Está a decorrer, em Díli, uma campanha de consciencialização para a importância de implementar a recolha seletiva do lixo, em Timor-Leste. A iniciativa foi lançada, este mês, pela Associação de Defesa dos Consumidores de Timor-Leste – Tane Consumidor, mas, na cidade, ainda escasseiam locais próprios e contentores convencionais para depositar os resíduos que acabam por se acumular a céu aberto por vários pontos da capital.
Para o presidente da Tane Consumidor, António Ramos da Silva, é necessário “consciencializar os consumidores para o impacto do lixo e educar a sociedade para a reciclagem, evitando, assim a poluição e preservando um meio ambiente sustentável para o futuro”.
O responsável destaca, no âmbito da campanha de reciclagem, que a separação de resíduos como vidro (contentor verde), papéis e cartão (contentor azul) e plástico (contentor amarelo), contribui para a criação de uma economia circular, uma vez que permite a reutilização de produtos que atingiram o final da sua ‘vida’ útil, introduzindo-os depois novamente no sistema financeiro de forma a gerar valor.
Consciente de que a campanha “só será bem-sucedida se houver um trabalho de cooperação”, o presidente pediu às autoridades públicas que coloquem ecopontos na cidade, de modo a permitir a separação do lixo. “A presença de ecopontos na cidade vai incentivar os cidadãos a terem um comportamento mais responsável e promoverá uma mudança de mentalidade”, defendeu o responsável.
Acontece que, tanto em Díli como no resto do país, não só não existem ecopontos, como é raro encontrar contentores e a maioria dos resíduos acaba por ser queimada. O processo de recolha de lixo urbano enfrenta ainda desafios rudimentares e mostra-se um processo ineficaz a que as autoridades responsáveis não têm conseguido dar resposta.
Díli aguarda pelos 2165 novos contentores de lixo que a Autoridade Municipal se comprometeu a distribuir por vários pontos da cidade, entre maio e julho deste ano, para minimizar o volume de lixo acumulado por ruas, valetas e praias, e evitar condições de insalubridade e riscos associados.
O Diligente questionou Hermínio Moniz Ribeiro, diretor do Departamento de Água, Saneamento e Ambiente do município de Díli, para saber se dos 2165 contentores está prevista a distribuição de algum ecoponto e a resposta foi negativa: “os contentores são para lixos urbanos. Ainda não temos estratégias para a reciclagem”.
O responsável assume que “em Dili, ainda não há separação do lixo e que projeto do Governo é só para a recolha do lixo em geral. Depois da recolha, o lixo é levado para o aterro de Tibar”.
O responsável louvou, no entanto, a iniciativa da Tane Consumidor, considerando que “está a fazer um bom trabalho, mesmo que ainda não seja possível alcançar resultados significativos”.
No âmbito da campanha, a Tane Consumidor enviou inclusivamente uma proposta ao Presidente da República, José Ramos-Horta, a solicitar o patrocínio da Presidência: “Esperamos que o Presidente aceda ao nosso pedido para que possamos levar esta iniciativa avante e ajudar a mudar a mentalidade dos consumidores”.
A associação está confiante que, através da promoção de ações informativas junto da sociedade, nomeadamente escolas, mercados e lojas e da publicação de conteúdos informativos nas redes sociais para as quais produziu conteúdos audiovisuais sobre o impacto negativo do lixo e os perigos que representa para a saúde pública, para o meio-ambiente e para a biodiversidade marítima, é possível despertar a consciência para este problema.
António Ramos da Silva acredita também que, através das redes sociais, a mensagem poderá chegar a todos os municípios do país.
Atualmente, e segundo dados da Autoridade Municipal de Díli, existem, na cidade, 357 pontos de recolha de lixo. Nenhum deles está preparado para depósito e recolha seletiva de lixo.
A iniciativa lançada, no âmbito do Dia Mundial do Consumidor, que se assinala todos os anos, a 15 de março, decorre até 17 de maio, Dia Internacional da Reciclagem.
Já foram instalados há alguns anos em alguns pontos de Díli os ecopontos, (não sei a iniciativa foi de quem), por ecxemplo, no Jardim de Lecidere e noutro local que conheço, junto da Ribeira de Mota Ulun, em Bebora. Infelizmente, foram todos estragados pela própria comunidade que lá vive e que usufrui do jardim de Lecidere. (ainda agora estão os restantes da instalação, podem ir ao Lecidere para verificar), ao verem, vão sentir-se uma grande pena.
Ideias não faltam…mas a falta de educação ambiental torna difícil que as comunidades entendam que o seu bem -estar e o futuro dos mais novos dependem da forma como (des)cuidam do ambiente.
Muito triste.
Educacao!
Continuo a batalhar na EDUCACAO
Palavra chave no meu CORACAO
Aquilo que faz vibrar qualquer NASAUN
Muitas vezes objecto de RETALIACAO
De NEGACAO
Daqueles que o obescurantismo e a RAZAO
Para governarem “mais nao”
Uma grande ALIENACAO
DETURPACAO
De todo um POVO IRMAO
Na senda de um futuro com CONTINUACAO
Onde nao falte comida, PAO
Onde o “LIXO” nao seje ALIMENTACAO
Onde a “MULHER” nao seja “QUESTAO”
Onde o POVO, nao sofra “RETALIACAO”
Porque TIMOR LESTE, tem de acabar a “PODRIDAO”
Nao importa ter “RONALDO” como “garanhao”
E necessario HUMILDADE, a BEM DA NASAUN
Hoje, amanha, pra ETERNIDADE, no CORACAO!
Fiz este poema com muita coragem, patriotismo, ABNEGACAO
Quando se cai no CHAO,
Levanta-se, continua a marcha “ATE MAIS NAO”
Carlos Batista
Poeta Timorense