O movimento Feminista Progressiva repreendeu o dirigente por alegadamente ameaçar docentes da universidade por apoiarem uma aluna, que terá sido assediada sexualmente por um professor de Direito.
O grupo Feminista Progressiva (FP), que defende os direitos das mulheres em Timor-Leste, condenou a atitude do reitor da Universidade da Paz (UNPAZ), Adolmando Soares Amaral, que terá chamado à atenção os docentes que testemunharam a favor de uma aluna, supostamente assediada sexualmente pelo professor D.T.
“Esta atitude pode prejudicar outras pessoas que queiram ser testemunhas e ajudar a erradicar o assédio sexual das instituições académicas, incluindo da UNPAZ”, afirmou o FP, num comunicado. Os docentes que apoiaram a estudante terão sido ameaçados de sofrer sanções disciplinares.
O abuso sobre a aluna terá acontecido no passado dia 24 de julho, conforme o FP, que realizou uma conferência de imprensa na terça-feira (6.08), para criticar a atitude do reitor e exigir que sejam tomadas medidas contra os casos de assédio sexual em todas as instituições de ensino superior do país.
Conforme o comunicado, a suposta vítima recebeu uma mensagem de WhatsApp do docente orientador da monografia a pedir que ela se encontrasse com ele na universidade, às 13h45.
Depois de terminar a orientação, o professor terá agarrado, de forma violenta, a mão da estudante e terá tocado nos seus seios. O relato dá conta de que a aluna tentou libertar-se, mas o orientador insistiu e forçou o toque, tendo deixado marcas no corpo da alegada vítima. A estudante relatou o sucedido a dois docentes da Faculdade de Direito, que a orientaram legalmente a fazer queixa no Ministério Público.
A FP também exigiu à comunidade académica da UNPAZ, principalmente às altas hierarquias, que se responsabilizem pelo caso, acompanhando o processo legal.
“Pedimos a todas as instituições académicas para regulamentarem com rigor todo o processo de orientação da monografia, de modo a evitar mais casos de assédio sexual”, consta no comunicado. O FP ainda apelou para que o público condene “este ato imoral cometido por figuras de poder contra vítimas desprotegidas”.
Ministério Público investiga o caso e suspeito é suspenso da UNPAZ
Em conversa com o Diligente, Adolmando Amaral informou que já suspendeu o professor de Direito, D.T., das funções. No passado dia 29 de julho, o reitor foi formalmente notificado pelo Ministério Público, que investiga a referida acusação de assédio sexual em que o docente aparece como suspeito.
Adolmando Amaral negou que tenha pressionado os docentes da UNPAZ a não apoiarem a suposta vítima e comunicou que pretende processar o FP “por ter divulgado informações falsas para prejudicar a imagem da universidade”. “Disseram que ameacei os docentes que apoiaram a estudante e a orientaram para fazer queixa no Ministério Público. Isto não é verdade”, relatou. Acrescentou ainda que apenas “fez o seu trabalho”, de acordo com o regulamento interno da instituição.
O reitor da UNPAZ lamentou também o facto de a alegada vítima não ter levado o caso primeiro à reitoria, antes de ir ao Ministério Público. “De acordo com o regulamento interno da universidade, qualquer ato que ponha em causa o bom nome da UNPAZ, tem de passar primeiro pelo reitor, o que não aconteceu. Só soube depois de receber a notificação do Ministério Público. Fui a terceira pessoa a ser informada”, disse.
Adolmando Amaral encorajou os alunos a denunciar qualquer irregularidade cometida por docentes e funcionários da instituição. “Já é o segundo caso de assédio sexual na nossa instituição”, relatou.
O Diligente entrou em contacto com D.T., que também é magistrado no Tribunal de Recurso, mas o suspeito de assediar a estudante não atendeu a chamada nem respondeu à mensagem.
Gostaria que me informassem qual a diferenca entre este caso e a palmada no traseiro.
Sao ambos assedio sexual?
Ze Procura Esclarecimento