a ensinar.

Mas depois conseguiu saber os nomes e os rituais e isso teve relação com o Haggadá. Pode contar o que aconteceu?

Depois de uns 4 ou 5 meses, fomos à Austrália celebrar a Páscoa judaica. Quando voltámos, trouxe comigo o Haggadá, um livro escrito por sábios religiosos, chamados rabinos, que conta a lenda da origem do povo judeu. Esse livro é muito interessante, porque está escrito em duas línguas: hebraico, a língua ritual, e inglês, a língua usada para ensinar os nossos filhos, sendo lido uma vez por ano. É um livro dedicado às crianças, para que entendam melhor a nossa tradição. Eu deixei o livro, juntamente com outros, em cima da mesa de trabalho, onde o Nanai e eu nos sentávamos durante as aulas.

A capa desse livro tinha uma inscrição em hebraico, numa caligrafia muito artística e distinta, e em inglês, numa fonte mais comum e tinha o desenho de três figuras: velhos escrivães hebraicos, anciões judeus, que se pareciam muito com os Makassae que ficavam na montanha. O Nanai olhava para eles, e, de certa forma, reconhecia uma certa semelhança com os seus avós. Ele estava muito curioso e perguntou-me. “E isto aqui?”, apontando para as letras, porque ele era analfabeto. Makassae, na época, não era uma língua escrita. Expliquei que era a língua ritual do meu povo, que eu falava com os meus filhos. E ele perguntou-me o que era o livro. Disse-lhe que o livro servia para, uma vez por ano, ensinarmos a nossa cultura aos nossos filhos.

Os olhos dele arregalaram-se e perguntou-me se poderia fazer um assim para eles, porque estavam muito preocupados que os filhos, forçados a estudarem na escola portuguesa, perdessem as tradições e o interesse pela sua cultura. Muitos deles ficavam admirados com o facto de um estrangeiro querer conhecer a cultura deles, enquanto os próprios filhos não queriam saber.

Eu, talvez um pouco arrogante, disse: “Olha, se o senhor me contar as histórias, posso escrevê-las em alfabeto fonético, que existe para escrever palavras pelo som em vez de letras com som”.

Ele pediu licença e saiu a correr de casa. Voltou um ou dois dias depois com mais três ou quatro anciões. Mostrou-lhes o livro, pegaram-lhe e perguntaram sobre a minha religião. Reuniram-se e decidiram que o Nanai iria contar-me as histórias para eu fazer um livro para eles.

Então, ele podia falar os nomes e nós podíamos gravar, mas quando o Nanai achasse que nós já sabíamos tudo o que precisávamos de saber, acabou, não podíamos perguntar mais nada.

“A filosofia do povo Makassae, o seu modo de viver, em harmonia com a natureza, mediado por crenças espirituais e cooperativas, tem muito a ensinar-nos, pois vivemos em sociedades e famílias segmentadas e orientadas largamente por fins materiais”

Quais foram as principais lições que tirou da experiência de vida com os Makassae? Conte-nos alguns momentos específicos da cultura deles.

Acho que a principal lição que tirei da experiência é que o ser humano tem muitas maneiras de viver e conduzir a sua vida e temos de ter muito respeito por todos. A filosofia do povo Makassae, o seu modo de viver, em harmonia com a natureza, por crenças espirituais e cooperativas, tem muita a ensinar-nos, pois vivemos em sociedades e famílias segmentadas e orientadas largamente por fins materiais.

Durante 6 ou 7 meses, levaram-me para tudo o que era ritual. Oma Gini é o ritual mais celebrado, duas ou três gerações depois de enterrar um falecido, despacham a alma do morto para o Matebian, onde as almas dançavam. É um ritual em que faziam ofertas, divinações e oferendas às almas. Assisti aos sacrifícios, aos cantos e às rezas.

Há rituais como o plantio e colheita de arroz, que são muito elaborados e bonitos. As mulheres ficam em cima de um muro e os que vão plantar o arroz ficam em outro e cantam uns para os outros sobre as suas crenças. É um ritual riquíssimo, referindo-se à terra como mãe e ao céu como pai, que, desculpe dizer, é uma narrativa muito, de certa forma, sexual, falando sobre a penetração da mãe terra e uma semente de arroz sendo o sémen. É interessante que sementes e sémen tenham a mesma raiz etimológica. É muito complicado, mas é muito bonito, porque, no que eu chamo de um paradigma de vida, eles unem a produção, a reprodução e os ancestrais, porque acham que, quando alguém morre e é enterrado, está a nutrir a terra. Há toda uma cosmologia do papel do céu e das nuvens, de chuvas. É uma filosofia de vida muito bonita e rica, que sustenta a vida deles, as relações entre quem dá esposa e quem a recebe nos casamentos. Estas crenças são práticas, tradicionais e perpetuam a vida do povo Makassae.

[Naunaha] Contou-me o mito de origem do povo, em que Uruwatu, Sol e Lua, masculino e feminino, deus dos Makassae, no topo do Matebian, num lugar sagrado chamado Turanaba, reproduziram e criaram um ser humano. Mas esse ser humano era hermafrodita, era homem e mulher, e também reproduziu outro filho, que se dividiu em irmão e irmã, que reproduziram os primeiros Makassae, e que, enquanto sucessivas gerações nasceram, foram descendo a montanha, em diferentes linhagens, embora todos alinhados por parentesco e pelo casamento. Fizemos 32 gravações em áudio de rituais de contas e mais de 2 mil fotografias a preto e branco. As gravações em áudio foram transcritas, na época, por jovens Makassae que sabiam ler e escrever nesse alfabeto fonético.

E ele [Naunaha] fez, para mim, uma árvore genealógica com 14 gerações, desde Uruwatu, os filhos, netos, bisnetos, trisnetos dos fundadores originais, de todas as gerações até à de 1974. E eu escrevi.

E os planos para escrever um livro sobre os Makassae?

Eu escrevi seis artigos sobre a vida dos Makassae. Comecei a escrever um livro, aquando da invasão indonésia, e, com a destruição, o sofrimento que houve em Timor-Leste, principalmente em Quelicai, não fez sentido escrever um livro sobre a vida deles como se nada tivesse acontecido. Então, parei de escrever, coloquei os materiais num baú e deixei-o na faculdade.

Fui trabalhar numa organização filantrópica, na área dos Direitos Humanos e Governação e fizemos o que podíamos para apoiar a resistência e convencer o povo do meu país que Timor-Leste tinha o direito à autodeterminação.

A minha intenção, quando saímos daqui, era voltar, terminar as pesquisas, trabalhar com os Makassae para escrever o livro, mas não podia voltar durante a ocupação. Voltei em 1999 e vi tudo destruído. Voltei novamente, com o meu filho, em 2002, para a restauração da independência, a convite de Ramos-Horta. Voltei em 2006 a pedido de Ramos-Horta, como então primeiro-ministro, para o ajudar a pensar num plano de desenvolvimento. Voltamos agora, depois de 50 anos da nossa primeira chegada, para receber, com muita humildade e honra, a condecoração e para falar com várias instituições, como o Centro Nacional Chega (CNC), o Museu e Arquivo de Resistência, o Centro Audiovisual Max Stahl (CAMSTL), a Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), sobre como digitalizar todos os materiais que ficaram no baú, criar um arquivo eletrónico digital e devolver o arquivo aos Makassae, em Quelicai. E para que essas instituições possam trabalhar os materiais, que são ricos em história e fazem parte da cultura do povo Makassae. A ideia é que mais jovens pesquisadores fiquem inspirados para desenvolverem a sua própria pesquisa.

“E é isso que eu vejo, que o país está num momento muito, muito bom. É livre, é democrático, tem imprensa livre, mas há muita pobreza, muitos problemas sociais. Espero que, com o tempo, tudo melhore”

E depois de 70 anos, como avalia as mudanças históricas que aconteceram no país?

Essa é uma coisa que realmente ainda tenho de entender. Do ponto de vista cultural, agora há uma unificação da nação que não existia antes, porque antes havia 32 grupos etnolinguísticos que tinham uma ligação com o mesmo poder colonial, mas não havia essa identidade nacional, essa unificação que agora a língua tétum permite.

Conhecemos Ramos-Horta quando ele tinha 19 ou 20 anos e era jornalista na Voz de Timor. Na altura da restauração da democracia, em 2002, perguntei-lhe: “Como se sente? Todo este sofrimento valeu a pena?” E a resposta dele foi muito interessante. Ele pensou um pouco e respondeu: “Se nós construirmos uma democracia que é sustentável, se nós pudermos garantir os direitos humanos do povo, e, principalmente das mulheres, se melhorarmos a vida do povo na área económica, na saúde e na educação, aí terá valido a pena.”

Na outra noite, jantámos com ele, 22 anos depois. Lembrei-me daquela conversa e perguntei-lhe o que ele responderia agora. E ele disse: “Olha, temos feito muitos progressos. Ainda temos um caminho para atravessar, por isso, estamos a trabalhar.” E é isso que eu vejo, que o país está num momento muito, muito bom. É livre, é democrático, tem imprensa livre, mas há muita pobreza, muitos problemas sociais. Espero que, com o tempo, tudo melhore. Mas é um país num bom momento e com um futuro promissor.

Enquanto judeu e cidadão, como avalia o conflito entre Israel e a Palestina?

É uma situação terrível. Sinto uma grande tristeza pelo que está a acontecer com o povo palestiniano, que não merecia este sofrimento. Eu acredito que o Estado de Israel tem o direito de se defender, mas acho que passaram dos limites ao matarem quase 40 mil palestinianos na procura de uns poucos mil terroristas do Hamas. Eu preferia que o meu governo, o norte-americano, não participasse tão ativamente no aspeto agressivo que tem sido lançado em Gaza. É uma situação de horror, que me deixa sem palavras.

Ver os comentários para o artigo

  1. Cara Antonia, quero lhe agradecer e parabenizar pelo artigo que li com muita atenção e prazer. Você capturou o sentimento e emoção meu e da família ao retornar a Timor-Leste e captou nosso desejo de devolver ao povo Makassae e pesquisadores timorenses interessados o material da pesquisa de campo de 1973-74 que pertence a eles – uma pequena mas significante arte de cultura e patrimônio histórico deles. Você é uma excelente jornalista, Antonia. Foi um grande prazer falar com você. Lhe deseja muito sucesso na sua carreira. A imprensa livre e um elemento crucial na vida de um país democrata, ainda mais numa jovem democracia florescendo após quase 500 anos de colonialismo e 24 anos de brutal ocupação. Você está fazendo a sua parte com distinção. Shepard Forman

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