Cidadãos queixam-se de que os caixotes são pequenos e estão sempre cheios, situação que leva algumas pessoas a deixar os resíduos na rua. Autoridades apelam para que a comunidade respeite o horário de colocação dos detritos nos recipientes, entre as 18h e as 6h.
Apesar de o Governo ter adquirido mais de 7 mil contentores de lixo no ano passado, por 7,5 milhões de dólares, para distribuir por toda a cidade, os problemas de gestão de resíduos em Díli persistem. A incapacidade dos caixotes para acomodar um grande volume de detritos e a falta de consciência cívica da população fazem com que uma grande parte do lixo continue espalhado pelas vias públicas.
Imelda Kailu, residente da aldeia 03 no suco de Kampung Alor, considera que os recipientes são demasiado pequenos. “Quando estão cheios, as pessoas acabam por deixar o lixo ao lado dos caixotes, o que faz com que se espalhe pelo passeio e pela estrada, causando um cheiro horrível e atraindo bichos, o que coloca a saúde da comunidade em risco. Este contentor perto de nossa casa, sem condições adequadas de tratamento, pode resultar na propagação de doenças como a dengue, leptospirose e outras infeções”, salientou.
A habitante apelou para que as equipas de limpeza façam a recolha do lixo de quatro em quatro horas, pois a quantidade de resíduos produzida é superior à capacidade dos contentores. “Se a recolha for feita apenas uma vez por dia, será necessário disponibilizar contentores maiores”, sugeriu.
Já para Joelio Martins, estudante da Universidade Nacional de Timor Lorosa’e (UNTL), residente em Aitarak-Laran em Díli, o principal problema é a falta de consciência da comunidade. “Algumas pessoas não colocam os detritos diretamente nos contentores, mas deixam-no na margem, o que forma um monte de lixo. Isso impede que outros acedam aos caixotes, acabando por deixar o lixo no chão. Esta situação suja a cidade. É preciso investir na sensibilização e gestão para garantir um ambiente mais limpo”, sublinhou.
Quanto à circular das autoridades do Município de Díli, dirigida aos habitantes e comerciantes de Díli, a informar de que deveriam deitar o lixo nos contentores apenas à noite, Estela Exposto, 50 anos, habitante de Kampung Alor, não está de acordo. “Não podemos acumular lixo em casa até à noite, porque atrai insetos e ratos, causa mau cheiro, pode provocar incêndios. Quero poder deitar o lixo no contentor a qualquer hora”, frisou.
Em resposta às críticas, Domingos dos Santos Soriano, chefe do departamento de saneamento do município de Díli, explicou que a comunidade não pode mandar no Governo. “Não podemos fazer a recolha de quatro em quatro horas. A comunidade precisa de ter mais consciência, colocar o lixo nos locais apropriados, em vez de apenas exigir”, afirmou.
No passado dia 22 de agosto, foram distribuídos 563 contentores em 387 locais da capital, sendo que cada sítio recebeu dois ou três caixotes. Uma parte dos restantes recipientes já foi distribuída e outra continua guardada em Caicoli, num espaço localizado à frente do Tribunal de Recurso. “O objetivo de colocar os resíduos nos contentores entre as 18h e as 6h da manhã é evitar a sobrecarga, mas muitas pessoas não seguem as orientações e o lixo fica espalhado à volta dos caixotes”, argumentou o chefe do departamento de saneamento do município de Díli.
Quanto à colocação dos contentores, Domingos Soriano afirmou que o processo foi realizado em colaboração com as autoridades locais. “Se os habitantes tinham preocupações, deveriam ter falado durante o levantamento inicial. Agora não faz sentido criticar”, concluiu.
De acordo com os dados do departamento de saneamento do município de Díli, todos os dias, são recolhidas 270 toneladas de lixo que depois são transportadas para o depósito de resíduos em Tibar.
Acho que os contentores deviam estar abertos.
O pessoal nao tem energia para levantar as tampas.