CNRT aguarda validação do Tribunal de Recurso para decidir sobre coligação

CNRT apresenta dados internos de contagem dos votos/Foto: DIligente

O Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT) venceu as eleições parlamentares com 41% da votação, sem alcançar maioria absoluta. Em conferência de imprensa, esta terça-feira, na sede do partido, Xanana Gusmão não respondeu às questões dos jornalistas sobre uma possível coligação, alegando que ainda não há um resultado final. Se depois da verificação do Tribunal de Recurso o resultado se mantiver, o CNRT, com 31 assentos parlamentares, precisará juntar-se a outra força política, caso queira formar um Governo maioritário, com o mínimo de 33 deputados.

O presidente do CNRT apresentou os dados registados pelos fiscais do partido que acompanharam a votação nos centros de todo o território. Os números do partido revelam uma ligeira diferença comparativamente ao apuramento do Secretariado Técnico da Administração Estatal (STAE).

De acordo com os dados recolhidos internamente, o CNRT conseguiu 285.735 votos. Segundo os números do STAE, votaram no partido 288.101 eleitores. Apesar de a comparação mostrar que o CNRT teve menos três mil votos, o presidente do CNRT afirmou que, feito o apuramento geral da votação, o partido obteve 42% dos votos, mais 1% do que a percentagem apurada pela STAE.

Mesmo que se concretize esta subida, não será suficiente para constituir um Governo maioritário. Nesse sentido, Xanana mostrou-se descontente por não ter conseguido a maioria absoluta e aproveitou para deixar uma mensagem ao povo para que mantenha a calma de modo a garantir a paz e a estabilidade. “A festa da democracia pressupõe respeitar as ideias dos outros”.

Questionado sobre a possibilidade de incluir membros de outros partidos na formação do IX Governo, como aconteceu nos executivos que liderou anteriormente, Xanana respondeu: “A comparação não é justa, porque as situações são diferentes. Nessa altura eu tive de chamar pessoas de outro partido para evitar a interferência da Austrália. É uma questão de interesse nacional”. Para além disso, o líder do partido disse que só pode responder relativamente aos membros do próximo Governo depois de validado o resultado final.

O Partido Democrático (PD) tem sido apontado como o partido mais provável para uma possível coligação. Com seis assentos parlamentares, caso se una com o CNRT, juntos perfazem 37 cadeiras, mais quatro do que as necessárias para formar um Governo de maioria absoluta.

A Fretilin (19 cadeiras), Khunto (cinco) e PLP (quatro), as três seguintes forças partidárias mais votadas e que assinaram uma plataforma de entendimento antes das eleições, perfazem, em conjunto, um total de 28 lugares no Parlamento Nacional.

A contagem de votos pelo STAE terminou às 12h desta terça-feira, 23 de maio. As atas de apuramento foram entregues à Comissão Nacional de Eleições (CNE), que está a fazer uma tabulação nacional cuja conclusão está prevista para sábado, dia 27 de maio. A CNE vai depois elaborar a ata do apuramento provisório dos resultados nacionais e tem até 30 de maio para a afixar na sede.

O prazo para recorrer destes resultados ao Tribunal de Recurso que, por sua vez, terá dois dias para decidir sobre os recursos apresentados, estende-se até dia 1 de junho.

Prevê-se que o  Acórdão do Tribunal de Recurso com a proclamação dos resultados seja em publicado em Jornal da República no dia 6 de junho.

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