O número de casos de diabetes está a aumentar em Timor-Leste, com previsões alarmantes para as próximas décadas. Especialistas alertam para a importância de uma dieta equilibrada e exercício regular na prevenção da doença.
No passado dia 14 de novembro, assinalou-se o Dia Mundial da Diabetes, uma data que visa aumentar a consciencialização sobre esta doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 422 milhões de pessoas vivem atualmente com diabetes, resultando em 1,5 milhões de mortes anuais. Na região da Ásia, estima-se que mais de 96 milhões de pessoas sofram desta condição, com 600.000 mortes registadas todos os anos. As projeções indicam que, sem medidas preventivas urgentes, a prevalência da diabetes no Sudeste Asiático poderá aumentar em 68% até 2045.
Em Timor-Leste, a situação é igualmente preocupante. Um relatório da Federação Mundial da Diabetes estima que o número de pessoas entre os 20 e 79 anos com diabetes passou de 30 mil em 2011 para 46,3 mil em 2021, com uma projeção de 89,8 mil até 2045. A prevalência ajustada por idade aumentou de 7,5% em 2011 para 8,6% em 2021 e poderá alcançar 9,9% em 2045.
A diabetes é uma doença crónica que afeta a capacidade do corpo de regular os níveis de glicose no sangue. Comumente associada a um estilo de vida pouco saudável, como obesidade, sedentarismo e uma dieta desequilibrada, a condição torna-se mais prevalente após os 45 anos, embora atualmente seja também frequente entre os jovens. Além disso, a diabetes gestacional, que surge durante a gravidez, pode aumentar o risco de desenvolver diabetes no futuro.
Raimundo Seran, médico do Centro de Saúde da Formosa, explicou que quando não controlada, a diabetes pode causar complicações graves, incluindo danos nos olhos, rins, nervos e coração. “Manter os níveis de glicose dentro dos limites recomendados é essencial”, enfatizou o médico, destacando a importância de um estilo de vida saudável.
Para controlar a diabetes e prevenir complicações, o clínico recomenda evitar alimentos ricos em açúcares adicionados, como doces e refrigerantes, bem como carboidratos refinados encontrados em pão branco e massas. Também é essencial reduzir o consumo de gorduras saturadas e trans, frequentemente presentes em fast food e fritos, e monitorizar a ingestão de sal para prevenir a hipertensão.
“Os sintomas mais comuns incluem sede excessiva, micção frequente, cansaço, visão turva e dificuldade na cicatrização de feridas”, explicou o Dr. Raimundo. Caso se observem estes sinais, é crucial procurar assistência médica imediata para diagnóstico e tratamento.
Maria Rosa, uma timorense de 63 anos, foi diagnosticada com diabetes em 2017 após notar sintomas como sede intensa, fome constante e perda de peso inexplicável. “Antes do diagnóstico, comia muito arroz e açúcar, o que contribuiu para a minha condição”, relatou. Após receber o diagnóstico, ajustou a sua dieta, optando por frutas, legumes e produtos locais como mandioca.
“Viver com diabetes é difícil, especialmente quando temos de abdicar de alimentos de que gostamos. No entanto, é essencial ter disciplina e cuidar da alimentação para evitar complicações graves no futuro”, afirmou Maria. O seu conselho para os mais jovens é simples: “Tenham cuidado com o que comem e façam exercício regularmente”.
Raimundo Seran concluiu com uma mensagem encorajadora: “Tenho muitos pacientes que convivem com diabetes há bastante tempo e conseguem viver bem. Embora a condição exija cuidados constantes, com determinação é possível controlar a diabetes e melhorar a qualidade de vida a longo prazo”.
A adoção de uma dieta equilibrada, redução do consumo de açúcares e carboidratos, e a prática de exercício físico são passos fundamentais para viver uma vida longa e saudável, mesmo após o diagnóstico de diabetes.
Muito bem gostei. Cuidado com as frutas pois tambem sao ricas em acucar(fructose)!