EPD desafia alunos e famílias a protegerem o oceano com arte e criatividade

Os seis embaixadores da Escola Azul receberam os seus certificados no dia 10 de fevereiro /Foto: EPD

A Escola Portuguesa de Díli lançou concursos artísticos para promover a consciencialização ambiental entre os alunos, no âmbito do projeto Escola Azul. Com o tema “O oceano também é a nossa casa!”, a iniciativa envolve estudantes e famílias na procura de soluções para os problemas que afetam os mares.

A Escola Portuguesa de Díli (EPD) lançou concursos de desenho e pintura, destinados aos alunos do pré-escolar até ao 6.º ano, e de vídeo e fotografia, dirigidos aos estudantes do 7.º ao 12.º ano, no âmbito do projeto Escola Azul. Com o tema “O oceano também é a nossa casa!”, os concursos desafiam os alunos a identificar problemas ambientais no país, propondo, em simultâneo, possíveis soluções.

“Pretendemos que os nossos alunos desenvolvam um olhar crítico sobre os problemas que os rodeiam e que sejam capazes de pensar em formas de os resolver, porque eles são o futuro”, afirmou Fernanda Tavares dos Santos, a professora coordenadora do Projeto Escola Azul na EPD.

Estando numa fase inicial do projeto, o concurso destina-se apenas aos estudantes da EPD. No entanto, uma vez que os trabalhos podem ser realizados em casa, com a participação dos pais, o impacto da iniciativa poderá alargar-se à comunidade.

O prazo para entrega dos trabalhos é 22 de abril de 2025, aproveitando as férias da Páscoa na EPD, que decorrem de 5 a 20 de abril, para que os alunos possam desenvolver as suas criações em família.

“O nosso objetivo é também envolver as famílias, para que, juntamente com os nossos alunos, possam refletir sobre os problemas ambientais, especialmente os que afetam, direta ou indiretamente, os oceanos, e pensar nas possíveis soluções e contributos que cada um pode dar”, salientou a professora.

Com mais de mil alunos matriculados na EPD, estima-se que possa haver um número razoável de estudantes a aderir a esta iniciativa.

Após o concurso, será organizada uma exposição com todos os trabalhos, e um júri selecionará os melhores, aos quais serão atribuídos prémios que incluem livros, diplomas e obras de arte premiadas em molduras, para que os respetivos autores as possam levar para casa e preservar. No caso dos vídeos, os trabalhos vencedores serão publicados na página da EPD. 

Escola Azul e a voz dos alunos

O Programa Escola Azul é um projeto português que visa promover a literacia do oceano no meio escolar e formar gerações mais conscientes, participativas e comprometidas com a sustentabilidade dos oceanos. A adesão oficial da EPD ao projeto foi assinalada no dia 10 de fevereiro de 2025, com o hastear da bandeira da Escola Azul e a entrega de certificados aos seis embaixadores da escola. Esta adesão tem a duração de dois anos, podendo vir a ser renovada.

Neste primeiro ano de participação, a EPD pretende focar-se na sensibilização para os problemas ambientais, com especial destaque para os oceanos. Os concursos agora lançados fazem parte dessa estratégia, mas são apenas uma das vertentes, uma vez que os embaixadores já dinamizaram sessões junto dos alunos mais novos, nomeadamente em turmas do ensino Pré-escolar.

Raime Hornai, aluno do 9.º ano, considera que ser Embaixador da Escola Azul é “muito mais do que ter um título”, é assumir a responsabilidade de agir e de inspirar os outros a proteger o oceano. Segundo ele, este projeto é uma forma de aprender e de contribuir para o ambiente de forma divertida. Um dos planos que mais o entusiasma é o “Bonito Azul”, que propõe atividades criativas com crianças, como transformar lixo reciclável em objetos artísticos. “Queremos mostrar que todos podemos ajudar. Até um peixe feito de garrafas plásticas pode transmitir uma mensagem importante”, destacou.

Também Andrew Kim, do 10.º ano, considera que o projeto vai além dos concursos: “O objetivo é envolver toda a comunidade e desenvolver ideias para cuidar do oceano.” Para o jovem, o maior problema em Timor-Leste é o lixo e a falta de consciência ambiental. “As pessoas continuam a deitar lixo pela janela do carro, mesmo quando há caixotes nas praias. Falta educação e sentido de responsabilidade”, afirmou. Andrew acredita que pequenas ações — como usar cantis reutilizáveis ou ensinar familiares a separar resíduos — podem ter um grande impacto. “Quem muda o mundo são pessoas simples como tu, que pensam sobre o ambiente”, acrescentou.

A sua colega Bachita Quintão, também do 10.º ano, partilha da mesma opinião. Para ela, a principal missão dos Embaixadores é informar e envolver os outros. “Muitas pessoas poluem porque não percebem as consequências. Por isso, temos de explicar de forma acessível, com vídeos ou atividades criativas”, sugeriu. Bachita gostaria de ver a educação ambiental reforçada em todo o país e defende que se exija mais empenho de todos. “Concordo com o Andrew, se não ensinarmos as pessoas, como vão saber o que fazer?”, questionou.

Os três alunos destacam ainda a importância das ações realizadas na escola, como as apresentações para os colegas mais novos. Raime recorda com entusiasmo uma sessão em que viu “os olhos das crianças a brilhar” ao aprenderem sobre a poluição marinha. “Foi gratificante perceber que elas queriam mesmo fazer algo. Senti que o futuro de Timor-Leste podia ser uma porta aberta, com um oceano mais bonito para todos.”

Mais do que sensibilizar: agir

No âmbito deste projeto, foi criado na EPD o Clube Escola Azul, que integra não só os seis alunos embaixadores, mas também outros alunos dos 9.º e 10.º anos, orientados pela professora que coordena o projeto. Os alunos do Clube estão a preparar algumas atividades para o terceiro período, nomeadamente “O Minuto Azul”, uma iniciativa que utiliza imagens ou textos para transmitir uma mensagem sobre a urgência de cuidarmos dos oceanos, bem como um debate sobre os problemas atuais que os afetam. Está ainda prevista uma ação de limpeza de praia, se possível com o envolvimento da comunidade local.

Outro momento importante será o Dia Escola Azul, celebrado pelas mais de 500 escolas aderentes ao projeto em Portugal e nalguns países da CPLP. O tema comum será “Campeões dos Oceanos” e, na EPD, estão a ser preparados alguns desafios para assinalar essa data.

Para a coordenadora do projeto, “alguns dos problemas dos oceanos começam nos lixos, em especial os plásticos, que ficam abandonados na praia, na rua, no chão, e que o vento, a chuva ou a ribeira acabam por arrastar até ao mar. Os oceanos não estão separados uns dos outros e aquilo que cada um de nós faz, num determinado lugar, vai afetar outras pessoas, em lugares distantes do planeta. É fundamental que todos estejam conscientes de que, sem uma mudança de atitude, a saúde de todos será afetada, num futuro próximo”, concluiu.

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