Primeira edição do prémio “Women in Business” pretende valorizar a contribuição das mulheres para a economia do país

10 prémios vão ser atribuídos a mulheres empreendedoras e que atuam nas finanças e instituições que apoiam o empoderamento feminino/Foto: Diligente

As candidaturas e nomeações começam hoje, dia 19 de agosto, e decorrem até 22 de setembro. A atribuição do prémio será em novembro deste ano.

A Sociedade Financeira Internacional (IFC, em inglês) e a Associação Empresarial das Mulheres de Timor-Leste (AEMTL) lançaram hoje, 19 de agosto, na sede do Banco Mundial, em Díli, a primeira edição do prémio “Women in Business” em Timor-Leste. A iniciativa, que será realizada anualmente, pretende celebrar o sucesso das empreendedoras timorenses e inspirar mais cidadãs a explorar o mundo dos negócios.

As candidaturas e nomeações começam esta segunda-feira, 19 de agosto, e decorrem até 22 de setembro. A cerimónia de entrega de prémios, que acontece a 8 de novembro deste ano e é apoiada pelo Banco Central de Timor-Leste (BCTL), abarca cinco categorias, sendo que cada uma tem dois prémios. Os dez prémios são simbólicos, o que significa não vai ser atribuído valor em dinheiro às vencedoras, apenas troféus. A IFC disponibilizou cerca de 70 mil dólares para a aquisição de troféus e organização do evento.

O facto de o evento não recompensar as participantes em dinheiro levantou algumas questões.

Na avaliação de Ela Variana, membro do movimento Feminista Progressista, que defende a independência económica das mulheres, um prémio sem dinheiro pode não ser o ideal para as empreendedoras desenvolverem os seus negócios. “Seria mais relevante atribuir dinheiro num prémio que pretende apoiar as mulheres na sua contribuição económica para o país”, opinou.

Já a empresária Juleysia Sarmento pensa diferente. Dona da empresa Ley Craft Colection – especializada na utilização de croché para fazer caça-sonhos e, ultimamente, para transformar o artesanato tradicional em peças modernas – a jovem mostrou-se interessada em concorrer ao prémio. Juleysia Sarmento vê o evento como uma oportunidade de conseguir mais visibilidade para o seu negócio, que tem quase três anos, e inspirar mais jovens a perseguir os seus sonhos.

“No mundo em que conseguir um trabalho é difícil, os jovens, principalmente os estudantes, podem rentabilizar a sua criatividade. Uma mochila de croché, por exemplo, pode ser vendida a 15 dólares”, partilhou.

A presidente da AEMTL, Hergui Luina Alves, argumentou que a contribuição das mulheres para a economia é imensurável, não podendo ser medida por qualquer quantia de dinheiro. “O prémio pretende festejar a prestação das mulheres nos negócios e encorajar as instituições a continuarem a apoiar o empoderamento feminino”, salientou Hergui Luina.

Importância das mulheres para melhorar a economia

O representante da IFC em Timor-Leste, David Freedman, reconheceu que a participação das mulheres é essencial para o desenvolvimento do setor privado, mas ainda é reduzida. “Este prémio é uma iniciativa para impulsionar a participação feminina nos negócios, valorizando a contribuição das cidadãs timorenses”, afirmou.

Presente no lançamento do prémio no Banco Mundial, o presidente da República, José Ramos-Horta, reconheceu que o setor privado ainda não é forte e, por constituírem metade da população timorense, as mulheres são essenciais para o desenvolvimento da economia. “As timorenses têm mais habilidade para os negócios, porque desde as nossas bisavós, a vida obrigou-as a serem resilientes”, realçou, apontando que, no passado, as cidadãs não tinham direito a herdar terrenos e eram sempre responsáveis pela gestão da casa.

A categoria “empoderamento económico” é atribuída às iniciativas ou projetos que promovem a inclusão financeira e empreendedorismo entre as mulheres. A categoria “negócios liderados pelas mulheres” divide-se em duas: um prémio para a melhor empresa liderada com sucesso por uma mulher há mais de dois anos e o outro para a melhor empresa com menos de dois anos.

A terceira categoria “mulheres nas finanças” reconhece a cidadã líder nas finanças e empresa ou organização financeira que se dedica exclusivamente à inclusão de género. A categoria “mulheres na gestão” condecora a mulher com cargo de diretora ou presidente que mostre um bom desempenho na liderança e gestão no seu trabalho.

Por último, o prémio para a categoria “formação profissional” valoriza a mulher que ensina outras a serem financeiramente independentes. Esta categoria também premeia a melhor empresa ou organização que se dedique à formação de mulheres em finanças e negócios.

O júri vai ser constituído por membros da IFC, do BCTL, da Câmara do Comércio e Indústria (CCI-TL) e do Ministério Coordenador dos Assuntos Económicos (MCAE).

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