Orlanda Mendonça: a nova voz da música timorense que quer romper barreiras

A vencedora recebeu um troféu e um carro como prémio /Foto: DR

Recém-vencedora do MEHI, Orlanda Rosália Mendonça, de 19 anos, prepara-se para lançar o primeiro single e revela a sua luta para transformar a música numa verdadeira carreira.  

Natural de Aileu, Orlanda Rosália Mendonça, de 19 anos, conquistou o primeiro lugar no programa MEHI, organizado pela família Salesiana Dom Bosco em Timor-Leste. A competição, que comemora o centenário da presença dos Salesianos no país, oferece aos jovens uma oportunidade única de explorar os seus talentos musicais.

A competição decorreu ao longo de seis meses e reuniu cerca de 75 jovens participantes. O público é convidado a votar no seu concorrente favorito, tornando o programa uma verdadeira celebração do talento timorense. Nesta entrevista, Orlanda, estudante de contabilidade na Universidade Nacional de Timor Lorosa’e (UNTL), fala sobre a sua experiência e os desafios que enfrenta no caminho musical.

Como surgiu o seu interesse pela música e por que decidiu participar neste concurso? 

Com 8 anos, fazia parte do grupo coral da igreja em Aileu e também fui acólita. Lá, havia muitas atividades relacionadas com a música, e isso despertou em mim um grande interesse. Comecei a perceber que tinha um talento natural para a música e decidi explorá-lo. Participei em vários concursos, como o do Centro Juvenil de Aileu e o Timor Leste Voice, embora nunca tenha conseguido uma classificação de destaque. No entanto, no MEHI, alcancei o primeiro lugar, o que foi uma grande conquista para mim.

Como se sentiu ao vencer este prémio? 

Foi uma enorme satisfação. Cada etapa trouxe desafios diferentes, mas a minha determinação permitiu-me superar todos. Ganhar esta competição foi um orgulho imenso, especialmente ao ver que o meu esforço foi recompensado. Recebi um troféu, um carro e patrocínios que irão apoiar a gravação do meu primeiro single.

Como foi o processo de participação no MEHI? E como se preparou? 

A competição contou com 75 participantes, todos com diferentes características e estilos. As audições iniciais foram seguidas por várias fases eliminatórias, que nos desafiaram em géneros musicais como pop, acústico e jazz. Chegar ao Top 5 foi emocionante e permitiu-me aprender muito sobre disciplina, responsabilidade e gestão do tempo. Para me destacar, treinava com os mentores e recorria ao YouTube para melhorar a minha capacidade de improviso.

Quais foram as maiores dificuldades que enfrentou durante a competição? 

Gerir o tempo foi um dos maiores desafios, uma vez que tinha de conciliar os treinos com os estudos. Felizmente, os meus professores foram compreensivos e apoiaram-me. Durante a competição, adoeci algumas vezes, mas nunca permiti que isso me impedisse de seguir em frente. Acredito que a paixão pela música e o apoio da minha família foram fundamentais para ultrapassar esses obstáculos.

Como descreve o seu estilo musical e de que forma ele reflete a sua personalidade? 

Identifico-me com o pop e o jazz, géneros que permitem expressar a minha voz de forma autêntica. Cada estilo musical traz os seus próprios desafios, mas quando se canta com paixão, tudo se torna mais fácil. Acredito que a consistência e a dedicação são essenciais para evoluir.

Quais são as suas maiores inspirações musicais e porquê?

A minha principal inspiração sempre foi a minha irmã, que também participou em competições e incentivou-me a seguir o meu caminho na música. Admiro a cantora Cidália, que começou a cantar em festas e, através das competições, conquistou o seu espaço. Ela mostrou-me que é possível alcançar o sucesso com perseverança.

Se pudesse colaborar com qualquer artista, quem escolheria e porquê?

Durante a competição, tive o privilégio de cantar com Izu Mausoko, um dos meus ídolos. Gostaria também de colaborar com a Cidália, cuja música e história pessoal me inspiram. Admiro a autenticidade do Izu no reggae e a sua persistência em manter o seu estilo ensina-me a ser fiel a mim mesma.

Como vê o estado atual da música em Timor-Leste e os desafios que os músicos jovens enfrentam? 

A música em Timor-Leste ainda não é vista como uma carreira séria. Faltam oportunidades e reconhecimento, e muitos jovens acabam por seguir sozinhos sem o apoio necessário. Espero que, no futuro, a música seja reconhecida como uma profissão e que existam mais espaços para desenvolver o talento dos jovens.

Acredita que a música tem o poder de influenciar mudanças na sociedade? 

Sim, acredito que a música tem um papel essencial na sociedade. Ela pode inspirar e promover mudanças significativas, pois transmite mensagens poderosas. Em Timor-Leste, ainda faltam professores e iniciativas na área da música, mas acredito que, com o tempo, isso pode mudar.

Que qualidades considera essenciais para os jovens que desejam ter uma carreira musical? 

Para além do talento, é fundamental ter disciplina, boa atitude e respeito pelos outros. Em Timor-Leste, não há muitos cursos de música, então é importante que os jovens se esforcem para aprender de forma independente. Também gostaria que o Governo criasse mais espaços para que os jovens possam expressar os seus talentos e promover Timor-Leste no mundo.

Quais são os seus projetos para o futuro? 

Vou lançar o meu primeiro single em breve. Quero continuar a aprender com artistas experientes e promover Timor-Leste através da música, mostrando ao mundo o talento do nosso país.

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  1. Muitos parabens e votos de muito sucesso Orlanda!

    Como ajuda e sou bom em titulos de musica, aqui vai uma sugestao do proximo grande sucesso em TL e em todo o mundo.
    “TL precisa de homens que saibam mandar”

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