“Os jovens não sabem o suficiente para serem prudentes,
e por isso, tentam o impossível,
e conseguem-no, geração após geração.”
Pearl S. Buck
De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas – ONU (2022): Be Seen, Be Heard: Compreender a participação política dos jovens, apesar de quase metade da população mundial ter menos de 30 anos, apenas 2,6% dos deputados têm menos de 30 anos, sendo que menos de 1% destes jovens deputados são mulheres e a idade média das mulheres líderes políticas é de 62 anos.
Embora os jovens tenham um papel vital a desempenhar na tomada de decisões que nos afetam a todos, estes não estão presentes na vida pública. Os seus contributos, perspetivas e representação são mais necessários do que nunca. Hoje, todas as gerações estão de acordo ao reconhecer que é necessário rejuvenescer os sistemas políticos atuais.
O apelo é urgente e, este ano, o Gabinete da Juventude da ONU lançou uma nova campanha de sensibilização: World Leaders: It’s Time to Let #YouthLead” (Líderes Mundiais: Está na Hora de Deixar a Juventude Liderar), pedindo uma maior representação em cargos de decisão em todos os sectores.
Um espaço político mais inclusivo
O fosso intergeracional de poder, influência e confiança constitui um dos maiores desafios do nosso tempo. A falta de representação dos jovens contribui para uma desconfiança crescente em relação às instituições políticas e para um sentimento de descontentamento em relação aos líderes eleitos, reforçado por políticas que não refletem as prioridades ou preocupações de metade da população mundial.
Os jovens deixaram claro, através do seu ativismo nas ruas, na sociedade civil e nas redes sociais, que se preocupam profundamente com a mudança transformacional necessária para criar sociedades mais iguais, justas e sustentáveis. Têm feito coisas incríveis. Todos nós conhecemos a liderança de Greta Thunberg e a coragem de Malala Yousafzai, mas há muitos mais a trabalhar para mudar o mundo, incluindo os jovens em Timor-Leste.
Os jovens são os mais otimistas em relação ao futuro, e as sociedades e os governos devem ouvir as suas opiniões e ideias nos corredores do poder. Os problemas do mundo não podem ser resolvidos pelas mesmas pessoas, a fazer as mesmas escolhas.
Rejuvenescer o sistema político
Para que a democracia seja benéfica para as pessoas, esta deve representar todas as pessoas. São necessários mais deputados e deputadas jovens para tornar os parlamentos mais eficazes, inovadores e inclusivos.
O relatório Be Seen, Be Heard indica que 82% das pessoas em todo o mundo pensam que o sistema político precisa de uma reforma drástica para se preparar para o futuro e quase 70% consideram que os jovens devem ter mais voz ativa nestes processos. Todos os grupos etários concordam que uma maior representação da voz e do voto dos jovens no desenvolvimento de políticas melhoraria os atuais sistemas políticos.
É necessário eliminar os obstáculos, as barreiras, as conceções erradas e as restrições legislativas que impedem os jovens de participar na elaboração de políticas públicas, ajudando-os a ter uma voz ativa nas decisões políticas.
Mudanças Estruturais
Para reforçar a participação política dos jovens, é necessário um vasto leque de mudanças estruturais nos sistemas políticos. Entre outras ações, a participação dos jovens na tomada de decisões públicas poderia ser melhorada a longo prazo através de:
Recursos: atribuição de fundos para oferecer aos jovens educação e informação atempada sobre os processos de tomada de decisão, as tendências atuais e futuras do seu país, bem como sobre o papel que desempenham.
Acessibilidade: os processos de decisão devem ser acessíveis a todos os jovens, sem qualquer discriminação.
Institucionalização: para ir além das abordagens ad hoc, as vozes dos jovens devem ser formalizadas e institucionalizadas, assegurando assentos para eles nas mesas de elaboração de políticas.
Estes elementos são fundamentais para colmatar o fosso entre os contributos e o impacto, permitindo que os jovens participem no desenho da sua própria vida e da vida das gerações futuras.
A juventude numa encruzilhada em Timor-Leste
Timor-Leste é uma nação jovem, não só porque é um país relativamente novo, mas também porque grande parte da sua população é jovem. E esta juventude pode tornar- se a força motriz da mudança social, mobilizando-se, procurando transformação social, solicitando reformas, promovendo medidas inclusivas e exigindo dignidade para todos.
Através de iniciativas como Hako’ak Mehi, Viajen Politika e a recente Demokrasia Bis – Laboratório de Cidadãos Móvel, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em Timor-Leste continua dedicado a ampliar as vozes dos jovens através da criação de plataformas que facilitem o diálogo entre estes e os decisores políticos, capacitando os jovens para articularem as suas aspirações, promovendo o seu envolvimento cívico e a cocriação de soluções que contribuem significativamente para uma democracia inclusiva e para o desenvolvimento sustentável de Timor-Leste.
Ao assegurar a integração sistemática da participação dos jovens nos espaços políticos e ao adotar mecanismos claros para o seu envolvimento, Timor-Leste pode beneficiar das contribuições dos seus jovens para informar e melhorar a tomada de decisões a nível local e nacional.
Os atuais desafios do país constituem uma oportunidade histórica para dar passos significativos no sentido de abrir mais espaço para a participação dos jovens a todos os níveis.
O PNUD – apoiando a iniciativa do Secretário-Geral da ONU Be Seen, Be Heard (2022) e a mais recente campanha do Gabinete da Juventude da ONU “World Leaders: It’s Time to Let #YouthLead” (2024) – faz um apelo urgente a todos os atores, desde os governos à sociedade civil, para que defendam a participação política dos jovens. Um futuro justo, equitativo e sustentável para Timor-Leste só será possível com o envolvimento dos jovens timorenses.
Katyna Argueta, Representante Residente do PNUD em Timor-Leste
Chuveiros para “banhos de civilizacao”, necessitam-se urgentemente!
Esta-se a tornar dificil ser jovem em TL!
E extremamente dificil ser jovem e do sexo feminino em TL!
Muitos jovens querem tudo de bandeja(espero que no futuro haja bandeja para todos eles)!
Os jovens dos anos 50/60/70, com o poder de decisao, continuam a arrastar os pes, querem tudo para eles, esqueceram-se que tambem foram jovens!
Ha muito acessor a ganhar rios de dinheiro quando os jovens deviam ter a oportunidade de emprego!
Talvez a solucao em TL, seria eliminar a estacao etaria “jovem”. De crianca passa-se para adulto imediatamente!
O PR e o PM devia ter um limite maximo de idade, 65 anos. Depois facam o favor de ir para a reforma e dar lugar aos mais novos!
Eu tambem fui jovem em TL, aos 69 anos adoro a reforma, faz-me sentir jovem outra vez!