Amamentação: a dupla ditadura sobre as mães

Armanda Miranda/Foto: DR

Ciclicamente volta à ordem do dia um alerta sobre a necessidade, ou a urgência, da amamentação natural por parte das lactantes (mulher que amamenta) aos lactentes (bebé que mama). Apela-se, com bastante ênfase, ao valor da amamentação como fator de desenvolvimento dos bebés e do bem-estar das mães. O valor nutritivo do leite materno é tido, e bem, como a fórmula mais nutritiva para assegurar a saúde dos bebés. Estas duas ideias são, em síntese, as orientações emanadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela UNICEF sustentadas em estudos.

Um artigo científico da revista The Lancet, da autoria de Rafael Perez-Escamilla (Universidade de Yale, EUA) resume a investigação sobre este fenómeno, quando assevera que “os bebés têm maior probabilidade de sobreviver e desenvolver todo o seu potencial quando são amamentados. A amamentação promove o desenvolvimento do cérebro, protege os bebés contra a desnutrição, doenças infeciosas e morte, além de reduzir os riscos de obesidade e doenças crónicas na vida adulta”.

O conselho explícito à amamentação materna, por alternativa a substitutos artificiais, não se baseia apenas na constatação de que existem crianças subnutridas por falta de amamentação, mas, e ultimamente, sobretudo pela proliferação de leites em pó, supostos substitutos de igual valor nutritivo em comparação com o aleitamento materno.

Uma visita a supermercados de Díli, onde prolifera uma variedade de marcas de leite sintético em língua indonésia, permite ler, nos rótulos espampanantemente coloridos, slogans como “anticólicas”, “fortalece o sistema imunitário” e “o desenvolvimento ósseo e muscular” e, pasme-se, até o “QI”. Para “facilitar a digestão”, alguns leites ostentam o sabor a morango ou chocolate. E, amiúde, estas potencialidades foram “cientificamente testadas”. É a força de uma indústria global que, nos últimos 20 anos, se pautou por um crescimento rápido e que já movimenta valores na ordem dos 55 mil milhões de dólares anuais.

O responsável pelo núcleo de saúde materna e infantil na OMS, Nigel Rollins, a respeito desta publicidade enganosa, coloca o dedo na ferida: “É hora de acabar com isso. As mulheres devem ter o poder de tomar decisões sobre a alimentação infantil com informação rigorosa e livre de influência da indústria”.

O alarme estatístico de que os leites artificiais estão a substituir a amamentação natural, aliados à perceção desta publicidade selvagem e enganosa fez emergir a necessidade de regulamentar este abuso e valorizar, via slogans e campanhas, a urgência de se alimentar naturalmente os bebés. A UNICEF quer adotar um Código Internacional de Marketing do Substituto do Leite Materno e a OMS não para de avisar para as consequências do abuso dos leites artificiais.

Timor-Leste não foi alheio a esta movimentação. Aprovou um regime jurídico dos substitutos do aleitamento materno, acolheu os conselhos da OMS, pela voz de Arvin Mathur, na intensificação da amamentação, recomendou-a até aos dois anos e, neste último, teve a mensagem ecoada pelo Primeiro-Ministro, Taur Matan Ruak, e pelo Presidente da República, José Ramos-Horta.

Parece inegável que existe uma correlação negativa entre o uso de pós sintéticos de leite e o hábito do aleitamento parental: quanto mais se recorre a leites artificiais, menos se adota a amamentação natural. Estudos globais da OMS apontam que menos de metade das crianças da Europa com menos de seis meses beneficiam do aleitamento materno.

Neste ambiente de conselhos, alertas e apelos urgentes, não ouvimos as vozes das mulheres. Na verdade, no caso de Timor-Leste, os apelos de Arvin, Ruak e Horta soam a alguém que “megafona” os resultados de estudos, que propala a mensagem politicamente correta e ignora a realidade de quem tem, efetivamente, o ónus da amamentação. Só ouvimos vozes masculinas e a gravidade da situação é que não ouvimos vozes das mulheres que aparentam ser meros recetáculos passivos deste espetáculo de estudos e slogans.

Oiçamos vozes femininas. Pela boca de Yane Maia, 28 anos, revisora linguística de conteúdos informativos do Consultório de Língua Portuguesa e mãe de dois filhos, com 1 e 2 anos, ouvimos sobre a incapacidade de amamentar, porque ambos os filhos mostraram dificuldade na “pega da mama”. Este fenómeno não é incomum: bebés, por razões não totalmente explicadas, não aderem ao seio da mãe ainda que o ato de sucção seja inato, noutros casos sugam, mas a força de sucção não é suficiente já que os bebés apenas abocanham o bico do mamilo causando dores à mãe.

No caso das mães lactantes, há toda uma panóplia de condições médicas que mitigam ou eliminam mesmo o aleitamento, desde traumas mamilares como escoriações, fissuras, mastites mamárias, insuficiência de ocitocina ou de prolactina, hormonas responsáveis por estimular a produção do leite ou, por excesso, insuficiência de leite para as necessidades do bebé (“bebé guloso”) e toda uma variedade de condições médicas que seria exaustivo listar. Todas com algo em comum: são fatalidades biológicas cuja responsabilidade não se pode imputar à mãe lactante.

A mãe que amamenta tenta resolver algumas daquelas incapacidades biológicas via métodos alternativos. Aqui, o uso da bomba de leite surge como via amiúde escolhida. Quer para recolher leite para o bebé, quer para esvaziar as mamas pela excessiva produção de leite, o uso da bomba é frequentemente doloroso, como nos diz Yane Maia, quando assevera que “era muito cansativo e doía muito”, opinião partilhada pela autora destas linhas.

E nem nos atrevemos a listar exaustivamente os constrangimentos socioeconómicos que impendem sobre as mães lactantes: a obrigatoriedade de trabalhar, longas ausências do lar e pouco tempo com os lactentes e, em muitos países, a falta de licenças parentais ou apoios de estruturas de saúde públicas e a ausência de uma dieta nutritiva, não são alheias à pouca produção de leite e/ou com pouco valor nutritivo (“leite fraco”) por parte das mães lactantes.

Rafael Perez-Escamilla sintetiza a ideia: “Globalmente, muitas mulheres que desejam amamentar enfrentam múltiplas barreiras, incluindo uma licença parental insuficiente e falta de apoio nos sistemas de saúde e no local de trabalho”. Neste ambiente, o uso de leites de substituição não espelha uma atitude de laxismo, preguiça ou negligência, mas, outros sim, um “último recurso”.

Pressões sociais emergem, em forma de críticas fáceis que muitas vezes povoam o relacionamento do casal, as relações entre pares (incluindo mulheres), que usam as redes sociais como armas de arremesso: “’não estás a amamentar? Porquê? Tens de conseguir amamentar!”. Neste panorama, influencers das redes sociais, fotografando-se a amamentar as suas crias não são isentas de responsabilidade. Elas espelham uma realidade falsa que promove a ideia da “extrema simplicidade” em amamentar. São cada vez mais as mulheres que, face a esta tremenda pressão social para amamentar, procuram conselhos de profissionais da psicologia.

As mulheres lactantes, em vias disso ou ex-lactantes estão sujeitas a esta dupla ditadura: à voracidade da indústria de leites artificiais e às pressões sociais para que cumpram o seu desígnio divino obrigatório, isto é, amamentar crianças em sociedades que não lhes dão tempo, espaço ou condições para isso.

E eu, que redijo estas linhas como ex-lactante, passei por dificuldades que guardei para mim sob o receio da censura social: ora o leite não saía, ora saía em excesso pelo que, a determinada altura, o uso da bomba tira-leite, via processo doloroso, e o recurso a leite artificial não foi uma opção, mas uma obrigação.

Pergunto: será que estas vozes masculinas que apregoam às mulheres o aleitamento como imperativo não foram devidamente amamentados, quando bebés?

Armanda Miranda é Licenciada e mestre em Educação de Infância. Tem, há cerca de 15 anos, exercido funções em instituições de ensino pré-escolar públicas na zona da grande Lisboa. É, porém, na qualidade de ex-mãe lactante e leitora do Diligente que sentiu a necessidade de redigir o presente texto.
armandamiranda@netcabo.pt

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  1. Eu sou homem, nao tenho de sofrer aquilo que as maes e mulheres sofrem, mas reconheco o valor Inagualavel das MULHERES, os seus maus tratos dos machistas dos homens que assim as tratam porque as TEMEM.
    Eu, na minha mais modesta opiniao acho que ser Mae ou Pai e de um valor inestimavel e que todos que embarcam nessa “caminhada” tem de por os “frutos do seu Amor” nos pincaros deste mundo ingrato para lhes darem a melhor oportunidade de sucesso. Isso inclui nao se preocuparem com a figura apos nascenca.
    Antigamente a nao ser que as Maes nao pudessem amamentar por falta de leite materno eu compreendia. Hoje com todos os direitos de toda a gente…, e muito complicado!
    Diria mesmo que e muita areia pra minha camioneta!
    E tempo de todos nos reflectir, de termos as prioridades correctas e acertadas, de comer muito “HUMBLE PIE”, de comer o pao que o diabo amassou, de fazer das tripas, coracao, de repensar o “MODUS VIVENDI”!
    Em suma, Wake Up!

  2. “Vozes masculinas”? Que ideia mais tola! Quando alguém tem se ser submetida a uma cirurgia ao coração vai estar preocupada se quem realiza a cirurgia tem uma “voz masculina” ou uma “voz feminina”, ou o que lhe interessa é a sua competência técnica?
    Recomendo a leitura de estudos técnicos sobre o assunto, mas os leitores podem começar por alguns textos básicos como este: «O leite materno é o melhor alimento nos primeiros meses de vida e a recomendação é de que a amamentação seja feia até os dois anos ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida. São inúmeros os benefícios para a mãe e para o bebê. Inclusive, recente pesquisa realizada pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil – ENANI-2019 reforça o papel protetor da amamentação contra doenças infecciosas e crônicas da infância, e ainda conclui que mais de 820 mil mortes de crianças menores de cinco anos por ano no mundo poderiam ser evitadas com o ato de amamentar. “O aleitamento materno é principal arma no combate à desnutrição e mortalidade infantil, é rico em imunoglobulinas, anticorpos e várias proteínas, lípides e carboidratos adequados para nutrição do recém-nascido. Assim, previne contra as principais doenças do recém-nascido e da infância”, alerta a obstetra Dra. Silva Regina Piza, presidente da Comissão Nacional Especializada em Aleitamento Materno da Febrasgo.» https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/1304-o-aleitamento-materno-e-capaz-de-prevenir-mais-de-820-mil-mortes-em-criancas-de-ate-5-anos-por-ano-no-mundo-diz-estudo

    Em Timor-Leste, onde a subnutrição infantil é um flagelo, tenta-se sensibilizar as mães para a importância de amamentar os filhos, contra a publicidade enganosa das empresas de leite artificial e contra as vozes que fazem perguntas descabidas como a que encerra o texto que vocês publicaram. Quem faz estas campanhas não são “vozes masculinas”, são vozes de pessoas que sabem o que dizem, e que tentam salvar vidas. Veja-se, por exemplo, esta notícia: https://tatoli.tl/2018/08/15/susu-kinur-ba-bebe-nuudar-fundu-importante/

    A senhora que assina o artigo diz que há quinze anos que trabalha com crianças em Portugal. Sugiro à senhora que siga esta página do Facebook, de Portugal, onde seguramente poderá beneficiar com as palavras de muitas vozes femininas sobre o assunto: https://www.facebook.com/IBFAN.Portugal

      1. Sr. João Esperança,
        Li este artigo e passei pelos comentários. Fiquei confusa com o seu comentário. Parecia-me que tínhamos lido textos diferentes. Voltei a ler o artigo e os seus comentários.
        Em nenhuma passagem do texto se faz a apologia do leite de substituição, mas alerta-se para a necessidade de ouvir as dificuldades, de vária ordem, que muitas mulheres têm em amamentar. Ora vamos à análise do texto: 1.º, 2.º e 3.º parágrafos – importância e benefícios da amamentação; 4.º, 5.º, 6.º, 7.º e 8.º parágrafos – o leite em pó, os malefícios e marketing. Parágrafos seguintes – a necessidade de ouvir as mulheres sobre este assunto, as dificuldades que muitas têm em amamentar, fazendo-o por pressão.
        Em Portugal é bem presente a consciência da necessidade de amamentar. Ainda bem que existe essa consciência, mas, em alguns casos, implica um sentimento de culpa, quando não se pode amamentar, e, às vezes, mesmo sofrimento para as mulheres. As mulheres têm, por um lado, a pressão da indústria do leite de substituição e, por outro, a pressão da necessidade de amamentar, mesmo com que não tenham condições para isso. Tive uma amiga que, mesmo com os mamilos em ferida, dores absurdas e desaconselhada pelo médico, insistia em amamentar. E fazia-o por causa dessa pressão.
        Quanto “às vozes masculinas”, percebo o que autora quer dizer. Concordo que todas as vozes, masculinas ou femininas, devem defender a amamentação. A verdade é que ainda vivemos num mundo em que a voz da mulher, quando ela é a principal visada, não tem o eco que devia ter… na gravidez, na amamentação, na sexualidade. Se vive em Timor, sabe bem isso.
        Agradeço este alerta à Sra. Armanda Miranda e agradeço ao Diligente a publicação do artigo. O bom jornalismo é isto mesmo: ouvir o outro lado, outras vozes, mesmo quando elas incomodam a maioria.

        1. Não releu o texto com atenção suficiente. O texto induz as pessoas em erro, faz parecer que as campanhas a favor da amamentação são conduzidas por homens e sem ouvir as mulheres. O que é falso. São conduzidas por toda a gente que compreende a gravidade do assunto, e que sabe que muitas vidas de bebés timorenses podem ser salvas graças à amamentação. Não são “Arvin, Ruak e Horta” os líderes das campanhas para salvar estas crianças, todos sabemos que a campanha de sensibilização para a importância de amamentar, e de não desperdiçar o colostro (o que muitas mães fazem tradicionalmente cá), teve um grande impulso com o envolvimento da Fundação Alola (uma organização de mulheres) e da Sra. Kirsty Sword-Gusmão.
          A minha mulher amamentou os nossos quatro filhos, exclusivamente durante os primeiros seis meses, e junto com outros alimentos depois, alguns até um ano outros até aos dois anos e tal. Também enfrentou dificuldades, não foi sempre fácil, mas foi sempre o melhor para o bebé. Ela não o fez porque “Arvin, Ruak e Horta” lhe disseram que o fizesse, fê-lo porque sabia que era mais saudável para o bebé (e para ela), e foi apoiada nessa decisão pelo marido, mas também pelas médicas obstetras que consultou (que eram todas boas profissionais e eram todas vozes femininas).
          As estatísticas médicas pelo mundo dizem que são menos de 5% as mães que não conseguem realmente amamentar, e essas mulheres devem ser apoiadas (nalguns países com capacidade logística para isso há até dadoras de leite materno e bancos de leite), mas não devem ser erradamente apresentadas como se fossem a maioria das mães, pressionadas por cruéis “vozes masculinas”.
          Todos os manuais médicos, independentemente do sexo de quem os escreveu, dizem que caminhar diariamente é bom para a saúde. Ora, há algumas pessoas que por alguma razão não têm capacidade locomotora, mas não é correto dizer por isso que as campanhas a favor do exercício físico são o resultado de “vozes masculinas” insensíveis. Devemos todos apoiar essas campanhas, e ao mesmo tempo procurar soluções específicas para as pessoas que não conseguem andar. E amamentar é tão natural como andar, a espécie humana existiu durante milhares e milhares de anos sem leite artificial.

          1. Não leio nada do que o João Esperança lê. Faço a mesma leitura do/a CAPT. O João Esperança está a fazer uma leitura enviesada.

          2. Ai João Esperança!
            Estas mulheres (autora e comentadoras) acham-se mais inteligentes do que nós e com capacidade de compreender um texto. Há cada vez mais assim. Antigamente não pensavam, limitavam-se a procriar, amamentar e trabalhar em casa para nós. Agora não querem procriar e quando procriam queixam-se que tudo é difícil. Qual é o problema de ter os mamilos em ferida? Pertencem aos 5% que não conseguem amamentar? Azar. É assim há milhares de anos e é assim que tem que se manter. Se elas não tivessem que trabalhar fora de casa para sustentar a casa não vinham com desculpas. Dizem que é muito difícil. Elas lá acabam por amamentar, mas sempre com queixinhas. Bom, bom é ter uma mulher em casa submissa e disposta a servir-nos, a procriar sempre que nós quisermos e em silêncio… Já se fazem poucas assim. Agora, acham-se donas do seu corpo e das suas vidas… Mas é melhor parar por aqui para que não me venham dizer que eu não tenho mamilos e não sei o que custa. Atenção minhas senhoras que isto não é pressão. Vocês são livres para não amamentar se não conseguirem. É só um comentário inofensivo.
            (DiliGente, leitores e comentadores, perdoem a ironia).

            1. Tanto celeuma por causa do leite. No meu alentejo dava-se binho como dizem os portenhos, as criancas dormiam e tinhan sonhos cor de rosa. Nao choravam e as maes labutavam arduamente nos campos agricolas das 5 da matina as 8 da note(noite).
              O binho vinha num garrafao de 5lt, marca “Tia Maria”.
              As vezes os adultos tambem comiam soupas de cavalo cansado. Ganhavam todas as corridas!

              Nao leiem este artigo que esta deturpado, eu so queria por um pouco de humor!

              Mas a troca de galhardetes e deveras salutar.

              E biba o mamilo.

  3. Uma boa ideia para se abrirem negocios dada a alta taxa de natalidade em Timor; Abram lojas de leite em mamilo, o leite tem quasi todos os nutrientes do leite materno, mas com sabor a manga, jambolao, papaia, ananaz, cereja brava,
    e porque nao sarmale?

  4. Mulheres de TL, eu sou a Vossa ESPERANCA!

    Nao sou Joao Paulo mas sou ESPERANCA
    Trago amor e compreensao em abundancia
    Nao ando aqui para bajulanca
    Matanca
    Ou mesmo para o tebedai danca
    Farsanca
    Eu sou o vosso socorro, vossa ambulancia
    Nao sou uma catana mas posso ser uma lamca
    Nao sou lourico bravo, sou pombo manso
    Cheiro bem, nao cheiro a ransso
    Eu sou o vosso SALVADOR, sopas e descanso

    Carlos Batista
    Amamentador de desilusoes, poeta, filosofo

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