Adiamentos da graduação da UNTL impedem candidaturas de finalistas a vagas de trabalho

UNTL realiza cerimónias de graduação, habitualmente duas vezes por ano. /DR

A cerimónia de graduação dos finalistas da UNTL foi novamente adiada, desta feita para os dias 11 e 12 de abril, comunicou a instituição. O evento que estava previsto para dezembro já tinha sido inicialmente adiado para 24 de fevereiro. Os sucessivos adiamentos estão a prejudicar os finalistas que precisam do diploma da licenciatura para se candidatarem a vagas de trabalho em que é exigida apresentação do certificado.

A Universidade Nacional Timor-Lorosa’e (UNTL), através do gabinete do reitor, João Soares Martins, emitiu o aviso relativo ao novo adiamento, a 23 de fevereiro, no qual explica que o problema “se deve a atrasos no processo de aquisição das togas e do papel de impressão dos diplomas.”

Natalino de Jesus Cárceres Exposto, estudante finalista da UNTL, contou ao Diligente que este atraso da cerimónia de graduação está a impedir os finalistas de se candidatarem a vagas de trabalho. “Enquanto finalista da Faculdade de Direito da UNTL, se o Centro de Formação Jurídica e Judicial abrir candidaturas no início de abril, não me vou poder candidatar sem o diploma e posso perder uma grande oportunidade”, lamentou.

Para o finalista, “não devia ser necessária a cerimónia de graduação para receber o certificado, cada pessoa devia poder pedir à administração o seu diploma, desde que acabasse o exame da monografia com aprovação.”

Deotériya Maria Fátima da Silva, estudante finalista do curso de Parteira, mostrou-se indignada com o mais recente adiamento. “Nós, da Faculdade de Medicina e Ciências da Saúde (FMCS), precisamos do diploma legalizado para podermos tratar do cartão de profissional de saúde. Para além disso, temos de cumprir, no mínimo, dois anos de serviço voluntário para podermos concorrer a vagas de trabalho em hospitais ou em clínicas.”

Com o atraso da cerimónia e sem diploma ou cartão profissional, Deoteriya Silva não pode ainda “trabalhar voluntariamente no Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) nem em determinados centros de saúde.”

A estudante contou ao Diligente que, no caso dos departamentos de Medicina Geral, Parteira e Enfermagem, a licenciatura tem a duração de sete anos. “Dedicámos muito tempo a aprender e a realizar estágios nos hospitais e agora a administração da UNTL não está a ter capacidade de gestão e isso está a prejudicar-nos”. Para além disto, esta demora já a impediu também de continuar os estudos em Portugal, onde pretendia inscrever-se no mestrado.

A finalista, que também considera desnecessária a cerimónia oficial da graduação, deu o exemplo de outros países em que “os estudantes podem dirigir-se aos serviços académicos para receberem o diploma e que a comparência na cerimónia de graduação é facultativa.”

Os dois estudantes finalistas da UNTL terminaram as suas licenciaturas em setembro de 2022 e, caso se cumpram as mais recentes datas anunciadas para a cerimónia – 11 e 12 de abril, só vão receber o diploma seis meses depois de concluídas as respetivas licenciaturas.

No total, vão ter de pagar à UNTL 125 dólares para a cerimónia de graduação, uma vez que têm obrigatoriamente de comprar diploma (6 dólares), canudo (8 dólares), medalha da UNTL (8 dólares), tradução do diploma (8 dólares), faixa de tais (6 dólares), toga (60 dólares), merenda (9 dólares para 3 pessoas) e despesas administrativas (20 dólares).

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