Fragmentos do 12 de novembro

12 de novembro de 1991. O dia em que o chão do cemitério de Santa Cruz, em Díli, se tingiu de sangue. Mais de 271 timorenses foram abatidos a tiro por militares indonésios durante uma manifestação pacífica, enquanto 278 ficaram feridos. Eram, na sua maioria, jovens que marchavam em homenagem a Sebastião Gomes, um estudante e ativista independentista assassinado dias antes pelas forças de ocupação.

O Massacre de Santa Cruz ficou gravado para sempre na memória coletiva graças ao jornalista britânico Max Stahl, que filmou o horror e a coragem daquele dia, arriscando a própria vida. A gravação foi salva e levada secretamente para fora de Timor-Leste, com a ajuda da ativista Saskia Kouwenberg, e acabou por chocar o mundo.

As imagens de jovens timorenses desarmados, abatidos em plena luz do dia, acordaram a consciência internacional e marcaram o início de uma viragem histórica. A partir daí, a pressão global sobre a Indonésia intensificou-se, abrindo caminho para o reconhecimento do direito à autodeterminação de Timor-Leste, que alcançou finalmente a independência a 20 de maio de 2002.

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