PVT promete 50 mil empregos para jovens desempregados

Partido os Verdes de Timor tem como prioridade os jovens desempregados/Foto: Diligente

O Partido os Verdes de Timor (PVT), nova força política, registada em 2022, concorre este ano, pela primeira vez, às eleições parlamentares e traz consigo a promessa de criar emprego para 50 mil timorenses desempregados, através do programa “Emprego Verdes”.

O objetivo da medida que encabeça a lista de prioridades do partido “é oferecer oportunidades de emprego no estrangeiro e em Timor-Leste aos jovens que não têm trabalho”, explicou António Lela Huno Cruz, presidente do PVT, num comício do partido, que se realizou esta segunda-feira, no campo Kulau, em Taibessi, Díli.

“Pretendemos também criar cerca de mil empresas cooperativas verdes no país, nomeadamente, na área da pecuária, que também vão gerar postos de trabalho”, acrescentou o presidente do partido.

O evento contou com a presença de militantes e apoiantes de várias faixas etárias e segmentos da sociedade. Entre as pessoas que vestiam a camisola ou se deixavam “abraçar” pelas bandeiras do partido estavam idosos, jovens e também pessoas portadoras de deficiência.

Jeremias de Carvalho, 33 anos, desempregado, apoia o PVT, porque acredita na promessa do partido relativamente a resolver o problema do desemprego em Timor-Leste: “Apesar de já se terem passado 20 anos desde a Restauração da Independência, muitos jovens estão desempregados e os outros partidos não se preocupam em resolver este problema”.

O jovem sublinhou que “o partido garantiu que vai implementar todas as promessas, mesmo que não consiga assento parlamentar”, nas eleições do dia 21 de maio.

“Recebemos um certificado do partido como garantia de que vai criar oportunidades de emprego”, ao contrário do que acontece com “os partidos históricos que abandonaram os jovens”, lamentou.

«Com honra, o Partido Verdes Timor, certifica ao membro do partido Jeremias de Carvalho, como beneficiário da iniciativa “Emprego Verdes”» /Foto: DR

Ninizia dos Santos Saldanha, desempregada, de 21 anos, também decidiu apoiar o PVT, “depois de ouvir a explicação sobre o programa “Emprego Verdes”, num encontro com apoiantes e militantes, que teve lugar no Cristo Rei, ainda no mês de abril.

“Os Verdes de Timor é um partido novo e diferente. Não prometem apenas, vão resolver o problema do desemprego”, acredita. “No ano passado, ajudou muitos jovens a irem trabalhar para a diáspora”, lembrou a jovem que quer ir trabalhar para o estrangeiro, na esperança de conseguir ganhar mais dinheiro para poder ajudar a família.

Já Domingos Savio Gusmão, deficiente visual, que faz parte do movimento “Pessoas com Deficiência do PVT”, destaca o facto de o partido integrar os cidadãos com deficiência na lista de deputados que concorrem ao parlamento nacional. “Estou agradecido por este reconhecimento. É uma oportunidade para que as pessoas portadoras de deficiência possam ter representação parlamentar e consigam fazer ouvir as suas maiores dificuldades”.

Acrescentou que as políticas estabelecidas pelos governos anteriores para os cidadãos portadores de deficiência “não foram suficientes para garantir a inclusão. Muitos não têm acesso a educação, saúde e emprego. Espero que o PVT consiga conquistar assentos parlamentares para resolver as limitações que nos têm deixado para trás na sociedade. Todas as pessoas podem contribuir para o desenvolvimento do país”.

António Lela Huno Cruz, disse ainda, no seu discurso, que apesar de se tratar de um partido recente, está “confiante de que vamos conseguir mais de sete cadeiras no parlamento nacional. Contudo, essa não é a nossa maior preocupação” . O principal objetivo é implementar o programa “Emprego Verdes”, e caso os “outros partidos históricos não nos queiram apoiar a pôr em prática este projeto, estamos prontos para o fazer sozinhos”, enfatizou.

O PVT apresenta-se a votação também com a proposta de aumentar o número de “embaixadores”, membros do partido que o representam no exterior, responsáveis por ajudar na obtenção de visto de trabalho para os timorenses que queiram trabalhar nesses países. “De momento, já temos representação, nesse sentido, em dez países: Austrália, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Japão, Canadá, Inglaterra, República da Irlanda, Irlanda do Norte, Escócia e Suíça”, realçou António Lela Huno Cruz.

Não obstante, caso o partido não consiga as sete cadeiras a que se propõe nestas eleições parlamentares, o presidente garante que a subvenção pública a que o partido tiver direito pela candidatura, será usada “para criar um centro de formação, em Aileu, destinado aos desempregados e aos jovens em situação de abandono escolar”.

A falta de oportunidades de emprego em Timor-Leste tem levado muitos jovens a decidirem abandonar o país. Dados do Banco Mundial, relativos a 2021 e 2022, mostram que a taxa de desemprego é de 5%. Para além desta percentagem, existirá um número ainda indefinido de desempregados que não estão registados.

Fruto deste problema, Timor-Leste foi, em outubro de 2022, notícia pelas piores razões, com várias dezenas de jovens a endividarem-se para conseguir ir para Portugal ou outros países, com promessas de trabalho que não se traduziram em empregos, mas em centenas de timorenses desalojados ou acolhidos por instituições de solidariedade social.

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