Nas últimas duas semanas, fenómenos naturais destruíram 25 casas e afetaram 147 pessoas. Meteorologista considera que acontecimentos são indicativos das mudanças climáticas.
A Autoridade da Proteção Civil (APC) registou, entre os dias 15 e 29 de julho, duas mortes (uma em Baucau e outra em Ermera), como resultado de desastres causados por fortes chuvas, raras nesta época do ano. Os dados foram apresentados numa conferência de imprensa realizada na sede do órgão, na passada segunda-feira, 29 de julho.
As ocorrências afetaram 147 pessoas e destruíram 24 casas. Em Ermera, onde o impacto foi maior, 62 pessoas foram prejudicadas. Em Bobonaro, 32, na Região Administrativa de Oecusse Ambeno (RAEOA) 27, em Baucau 12, em Manatuto 8 e em Manufahi 6. No que diz respeito às moradias destruídas, foram 9 em Ermera, 6 na RAEOA, 5 em Bobonaro, duas em Baucau e uma residência em Manatuto e Manufahi, respetivamente.
Devido aos muitos incidentes que ocorreram nas últimas duas semanas, a APC anunciou medidas que a população deve tomar para evitar e mitigar os efeitos de fenómenos inesperados.
Segundo Cesário da Silva, diretor do gabinete de Relações Externas e Comunicação, a comunidade deve limpar os canais de água perto das habitações e evitar que crianças pequenas brinquem ou tomem banho nas ribeiras.
Enfatizou ainda que a APC está a colaborar com a Direção Nacional de Meteorologia do Ministério dos Transportes e Comunicação e operadoras de telecomunicações, como a Timor Telecom, para manter o público informado e alerta. “Para garantir que todos recebem estas informações, especialmente aqueles que não sabem ler ou não têm acesso a telecomunicações, a APC de cada município realizará ações de sensibilização presenciais”, salientou.
O diretor informou que as vítimas dos desastres das últimas duas semanas já receberam apoio do Governo, “que assegurou as necessidades básicas durante a evacuação”. O governo deverá ainda fornecer materiais de construção para ajudar a reparar os danos causados, destacou Cesário da Silva. A equipa da APC nos municípios assegurou a acomodação das vítimas em locais seguros durante o período de reabilitação das suas casas e providenciou tratamento médico para os afetados pelos desastres.
Prejuízos para a economia
Em Ermera, as chuvas intensas arruinaram parte das plantações de café. Nesta época, marcada geralmente pela seca, é quando a colheita acontece.
Domingas dos Reis, produtora em Letefoho e mãe de seis filhos, falou sobre os desafios enfrentados este ano. Embora a produção tenha sido maior em comparação com o ano passado, as chuvas inesperadas prejudicaram parte do que já estava pronto para ser colhido.
“Estamos a perder dinheiro, porque temos de pagar às pessoas que fazem a colheita. O preço de venda do café permanece o mesmo, mas a quantidade de grãos já é menor”, argumentou.
Domingas também se mostrou preocupada com o impacto da chuva para a produção futura. Explicou que, normalmente, o período chuvoso vai de dezembro a abril, ou até junho. “Se continuar a chover no período seco, quando fazemos a colheita, vamos continuar a perder dinheiro”, disse.
Fenómeno intensificado pelas mudanças climáticas
De acordo com o Meteorologista da Direção Nacional de Meteorologia e Geofísica (DNMG) do Ministério dos Transportes e Terras, Jacinto Uani, “a quantidade de precipitação observada em julho é indicativa das mudanças climáticas globais, que contribuem para o aumento deste tipo de fenómenos”, frisou.
De acordo com o especialista, a precipitação dos últimos dias “está associada ao El Niño Oscilação Sul” que, por sua vez, tem a intensidade e frequência alterada pelo aquecimento da Terra, de acordo com alguns estudos.
Conforme a DNMG, o vento continuará a apresentar intensidade moderada (entre 18km/h a 30 km/h) ou forte (acima de 30km/h) e, por isso, alerta para que os cidadãos, sobretudo os pescadores, estejam mais atentos às ondulações do mar.
Timor Leste sempre teve chuvas torrenciais, trovoadas e relampagos que queimavam coqueiros, partiam-os a meio. Nos anos 60 choveu tanto que tinhamos de andar de beiro e em cima de bidon.
O que TL nunca teve mas tem agora e politicos a arrastar os pes e a meter agua. So e necessario meter uma torneira na boca de cada um deles.