Jornalistas reforçam competências em português para informar e proteger o meio ambiente

As aulas têm 6 horas diárias, de segunda a sexta-feira, e decorrem na sala de formação do CI / Foto: Diligente

A formação, promovida pelo CLJ, está a capacitar 19 profissionais para criar reportagens mais informativas e transformadoras sobre poluição, reciclagem e alterações climáticas, promovendo um jornalismo mais consciente e envolvente em Timor-Leste.

Está a decorrer, desde o dia 16 de outubro e até 25 de novembro, o curso de português específico para jornalistas na área ambiental, promovido pelo Consultório da Língua para Jornalistas (CLJ). A formação conta com a participação de 19 profissionais de diversos órgãos de comunicação social e de revisores linguísticos da equipa do CLJ.

O CLJ é um projeto bilateral entre o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua e a Secretaria de Estado da Comunicação Social (SECOMS), cujo objetivo é melhorar as competências em língua portuguesa e jornalismo dos jornalistas e de profissionais de comunicação do governo.

O coordenador adjunto do CLJ, José Monteiro, sublinha a relevância do curso para os jornalistas: “É importante que os jornalistas frequentem os cursos do CLJ, pois são programados para que os formandos dominem progressivamente o português, numa perspetiva de língua não materna e para fins específicos. Além disso, ajuda-os a melhorar a escrita de conteúdos em tétum, dado que esta língua precisa do português para se desenvolver”, afirmou.

A formação foi desenhada com base num estudo prévio, para que os cursos respondessem às necessidades reais dos jornalistas. Estas necessidades orientaram a elaboração dos planos e dos manuais de formação.

Natália Quintero, formadora do curso, explica que a formação abrange três temas principais: poluição, reciclagem e alterações climáticas, além de questões gramaticais complexas, como o uso do gerúndio e dos tempos compostos. Os materiais didáticos incluem um manual elaborado por professores, textos jornalísticos autênticos, vídeos e podcasts, que ajudam a desenvolver as competências de leitura, escrita, compreensão e expressão oral.

“Como profissionais da comunicação social, os jornalistas têm a responsabilidade e a oportunidade de contribuir para a transformação social. A intenção é que o trabalho dos formandos vá além da simples publicação ou reprodução de dados de fontes. Esperamos que eles sejam capazes de criar conteúdos claros e acessíveis para o público, informando os leitores e incentivando-os a agir em prol do meio ambiente e da sua preservação”, destaca Natália.

Os materiais do CLJ são diferenciados porque respondem às necessidades específicas dos jornalistas, integrando conteúdos gramaticais em contextos práticos. Assim, os formandos não só dominam a língua portuguesa, como aprendem a usá-la de acordo com as exigências do jornalismo.

“O objetivo do curso é aproximar os formandos dos conceitos básicos sobre o meio ambiente, capacitando-os a serem leitores críticos e a usarem o seu trabalho jornalístico para sensibilizar sobre a urgência da proteção ambiental”, acrescenta Natália.

Yane Maia, revisora linguística no CLJ, destaca os benefícios de dominar o português, como a compreensão das decisões governamentais sem necessidade de tradução, o acesso a conteúdos literários e jornalísticos em português e a facilidade de ensinar a língua a outras pessoas. “Este tema é muito importante e interessante para os jornalistas, pois permite-lhes tomar consciência dos danos que afetam o nosso planeta. Espero adquirir novos conhecimentos sobre o tema, de modo a rever ou escrever notícias com clareza, informando os leitores sobre o assunto”.

Humberto Alves, jornalista da Rádio Comoro, acrescenta: “Dominar a língua portuguesa é essencial para o trabalho dos jornalistas, especialmente porque o nosso tétum ainda usa muitos termos do português.”

Natalino Correia Lopes, jornalista do Lafaek News, valoriza o curso, pois este permite-lhe aperfeiçoar o português. “Com este curso, os jornalistas aprendem a escrever em português de forma correta para publicar no país e transmitir informações para outras nações.”

A formação oferecida pelo CLJ é crucial para o desenvolvimento das competências linguísticas dos jornalistas e profissionais de comunicação em Timor-Leste, explica o coordenador do CLJ, acrescentando que “com manuais adaptados à realidade local e em conformidade com normas internacionais, os cursos visam preparar os participantes para as exigências da profissão”.

A oferta contínua de cursos ao longo do ano demonstra o compromisso da instituição em promover uma formação de qualidade. Antes deste curso sobre o ambiente, o CLJ já havia ministrado formações específicas para jornalistas nas áreas de economia, saúde, justiça e educação. O percurso formativo inclui desde os níveis de proficiência A1/A2 (básico), B1/B2 e B2+ (intermédio), oficina de escrita jornalística em várias áreas do português específico para jornalistas, até ao nível de C1 (avançado).

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