A Festa do Sacrifício relembra o ato de fé de Abraão, que foi recompensado por Allah, poupando a vida do filho do Profeta. Para assinalar a data, o Governo de Timor-Leste declarou feriado nacional nesta segunda-feira (17.06).
A comunidade muçulmana em Timor-Leste celebra hoje (17.06) o Idul Adha (Eid al-Adha), um dos feriados mais importantes do calendário islâmico. O Governo timorense tem incluído o dia na lista de feriados nacionais, a par do Idul Fitri, comemorado no passado dia 10 de abril.
O Idul Adha (ou Festa do Sacrifício) acontece no décimo dia do mês de Zul Hijjah, o décimo segundo mês do calendário islâmico. A denominação da celebração faz referência ao ato de fé do profeta Abraão.
Segundo o Alcorão, o livro sagrado da religião muçulmana, Abraão decidiu sacrificar o seu filho Ismael, como forma de obediência a Deus (Allah). A disposição do Profeta foi reconhecida por Allah que, ao perceber a devoção de Abraão, impediu o sacrifício. Quando o profeta se preparava para imolar o seu filho, Allah interveio e disse: “Ó Abraão, já realizaste a visão! Em verdade, assim recompensamos os benfeitores”. Foi então que o anjo Gabriel trouxe um cordeiro dos céus e ofereceu-o ao Profeta Abraão, pedindo-lhe que sacrificasse o animal no lugar de Ismael.
Para relembrar o episódio milagroso, muçulmanos de todo o mundo mantêm a tradição de realizar uma festa na qual um animal é abatido e sua carne é servida como alimento.
Em Timor-Leste, o chefe da comissão organizadora do Idul Adha, Severino Dias, de 34 anos, explicou que normalmente são sacrificados 20 búfalos. “Vamos receber doações de fiéis do Bangladesh, Índia e Indonésia. Cada família muçulmana irá receber um quilograma de carne, como um ato de humanidade”, informou. O local de referência para as festividades deverá ser a mesquita em Kampung Alor.
Segundo o chefe da comissão organizadora, a distribuição dos alimentos irá abranger também pessoas de outras religiões. Ao longo do dia, serão realizadas ações para levar comida às pessoas mais necessitadas, através de visitas a orfanatos e a famílias carenciadas.
De acordo com os dados do censo de 2022, cerca de 97,5% da população identifica-se como católica. Cerca de 2.500 pessoas consideram-se protestantes, sobrando uma pequena parcela que segue as religiões muçulmana, hinduísta e budista.