Happy Dog: a primeira escola para cães em Timor-Leste

A escola tem um espaço de cerca de 2000 metros quadrados para os animais brincarem e treinarem/Foto: Diligente

Fundada há pouco mais de um mês, a escola disponibiliza serviços de dog sitting, internato e treino com o objetivo de corrigir comportamentos, além de preparação para serem animais de desporto e terapia, como também de busca e resgate.

Desde 22 de fevereiro deste ano, os cães em Timor-Leste contam com a Happy Dog, uma escola localizada no suco Manleu, em Díli, dedicada a atender as suas necessidades. A fundadora e instrutora, Denja Fankhauser, cidadã suíça que chegou ao país em 2013, sentiu-se compelida a agir ao ver os animais nas ruas em condições precárias: doentes, agressivos e mal tratados.

A missão da Happy Dog é treinar cães para serem animais de terapia, ajudando pessoas a lidar com ansiedade, depressão, traumas e outros transtornos mentais; de busca e resgate, apoiando na procura por drogas ilícitas e por pessoas ou objetos desaparecidos; e de desporto, tornando-se atletas.

Os serviços oferecidos são adaptados às necessidades e preferências dos animais e dos seus donos. Quando precisam de se ausentar, os donos podem deixar os seus amigos na escola. Os treinos mais básicos incluem obediência, ensiná-los a fazer as necessidades no local correto, evitar roubar comida e seguir instruções simples como sentar-se e saltar.

Já as práticas mais avançadas envolvem deteção de substâncias ilícitas e pessoas, bem como desenvolvimento de capacidades desportivas. Denja Fankhauser utiliza chás para o treino de deteção. “Estamos prontos para ajudar se o aeroporto precisar de cães de busca”, garantiu.

Todos estes serviços estão disponíveis a preços acessíveis. Um dia inteiro na escola custa no mínimo 4 dólares e no máximo 29 dólares, com um preço semanal que pode chegar aos 150 dólares.

Quanto ao treino, depende das necessidades dos animais e é estabelecido um acordo entre as partes. Para frequentar a escola, os cães devem estar vacinados, incentivando os donos a serem responsáveis pela saúde dos seus bichos de estimação.

Instrutora corrige o comportamento canino, de modo o que os animais obedeçam e não ataquem/Foto: Diligente

Ter uma escola para cães era um sonho de infância de Denja Fankhauser. Apaixonada pelos animais desde pequena, começou a treinar os seus próprios pets e mais tarde frequentou um curso de treinadora na Suíça para aprimorar o seu talento inato e adquirir conhecimentos técnicos. Atualmente, está a preparar-se para obter um certificado internacional, o qual requer no mínimo 300 horas de treino.

“As pessoas podem magoar-nos, mostrando uma cara descontente, ficando zangadas ou stressadas connosco, mas os cães não. Eles ficam sempre ao nosso lado nos bons e maus momentos”, refletiu.

Mesmo sendo ridicularizada por falar com os cães na rua e prestar serviços aos animais, Denja Fankhauser não se deixa abater e encara a situação como um desafio para mudar a mentalidade das pessoas. “A maioria dos timorenses ainda não compreende que os cães são nossos amigos”, lamentou.

O momento mais marcante no seu trabalho é testemunhar que o treino resulta, que os cães aprendem e cumprem instruções. “Uma coisa simples é, por exemplo, ensiná-los a dar a pata. O maior resultado é quando eles aprendem a não fazer as necessidades dentro de casa, mas isso requer tempo”, partilhou a instrutora.

Para saber dar a pata, é preciso apenas um ou dois dias. Para não fazer as necessidades em locais inapropriados é preciso uma ou até duas semanas, dependendo das características dos animais.

Após um mês de existência da Happy Dog, Denja Fankhauser foi contactada por oito pessoas de diferentes nacionalidades, incluindo timorenses, das quais duas já adquiriram os serviços. Os cães dos clientes brincam e aprendem com Sunny e Pixy, os animais de estimação da tutora, num espaço de cerca de dois mil metros quadrados.

Sunny, um Golden Retriever que está com Denja desde 2012, é treinado para ser cão de terapia. Pixy é uma Pastora Alemã e está a ser preparada para encontrar substâncias ilícitas, vivendo com a tutora há 6 meses.

Denja Fankhauser conta com a ajuda de uma assistente, que vai buscar os animais a casa dos clientes e presta apoio durante as sessões de treino.

“Treine o seu cão e terá benefícios. Terá um amigo fiel e não terá de se preocupar se vai morder alguém, fugir ou colocar em risco a sua própria vida”, refletiu a profissional que, no futuro, espera criar uma comunidade de cães de desporto em Timor-Leste.

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  1. Que sortudos estes caes, mais do que muitos patricios humanos. Parabens a senhora. Que tenha muito sucesso. Sera que tambem pode treinar politicos zarolhos? Com ou sem queijo suico, com ou sem campainhas suicas!
    I loved it and wish you the very best sucess.

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