Nova liderança do Conselho de Imprensa promete rigor contra pressões políticas

“Tolerância zero à intervenção política” / Foto: Diligente

O novo presidente do Conselho de Imprensa de Timor-Leste, António Mali, garantiu que a equipa eleita para o mandato 2025-2029 vai dar prioridade à defesa intransigente da liberdade de imprensa e à melhoria da qualidade jornalística. Prometeu “tolerância zero” à intervenção política nas redações e maior exigência na atribuição da carteira profissional.

O Conselho de Imprensa de Timor-Leste (CI), órgão regulador, promotor e defensor do jornalismo e da liberdade de imprensa, elegeu hoje o seu novo presidente. Este terceiro mandato do CI, que decorre de 2025 a 2029, será composto por dois representantes dos jornalistas – Joaquim Coutinho e António Mali -, dois representantes do Parlamento Nacional – Benevides Barros e Isabel de Jesus – e uma representante dos órgãos de comunicação social – Suzana Cardoso.

O presidente eleito, António Mali, afirmou que a nova equipa continuará a investir na defesa da liberdade de imprensa e na melhoria da qualidade do jornalismo, em conformidade com a missão do CI: proteger a liberdade de imprensa e garantir que os jornalistas exercem a sua função com responsabilidade.

“Valorizamos muito a responsabilidade, a credibilidade e a liberdade, porque os timorenses merecem informações fidedignas e rigorosas”, sublinhou António Mali. Acrescentou ainda que os conteúdos jornalísticos devem respeitar os princípios da ética profissional.

Questionado sobre que medidas tomará o CI em caso de intervenção política nas redações, o presidente eleito foi claro: “Tolerância zero à intervenção política. Se jornalistas não forem livres, não haverá cobertura nem publicações”.

Para António Mali, a liberdade de imprensa está sob pressão. “O surgimento de muitos órgãos de comunicação social que trabalham apenas para cumprir deadlines, por vezes, resulta em enviesamento jornalístico e desinformação. Isso tem sido usado, principalmente por atores políticos, como argumento para exercer pressão sobre os jornalistas”, referiu.

Por isso, defendeu a necessidade urgente de elevar a qualidade dos profissionais, através de formações, e apelou ao autorregulamento de cada órgão de comunicação social, sobretudo no que diz respeito à qualidade dos conteúdos que produzem.

O atual presidente do Conselho de Imprensa, Otélio Ote, acrescentou que está previsto o reforço dos conteúdos formativos oferecidos aos jornalistas. Para além disso, pretende-se sensibilizar melhor as autoridades para que compreendam o papel do jornalismo.

Otélio Ote adiantou ainda que o CI será mais rigoroso na atribuição da carteira profissional, garantindo que apenas quem reúne as condições necessárias possa exercer a profissão. Informou também que o CI integra a rede de Conselhos de Imprensa do Sudeste Asiático, que promove a liberdade de imprensa e a qualidade do jornalismo na região.

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