Dia Mundial do Mangal: participantes plantam mais de cinco mil árvores em Hera

Mais de 200 pessoas participaram na iniciativa/Foto: Diligente

Iniciativa pretendeu chamar a atenção para a importância de recuperar e preservar o ecossistema, lar de diversos organismos e barreira natural contra eventuais cheias.

No âmbito do Dia Mundial de Conservação do Ecossistema de Mangal (mangrove, em inglês), comemorado a 26 de julho, cerca de 200 pessoas (estudantes, docentes, profissionais e ambientalistas) plantaram mais de cinco mil árvores em áreas de risco no mangal de Hera, no posto administrativo de Cristo Rei, em Díli. Nos locais escolhidos para a atividade, parte da vegetação foi destruída pela ação humana.

A iniciativa, que pretendeu reforçar a importância do referido ecossistema para a biodiversidade marinha e terrestre, aconteceu na passada sexta-feira (26.07) e os rebentos plantados dividem-se em duas espécies: Ceriops australis e Avicennia marina.

A dinâmica foi organizada pela Conservação da Flora e Fauna (KFF, sigla em tétum), em parceria com a Blue Ventures e financiada pelo fundo global da Iniciativa KIWA, programa ambiental que reúne apoios financeiros da União Europeia, da Agência Francesa para o Desenvolvimento e dos governos da Austrália e da Nova Zelândia.

O gestor do Programa de Pescas na Blue Ventures, Nelson Amaral, disse que estão a trabalhar com a KFF para criar viveiros e depois replantarem. “Agora, temos 14 espécies de árvores no mangal em Hera e mais de 30 em todo o país. Algumas estão em vias de extinção, devido à destruição do seu habitat”, partilhou. A Blue Ventures é uma organização de conservação marinha que trabalha com comunidades costeiras para proteger o meio ambiente.

De acordo com o diretor da KFF, Alito Rosa, tipos como a Bruguiera gymnorhiza e Sonneratia caseolaris estão entre as que podem desaparecer. “A primeira tem uma madeira muito dura e densa, bastante resistente, útil para várias aplicações, como construção, carpintaria e fabrico de carvão. Já a segunda é conhecida pelas suas características únicas, por dar frutos em forma de maçã e flores vermelhas. A sua madeira é moderadamente dura, sendo utilizada em carpintaria leve e construção local. As pessoas cortam estas árvores para construir casas sagradas e fazer artesanato, por exemplo”, explicou.

A falta de vegetação nos mangais é prejudicial ao ecossistema. As raízes das árvores proporcionam abrigo para muitas espécies marinhas e de água doce e a floresta funciona como área de reprodução e alimentação. “Os mangais são o habitat de diversas espécies de flora e fauna, incluindo peixes, crustáceos, aves, crocodilos, macacos e morcegos”, observou o diretor.

Além disso, os mangais protegem a área costeira, evitando a erosão e funcionando como uma barreira natural contra eventuais cheias. A KFF é uma entidade sediada em Timor-Leste que trabalha no desenvolvimento de ações de proteção ambiental.

Relativamente à desflorestação dos mangais por parte das comunidades, o diretor-geral do Ambiente no Ministério do Turismo e Ambiente, Francisco Xavier Fátima Soares, informou que já foram feitos esforços legais para proteger a biodiversidade.

“Já fizemos campanhas de sensibilização junto das comunidades que vivem nas zonas costeiras e um pouco por todo o país. Todos nós temos de cuidar do nosso ambiente, porque ele é parte integrante da nossa vida e da vida dos animais”, afirmou.

O docente do departamento de Biologia da Universidade Nacional Timor-Lorosa’e (UNTL), Hermenegildo Ribeiro da Costa, destacou a importância de envolver os alunos. “Eles são as futuras gerações, precisam de estar conscientes e informados sobre a proteção ambiental. A participação dos estudantes no evento é importante para aprofundarem o conhecimento e pesquisa”, ressaltou.

Para o estudante da Faculdade de Tecnologia e Pescas Marinhas, do departamento de Aquicultura da Universidade Timor Oriental (UNITAL), Melquiano da Costa Morais, a iniciativa serviu de lição e inspiração.

“Para mim, é uma oportunidade valiosa para aplicar no campo de trabalho o conhecimento teórico adquirido em sala de aula. Esta experiência motiva-nos a elaborar projetos de pesquisa e estudos académicos sobre a importância dos mangais para a biodiversidade marinha e para a população”, concluiu.

Ver os comentários para o artigo

  1. A nossa Ilha Tropical!

    Tem bastante mangal
    Bananal
    Rastejante animal
    Uma “selva patriacal”
    Mentirosos do “foro fraternal”
    Onde se orcamenta 12m pra visita papal
    Onde o Povo precisa de educacao, saude, afinal
    Trabalho para manter o agregado local
    Ver florescer o turismo e o agricultural
    A nossa Ilha Tropical!

    Ze Manguito
    Pueta de TL

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